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NBA vai usar IA em tempo real para medir a chance de um arremesso virar cesta

Por  • Editado por Bruno De Blasi | 

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André Magalhães/Canaltech
André Magalhães/Canaltech

Principal liga de basquete do mundo, a National Basketball Association (NBA) inicia mais uma temporada nesta terça-feira (21). O caminho até a final será acompanhado de uma cobertura ainda mais analítica com milhões de pontos de dados em tempo real e IA, graças a uma parceria entre a liga e a Amazon Web Services (AWS).

A novidade traz uma nova plataforma de inteligência com estatísticas detalhadas, como a probabilidade de um arremesso virar cesta com base na posição de quadra e na média de todos os atletas da competição. Os dados poderão ser acessados via site e app oficiais da liga, além de fornecer insights para transmissões ao vivo.

Para entender as mudanças e o impacto da IA, o Canaltech conversou com a Chefe Global de Esportes da AWS, Julie Souza, e com o VP de Parcerias Globais de Marketing da NBA na América Latina, Fabio Laudisio.

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Dados em toda parte da quadra

O grande destaque da parceria é a criação da plataforma "NBA Inside the Game powered by AWS", na qual torcedores, times e equipes de transmissão poderão conhecer as principais estatísticas obtidas por aprendizado de máquina e IA nos servidores da AWS.

A empresa vai usar um sistema de rastreamento em tempo real de cada jogador, com análise de movimentos em 29 pontos de dados diferentes para entender o contexto do jogo em tempo real. O impacto pode ser observado ao vivo — em alguns jogos, será possível “rastrear” um jogador específico, como se estivesse dentro de um videogame

O acesso aos dados e o processamento em tempo real permite conhecer novas métricas, como por exemplo:

  • Box Score defensivo: identificar qual jogador está defendendo o adversário com a bola, mencionar os encaixes em tempo real e ter dados sobre marcação dupla e trocas defensivas;
  • Expected Field Goal % (Percentual Esperado de Acerto): a dificuldade e a probabilidade de um arremesso ser convertido com base em diferentes dados, como distância da cesta, número de marcadores, altura e interferência no campo de visão;
  • Gravidade: o impacto que um jogador específico tem na quadra ao influenciar a marcação dos adversários e abrir espaço para outros companheiros de time.

“Os dados nos ajudam a encontrar os fãs onde eles estão”, explica a Chefe Global de Esportes da AWS, Julie Souza. O braço de dados da Amazon, que já trabalha com Fórmula 1, NFL (futebol americano) e com o campeonato alemão de futebol masculino, agora ampliou o portfólio com a liga de basquete para introduzir novas formas de cobrir o esporte.

“Nós estamos começando com um novo conjunto de dados sobre basquete para deixar os fãs mais inteligentes sobre o jogo, mas também para compreender termos na modalidade de formas mais concretas do que era possível entender antes”, adiciona.

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Espectador conectado com o jogo

Coletar e gerenciar milhões de pontos de dados é apenas uma parte do desafio — além de ter toda a informação bruta, é importante pensar em formas de trazer o conteúdo de forma agradável para o consumidor (no caso, o fã de basquete).

Julie explica ao CT que existe uma conversa com a liga e com os torcedores para entender o que o público quer, enquanto a própria divisão interna da AWS também deixou suas sugestões sobre quais caminhos poderiam ser seguidos.

“Nós coletamos tantos dados e somos basicamente limitados pela nossa imaginação”, comenta. A diretora alerta que a verdadeira “arte” por trás das estatísticas é a capacidade de contar histórias e criar narrativas: “por que os dados importam?” e “por que isso vai deixar os fãs curiosos?” são algumas das perguntas que a empresa tentou responder.

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As novas formas de acompanhar os lances nas transmissões, no app e na cobertura das redes sociais pode aumentar o interesse e o engajamento com os jogos. A disputa de atenção é importante durante uma temporada regular com 82 partidas por time, sem contar com a “concorrência” de redes sociais e streamings.

Para Julie, as informações ajudam a educar mais sobre o jogo e, consequentemente, podem reter a atenção dos espectadores. “Se você se sente mais inteligente sobre o que está assistindo, provavelmente vai assistir mais”, explica.

O VP de Parcerias Globais de Marketing da NBA na América Latina, Fabio Laudisio, também acredita que a parceria pode deixar o torcedor ainda mais conectado ao jogo e levar a experiência para todo o ecossistema da liga. “Ele sempre tem algo novo e relevante para observar além do placar”, destaca.

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Experiências vão ficar cada vez mais personalizadas

Outro impacto é o potencial para personalizar as transmissões e a cobertura dos esportes. O acesso aos movimentos em tempo real pode ser usado para transmissões personalizadas, por exemplo — no ano passado, a NBA usou tecnologia similar para colocar personagens da franquia Disney dentro de um jogo ao vivo.

Julie Souza entende que cada plataforma que cobre a NBA funciona de uma maneira, desde as diferentes redes sociais até as transmissões online por streaming, na qual a experiência nem sempre precisa ser tão linear quanto na TV. 

O perfil do fã também muda, com aqueles que começam a acompanhar o esporte há pouco tempo e “veteranos” que usam os dados para debater nas redes. O objetivo é entender o que o usuário quer e entregar um conteúdo a partir disso.

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“Nós podemos apresentar dados de uma forma que o fã novato pode entender mais sobre o jogo. Se você se sente mais inteligente sobre o que está assistindo, provavelmente vai assistir mais. Existe um público que pode ser alcançado que já conhece mais os dados e é mais analítico e essa janela intermediária na qual você pode usar os dados de formas mais criativas para levar o jogo aos fãs”, explica Julie Souza, da AWS.

Fabio Laudisio, da NBA na América Latina, vê uma oportunidade de adaptar o conteúdo para cada perfil. “Quem gosta de tática recebe insights estratégicos, quem prefere melhores momentos vê cortes e dados mais visuais, isso tende a manter o torcedor mais tempo engajado”.

A temporada da NBA começa nesta terça-feira, 21 de outubro, com os últimos jogos das finais previstos para o começo de junho de 2026. Ao todo, são 30 equipes divididas entre duas conferências principais.

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