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Pavel Durov segue preso e Telegram diz que CEO "não tem nada a esconder"

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O CEO do Telegram, Pavel Durov, foi preso no último sábado (24) após aterrissar no aeroporto de Le Bourget, próximo a Paris, na França. Autoridades francesas já tinham um mandado de prisão contra o executivo, que segue sob custódia no país, segundo a agência Reuters.

A prisão preventiva pode durar até quatro dias e é provável que as autoridades emitam uma acusação oficial durante o período. As autoridades francesas ainda não confirmaram a prisão, mas o Ministério Público deve publicar um comunicado oficial ainda hoje sobre o caso, informa a agência estatal Russa Tass.

Por que Pavel Durov foi preso?

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A prisão preventiva de Durov faz parte de uma investigação preliminar da Agência Francesa para a Prevenção da Violência Contra Menores (OFMIN) sobre o Telegram, informa a agência de notícias AFP. O CEO seria cúmplice de diversos crimes que ocorrem dentro do aplicativo, como tráfico de drogas, fraudes, cyberbullying e abuso de menores.

Além disso, o mandado de prisão teria sido emitido pelas autoridades francesas devido à falta de moderação na plataforma, já que o CEO teria se recusado a colaborar com as investigações. 

Telegram diz que Durov “não tem nada a esconder”

O Telegram publicou um breve comunicado sobre o ocorrido nas redes sociais. O mensageiro diz que cumpre as leis da União Europeia, incluindo a Lei de Serviços Digitais,  afirma que a  moderação segue os padrões da indústria e argumenta que “é absurdo declarar que uma plataforma ou seu dono sejam responsáveis pelo abuso que ocorre nela”.

Com relação ao CEO, a empresa diz que Durov “não tem nada a esconder” e “viaja frequentemente pela Europa”, enquanto aguarda uma resolução do caso.

Em março deste ano, Durov comentou em entrevista que não pretendia fazer mudanças drásticas no sistema de moderação do app — segundo o CEO, medidas punitivas deveriam ser tomadas apenas “ao cruzar uma linha vermelha” e monitorar as conversas poderia levar ao autoritarismo.

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Musk e Snowden criticam prisão

O CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, manifestou apoio pela soltura de Pavel Durov após as notícias da prisão. Musk publicou um post com a hashtag #FreePavel (“Liberte Pavel”, em tradução livre) e pediu por “liberdade” em outra publicação.

Outro crítico foi o ativista Edward Snowden, que afirmou que a prisão é “uma agressão aos direitos humanos básicos de expressão e associação”. Snowden ainda atacou o presidente francês, Emmanuel Macron, ao afirmar que ele “desceu ao nível de fazer reféns como um meio de ganhar acesso a comunicações privadas”.

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Tensões diplomáticas

A prisão ainda trouxe faíscas diplomáticas: apesar de ter passaporte francês, Durov nasceu na Rússia e o governo russo criticou as autoridades locais após a prisão.

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A embaixada russa em Paris pediu acesso consular ao CEO e a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentou que o país vai acompanhar os desdobramentos da investigação. 

Segundo Zakharova, o país vai ficar de olho em como as organizações internacionais vão se mostrar vigilantes em “temas que abordam direitos humanos e liberdade de expressão” da mesma forma que acusam o governo russo em situações similares. 

“As ações e reações de organizações internacionais, usadas para empregar toda a gama de pressões políticas, informativas e, aliás, psicológicas sobre o nosso país, devem e serão levadas em consideração em nosso trabalho”, comentou em entrevista a uma emissora de TV local. 

A embaixada russa afirma ter pedido para que as autoridades locais preservem os direitos de Durov, mas a polícia parisiense estaria “desviando de uma cooperação no assunto”.

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O Kremlin ainda afirmou nesta segunda-feira (26) que só vai comentar o caso após descobrir mais detalhes sobre qual é a acusação aplicada sobre o CEO do Telegram. 

Fonte: Reuters, Tass