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Vírus se torna principal ameaça no Android um mês depois de descoberto

Por| Editado por Claudio Yuge | 13 de Julho de 2022 às 12h20

Andrew M/Unsplash
Andrew M/Unsplash
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Um novo vírus contra o sistema operacional Android, descoberta em meados de junho, teve disseminação suficiente para se tornar uma das três ameaças mais presentes do mês. O MaliBot é um malware bancário, capaz de roubar senhas e carteiras de criptomoedas, além de dados do navegador, mensagens de texto e até realizar capturas da tela.

São movimentos usuais de uma praga bancária, que é capaz de ultrapassar até mesmo sistemas de verificação em duas etapas. O vírus chega por SMS, a partir da lista de contatos de outros usuários contaminados, e se disfarça como um aplicativo de mineração de criptomoedas; na prática, utiliza as permissões de acessibilidade e launcher do Android para realizar diferentes ações criminosas.

Enquanto se disfarça de soluções reais do mercado de criptomoedas, ele realiza tarefas que envolvem navegar e usar o celular como se fosse o usuário, aplica sobreposições falsas para inserção de dados e captura telas, dados digitados, áudio do microfone e imagens da câmera. Além disso, a praga também é capaz de registrar ações realizadas no aparelho, interceptar notificações e também desativar mecanismos de segurança, de forma a não ser detectado, além, claro, de enviar mensagens de texto para outras pessoas como forma de se espalhar.

A empresa de segurança F5 Labs, que descobriu o Malibot em meados de junho, associa a origem da praga à Rússia, onde estão localizados os servidores de comando e controle. Sites falsos, se passando por mineradores e carteiras reais de criptomoedas, também são vetores de disseminação, com a companhia apontando que o vírus aproveita o vácuo deixado pelo FluBot, que teve suas operações encerradas pelas autoridades da Europa no começo do último mês, em uma operação envolvendo polícias de 11 países.

Vírus se torna principal ameaça no Android um mês depois de descoberto
Tela falsa usada pelo MaliBot para roubo de credenciais de um banco italiano; praga também usa táticas avançadas para furtar códigos de autenticação em duas etapas e outras informações do celular (Imagem: Reprodução/F5 Labs)

Foi a capacidade de disseminação rápida, inclusive, que colocou o Malibot na terceira colocação no ranking de ameaças mobile de junho da Check Point Research, divisão de inteligência de ameaças da empresa de segurança digital. Enquanto nomes como Emotet e Formbook seguem na liderança, o vírus para Android completa o pódio, novamente, tomando um lugar de destaque que, antes, era do FluBot.

“Os cibercriminosos estão bem cientes do papel central que os dispositivos móveis desempenham e estão sempre adaptando e melhorando suas táticas para corresponder a isso”, explica Maya Horowitz, vice-presidente de pesquisa da Check Point. “Embora seja sempre bom ver ações bem-sucedidas de aplicação da lei para derrubar criminosos cibernéticos, como o FluBot, infelizmente não demorou muito para que um novo malware tomasse seu lugar.”

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As principais ameaças de junho de 2022

Por mais um mês, o Emotet segue como a principal ameaça digital do mundo, afetando 14,1% das organizações. No Brasil, entretanto, são 42,1% das empresas registrando incidentes que envolvem o cavalo de Troia, que nasceu como um malware bancário e evoluiu para abrir portas de entradas para outras campanhas maliciosas, distribuir vírus e estabelecer persistência nos sistemas infectados enquanto amplia a própria disseminação.

Na segunda colocação, também repetindo um resultado, está o Formbook, praga para Windows ativa desde 2016 e vendida por assinatura para interessados em realizar ataques cibernéticos em fóruns criminosos. Ele é usado para roubar credenciais de navegadores e capturar a digitação ou telas, além de poder entregar vírus diretamente à máquina.

A Check Point também chama a atenção para o crescimento nas contaminações pelo Snake Keylogger, malware que captura a digitação e é focado em ataques contra usuários corporativos, sendo distribuído em e-mails fraudulentos com arquivos nos formatos PDF ou do Word. Táticas de evasão e persistência também são aplicadas aqui, para fomentar novos ataques ou o roubo de dados.

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No Brasil, os setores governamental e militar seguem na primeira colocação entre os mais atingidos, seguido pelo varejo e, depois, pelo de comunicações. É um ranking que difere dos números globais, onde instituições de educação e pesquisa aparecem no topo, com governos em segundo e organizações de saúde na terceira colocação.

Fonte: F5 Labs