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Costa Rica declara estado de emergência após ataque de ransomware

Por| Editado por Claudio Yuge | 09 de Maio de 2022 às 21h30

Divulgação/Visit Costa Rica
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O governo da Costa Rica declarou estado de emergência nacional neste domingo (8), diante da série de ataques de ransomware que vem sofrendo pelo grupo cibercriminoso Conti. O decreto foi o primeiro assinado pelo presidente Rodrigo Chaves, que assumiu a posse no mesmo dia e pretende, com isso, reservar mais fundos para que as agências oficiais possam lidar com o golpe e conter os efeitos danosos à população.

De acordo com as informações oficiais do governo costa-riquenho, o Ministério da Economia foi o primeiro a ser atingido pelos golpes, que vêm sendo registrados desde o dia 18 de abril. Ao longo das últimas semanas, as pastas de Trabalho e Previdência, Desenvolvimento Social e Ciência, Telecomunicações, Tecnologia e Inovação também foram atingidas, assim como institutos meteorológicos, universidades e órgãos regionais.

Enquanto o governo diz avaliar e analisar que tipo de informações foram obtidas pelos criminosos, o site mantido pelo grupo Conti na dark web já começou a vazar dados dos cidadãos. De acordo com os bandidos, foi exigido um valor de US$ 10 milhões que a administração não pagou, o que motivou o início da publicação de um volume de mais de 672 GB de informações.

Além de provavelmente ter exposto dados dos cidadãos do país, o conjunto também traz bancos, códigos-fontes e detalhes estruturais de sistemas e sites do governo. Enquanto isso, de acordo com a administração da Costa Rica, plataformas digitais ligadas ao Ministério da Economia, bem como assinaturas e verificações digitais, certificados e procedimentos online estão fora do ar desde meados de abril, dificultando o acesso da população e aumentando o tempo de espera pela burocracia.

Costa Rica declara estado de emergência após ataque de ransomware
Página de vazamento de dados do governo da Costa Rica pelo grupo Conti, que fala em motivação financeira e promete novos golpes contra a infraestrutura do país (Imagem: Reprodução/Bleeping Computer)

Em pronunciamento sobre o assunto, o presidente disse que a declaração de estado de emergência é a melhor forma de a sociedade responder aos atos criminosos do grupo Conti. Na visão de Chaves, o golpe pode ser entendido como um ato contra a soberania da Costa Rica, e os investimentos a serem levantados pelo decreto auxiliariam o país a conter os danos e se defender de novos incidentes.

Já o texto publicado pelo grupo Conti junto ao vazamento dos dados dispensa a ideia de que o golpe tem interesses internacionais, e seria realizado com intuito puramente financeiro. A nota também promete que mais ataques estão por vir, enquanto critica a aliança da Costa Rica com os Estados Unidos e o governo de Joe Biden, bem como a decisão de não pagar o resgate exigido, algo que teria tornado o país “realmente seguro”.

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O grupo Conti é uma das principais quadrilhas de ransomware em atividade, ligada a grupos de origem russa, mas não necessariamente afiliada ao governo de Vladimir Putin. O bando já realizou golpes contra o governo da Irlanda e organizações de saúde dos Estados Unidos, motivo pelo qual o governo americano, inclusive, oferece recompensas milionárias por informações que levem à localização e indiciamento dos envolvidos nos ciberataques.

Fonte: Bleeping Computer