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Pixel 4: agência usou Face ID do celular para coleta ilegal de dados faciais

Por| 03 de Outubro de 2019 às 09h20

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Uma agência terceirizada a serviço da Google estaria despachando equipes para a cidade de Atlanta, nos EUA, e filmando indevidamente os rostos de pessoas negras e sem-teto a fim de aprimorar o sistema de reconhecimento facial do Pixel 4, o próximo smartphone da empresa de Mountain View. As informações são do jornal New York Daily News.

Pela reportagem, funcionários da agência Randstad estariam especificamente abordando pessoas de pele com tonalidade mais escura, além de sem-tetos, já que eles “seriam os menos prováveis de dizer algo para a mídia”. É importante ressaltar que a Google não estaria necessariamente a par do método inconveniente, mas uma fonte do jornal disse que um gerente da empresa orientou expressamente a agência a buscar capturas de pessoas de pele negra.

Dispositivo usado por agência contratada pela Google em capturas indevidas de dados de reconhecimento facial (Imagem: Reprodução/New York Daily News)
Dispositivo usado por agência contratada pela Google em capturas indevidas de dados de reconhecimento facial (Imagem: Reprodução/New York Daily News)

Há de se compreender o motivo da busca específica por pessoas com tons de pele diferentes: no passado, sistemas de reconhecimento facial apresentaram problemas bem extensos ao capturar imagens de rostos negros — em 2015, a própria Google teve transtornos consideráveis quando uma tecnologia de reconhecimento facial criada por ela identificou duas pessoas negras como gorilas. A ideia de capturar negros, do ponto de vista tecnológico, tem o objetivo de evitar que a tecnologia faça algum julgamento indevido por falta de dados.

Entretanto, a equipe da Randstad estaria levando isso além: a captura de rostos é, para todos os efeitos, ilegal sem a expressa informação de quem faz o registro e a permissão de quem está sendo registrado. Os agentes em questão sequer estariam se identificando e optam por fazer as gravações “na surdina”, como diz a expressão.

"Jogo da Selfie": funcionários de agência a serviço da Google estariam usando métodos duvidosos para coletarem dados de reconhecimento facial de pessoas nos EUA (Imagem: Reprodução/New York Daily News)
"Jogo da Selfie": funcionários de agência a serviço da Google estariam usando métodos duvidosos para coletarem dados de reconhecimento facial de pessoas nos EUA (Imagem: Reprodução/New York Daily News)

“Algumas pessoas foram orientadas a coletar dados faciais dizendo que o escaneamento era parte de um ‘jogo de selfie’ similar ao Snapchat. Uma fonte disse que os funcionários [da agência] foram orientados a dizer coisas como ‘Apenas brinque com o telefone por uns minutos e ganhe um vale-presente’ ou ‘Temos um novo aplicativo: experimente-o e ganhe US$ 5’”, diz a matéria.

Até o momento, nem Google, nem Randstad responderam às alegações feitas na reportagem.

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Fonte: New York Daily News