O que aconteceu com os streamings piratas? Veja como foi a operação na Argentina
Por André Lourenti Magalhães • Editado por Bruno De Blasi | •

Uma operação policial na Argentina desmontou um esquema de venda e gerenciamento de streamings piratas, principalmente distribuídos em serviços de IPTV. Como resultado, muitas plataformas conhecidas no Brasil ficaram fora do ar, como o My Family Cinema e o Eppi TV.
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A ação ocorreu em setembro, com apreensão de dinheiro vivo, aparelhos de TV Box e outros dispositivos, mas os streamings pararam de funcionar no começo de novembro como consequência dos desdobramentos.
A seguir, o Canaltech explica como foi a operação e por que as consequências foram notadas no Brasil:
- Por que os streamings piratas saíram do ar?
- Como foi a operação na Argentina?
- Por que os apps saíram do ar no Brasil?
- Como as plataformas funcionavam?
Por que os streamings piratas saíram do ar?
Uma megaoperação policial na Argentina derrubou uma rede internacional de pirataria com pelo menos oito milhões de usuários, podendo chegar a 20 milhões de clientes. A partir de uma denúncia da organização Alianza, voltada a combater a pirataria audiovisual, autoridades identificaram um local de operação e apreenderam equipamentos.
De acordo com a Alianza, o centro de operações da rede ilegal era sediado no país vizinho e a investigação descobriu diversos serviços ilegais de IPTV com conteúdo pirata (ou seja, sem autorização dos detentores dos direitos autorais).
Como foi a operação na Argentina?
As autoridades policiais começaram a investigar o serviço Magis TV, usado para transmitir canais ao vivo de forma ilegal, e depois descobriu mais ramificações da rede. O jornal argentino La Nación informa que a polícia fez operações de buscas em quatro escritórios — um deles com mais de 100 funcionários registrados.
Foram apreendidos 88 notebooks, 10 pendrives, 37 discos rígidos e 568 cartões de recarga de aparelhos de TV Box, além de US$ 3.900 em espécie (cerca de R$ 20 mil) e criptoativos que chegavam ao valor de US$ 120 mil (cerca de R$ 640 mil).
Como parte do desdobramento das operações, serviços de streaming piratas foram tirados do ar posteriormente.
Por que os apps saíram do ar no Brasil?
Ainda que a operação não tenha sido feita no Brasil, os serviços de streaming estavam hospedados na Argentina e foram desativados por lá. Dessa forma, todas as pessoas que usavam a plataforma perderam o acesso.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) afirmou ao portal G1 que não participou da investigação, mas confirmou a interrupção dos serviços. Usuários postaram fotos nas redes sociais de um aviso na tela inicial dos apps para informar que o serviço foi encerrado por questões relacionadas a direitos autorais.
Quais serviços foram impactados?
Popular no Brasil, o My Family Cinema foi um dos serviços derrubados, mas a operação não parou por aí: softwares como TV Express, Duna TV, Eppi Cinema, Red Play e Blue TV também foram encerrados, de acordo com a Alianza.
Como as plataformas funcionavam?
Serviços como o My Family Cinema são como uma “Netflix pirata”: permitem assistir a filmes e séries sob demanda de diferentes catálogos. No entanto, a plataforma é ilegal por violar direitos autorais.
O streaming podia ser assinado mensalmente ou anualmente, como acontecem com os serviços oficiais, e as autoridades argentinas estimam que o valor cobrado variava entre US$ 3 e US$ 5 por mês — cerca de R$ 16 e R$ 26 em conversão direta, respectivamente.
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