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Spotify lança serviço de assinatura de podcasts e acirra disputa com a Apple

Por  • Editado por  Douglas Ciriaco  | 

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Cottonbro/Pexels
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Nesta terça-feira (27), o Spotify apresentou um novo modelo de monetização focado em podcasts. Começando nos Estados Unidos, criadores poderão oferecer programas e episódios exclusivos para apoiadores, cuja posição implica num valor pago à parte da assinatura do Spotify Premium.

Nos primeiros dois anos desse modelo, a cobrança adicional dos podcasters poderá ser feita sem qualquer taxa retida pelo Spotify — descontadas as taxas cobradas pelas instituições financeiras que processam o pagamento, todo o valor arrecadado a partir dos apoiadores será encaminhado ao criador. Depois desse período, 5% da quantia paga pelos assinantes será cobrada como taxa pelo serviço de streaming.

O conceito é oferecer mais meios de monetização, competir de frente com o Apple Podcasts e se tornar um lugar mais interessante e lucrativo para criadores. Quando um usuário apoia um criador, ele terá acesso a conteúdo especial como episódios inéditos, programas sem propagandas ou qualquer outra vantagem bolada pelo podcaster.

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Neste primeiro momento, 12 criadores independentes poderão experimentar a ferramenta — tanto para conhecerem o modelo e apresentarem suas possibilidades quanto para avaliar a recepção do público. De acordo com o anúncio, esses parceiros criarão conteúdo exclusivo para os apoiadores, material que será exibido junto aos demais episódios e programas da sua página de criador, mas identificados por um cadeado no lugar do botão “Play”.

Se um usuário que não apoia o criador tentar entrar no conteúdo, uma janela especial informará a exclusividade e oferecerá a assinatura a parte para liberar o acesso ao episódio. Os valores mensais são determinados pelo podcaster dentro de três opções fornecidas pelo Spotify (e, por enquanto, estão somente em dólar). São eles:

  • US$ 2,99 (R$ 16);
  • US$ 4,99 (R$ 27);
  • US$ 7,99 (R$ 43).

Spotify + Anchor

O processo de assinatura não se faz através do app do Spotify, mas no seu braço dedicado ao segmento de podcasts, o Anchor. O criador deve colocar links na descrição, biografia ou em cada programa do canal para encaminhar o usuário à sua página exclusiva e, de lá, permitir que se faça a colaboração.

Esse vai e vem, por sua vez, pode complicar a vida e o alcance dos podcasts exclusivos. Nada impede que o Spotify inclua um grande botão em cada página de criador para agilizar o acesso ao conteúdo, mas enquanto não for assim, o único meio será o Anchor. Curiosamente, essa estratégia livra o Spotify de contribuir com taxas das lojas App Store e Play Store.

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O Apple Podcasts tem uma alternativa bem semelhante, mas transformados numa opção única de assinatura anual de US$ 19,90 (cerca de R$ 110, em conversão direta) — feita completamente dentro do app. A diferença de modalidade pode tornar o Spotify uma opção mais interessante para o podcaster, que verá sua receita crescer a medida que mais pessoas se interessam pelo seu conteúdo exclusivo. No caso da Maçã, a monetização deve ser proporcional ao número de ouvintes, algo semelhante ao que o Spotify faz com as assinaturas pagas.

Nenhum outro mercado em que o Spotify atua tem datas para receber a novidade — tampouco o Brasil. A plataforma deve utilizar esse tempo para avaliar mais opções, refinar a experiência e buscar formas de tornar o conteúdo exclusivo mais atrativo para o ouvinte. Ao mesmo tempo, a companhia abriu uma lista de espera para podcasters residentes dos EUA interessados na assinatura. Por enquanto, a sugestão que fica é continuar de olho no Canaltech para saber mais da novidade assim que ela chegar.

Fonte: Spotify