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Airbnb bane quem aluga imóveis com pessoas "indesejadas"

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 02 de Março de 2023 às 12h29

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Airbnb bane quem aluga imóveis com pessoas "indesejadas"
Airbnb bane quem aluga imóveis com pessoas "indesejadas"
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O Airbnb começou a banir usuários ligados a pessoas já excluídas pelo serviço. A medida é uma forma de dar mais segurança para os locatários e evitar que hóspedes indesejados criem contas em nomes de outras pessoas para burlar a penalidade.

A plataforma de aluguéis disse ao site Vice ser capaz de identificar quando uma conta viaja com indivíduos banidos anteriormente, o que poderia colocar em risco a segurança da locação. O problema disso é a aplicação de uma sanção a alguém que não fez nada de errado.

O serviço de intermediação de alugueis adota a medida “precaução de segurança necessária” e se defende dizendo que referir-se a tais proibições como resultado de associação é "excessivamente simplista”. Mas o processo parece um tanto confuso, ao ponto de a empresa se desculpar publicamente após banir erroneamente da plataforma os pais de uma ativista.

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Banimentos errados

Em janeiro, uma usuária chamada Amanda foi proibida de usar o serviço por estar "estreitamente associada a uma pessoa que não tem permissão para usar o Airbnb". Amanda teria usado o cartão de crédito do namorado para reservar o aluguel, e isso foi identificado pelos servidores do app.

Embora ela não tenha antecedentes criminais, o namorado teria sido preso por crimes "de colarinho branco" praticados no passado. Ela diz que eles não moram juntos nem dividem a conta bancária, mas que o mero uso do cartão dele foi suficiente para ter sua conta bloqueada.

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A mulher apelou da proibição, mas o Airbnb foi irredutível ao manter a decisão após alegar ter feito "uma análise criteriosa" para supostamente dar mais segurança à comunidade. Amanda reclama não ter obtido a possibilidade de uma réplica, já que o caso foi encerrado sem nenhum suporte adicional. A única forma de conseguir reverter isso seria provando não ter ligação íntima com a "pessoa problemática", algo que não teria sido comprovado.

Medida pode ser discriminatória

Embora a decisão realmente possa dar algum conforto para os proprietários de imóveis, há um toque de discriminação nisso tudo. Por que um usuário deve pagar pelo crime de outro? Se você desconhecer o histórico ruim com o Airbnb de alguém próximo, poderá ser banido apenas por isso?

O problema de Amanda poderia ser solucionando apenas ao procurar um serviço concorrente ou alugar um quarto de hotel. Mas a questão do seu banimento acende uma luz vermelha sobre as políticas, por vezes exageradas, adotadas pelas empresas.

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O Airbnb investe pesado em tecnologias para tentar evitar conflitos entre locadores e locatários. A empresa tem um mecanismo "antifesta", que monitora atividades suspeitas em locais cuja prática seja proibida, usada para evitar celebrações de Ano Novo nos imóveis alugados. Isso significa que você sequer pode receber amigos para uma conversa amena ao locar uma casa, porque poderia ser identificado como uma festa.

Aqui cabe uma reflexão interessante: em um serviço negociado entre duas partes, uma plataforma pode pender mais para um lado (locatários) do que para o outro (locadores)? Como fica a parte mais fraca dessa relação? É uma questão realmente delicada, cuja solução parece estar na ponderação e no bom senso.

Fonte: Vice