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Dono de bitcoins culpa Apple por roubo de R$ 3,4 milhões em aplicativo falso

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 31 de Março de 2021 às 08h59

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A App Store sempre foi reconhecida por ser uma plataforma de download de aplicativos seguros, afinal todos passam por criteriosa avaliação da equipe da Apple. Mas um fato recente pode colocar em dúvida essa premissa. Um usuário chamado Phillipe Christodoulou afirma ter sido alvo de um roubo em um aplicativo falso baixado na loja de apps, o que lhe custou cerca de US$ 600 mil (aproximadamente R$ 3,4 milhões). O valor havia sido investido em Bitcoin e o aplicativo, chamado Trezor, supostamente teria uma classificação de cinco estrelas na App Store.

Christodoulou baixou o app em seu iPhone e não desconfiou que se tratava de um golpe. De acordo com o jornal The Washington Post, o Trezor era aparentemente um aplicativo para armazenamento de criptomoedas, mas, assim que depositou seus 17,1 bitcoins, o dinheiro desapareceu.

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Os ladrões criaram o aplicativo do zero e o listaram na loja da Maçã em janeiro. De acordo com a companhia, o Trezor chegou à App Store porque os desenvolvedores mudaram o propósito do programa depois que foi aprovado — antes, ele teria sido identificado como um aplicativo de criptografia, sem qualquer conexão com negócios envolvendo criptomoedas. Quando a fabricante do iPhone percebeu a alteração, retirou o programa falso do ar e baniu os desenvolvedores. O problema é que o estrago já estava feito.

Chocado e chateado, Christodoulou afirma ter sido um cliente fiel da empresa Cupertino, mas o incidente destruiu sua fé na empresa. Ele explica que ligou para o suporte ao cliente da Apple e um representante disse que levaria o assunto para um supervisor, mas não teve retorno. Também notificou a companhia e apresentou um relatório ao FBI, porém nada evoluiu até o momento. O jeito agora será recorrer à justiça e torcer para conseguir uma indenização, algo que a Maçã certamente contestará com veemência.

O Trezor original é uma popular carteira Bitcoin offline que mantém suas chaves privadas e pode assinar uma transação sem a necessidade de conectar-se à internet. Essa semelhança pode ter sido parte da estratégia dos criminosos e confundido o agora ex-proprietário dos bitcoins.

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(In)segurança nas lojas oficiais

Esse acontecimento levanta um debate sobre a segurança das lojas virtuais oficiais, em especial da Apple. As chamadas crypto scams são aplicações falsas criadas com o propósito de roubar dinheiro e também são comuns no Android e em sites da web, mas nunca havia sido notificado nada parecido na loja da Maçã, o que cria altos níveis de confiança no seu consumidor. Diferente da concorrente, a Google Play Store tem filtros bem menos rígidos e qualquer pessoa pode disponibilizar suas criações na loja.

Fato é que, independente da plataforma usada em seu celular, o melhor é tomar cuidado extra quando baixar qualquer app, ainda mais se for algo relacionado a dinheiro ou questões financeiras. Se detectar algo suspeito, notifique a empresa o mais rápido possível para evitar que outros golpes similares aconteçam.

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Fonte: The Washington Post