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Gangue de ransomware destrava dados após atacar polícia por engano

Por| Editado por Claudio Yuge | 30 de Dezembro de 2021 às 10h57

Blog Kaspersky
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Em mais um caso cibercriminoso inusitado, uma gangue de ransomware liberou gratuitamente a chave para decifrar arquivos para uma vítima após perceber que, sem querer, haviam atacado uma força policial. O caso aconteceu nos Estados Unidos e foi revelado por um especialista em segurança sem maiores detalhes sobre a cidade onde o golpe ocorreu e o impacto do incidente nas operações da força.

O caso teria sido obra de um afiliado do bando AvosLocker, relativamente pequeno, mas ativo na comunidade de ransomware como serviço. Sua solução teria sido responsável por dezenas de ataques, incluindo o que atingiu a fabricante de hardware Gigabyte, em outubro. Neste caso, o associado não teria submetido o alvo à avaliação dos criminosos e agiu sem autorização ao atacar autoridades policiais.

Ao liberar a chave, os autores prometeram não vazar arquivos obtidos como parte do ataque e anexaram uma nota de desculpas na qual afirmam que, após notarem se tratar de um órgão oficial dos EUA, os dados seriam liberados de graça. O caso aconteceu no final de novembro desde ano, mas também não inclui detalhes sobre o vetor da intrusão.

Gangue de ransomware destrava dados após atacar polícia por engano
Liberação dos dados incluiu nota de desculpas, com membro da gangue afirmando evitar alvos governamentais para zelar pelo dinheiro dos contribuintes (Imagem: Reprodução/pancak3lullz)

De acordo com um membro da própria gangue, a AvosLocker, é política do grupo evitar entidades governamentais ou hospitais. Em entrevista ao site Bleeping Computer, o indivíduo não identificado disse que essa ideia não tem a ver com escapar da atenção policial ou evitar problemas, mas sim, zelar pelo dinheiro pago pelos cidadãos em impostos. Além disso, a fonte disse não temer, já que as autoridades dos EUA não têm jurisdição para agir contra ele em sua terra natal.

Situações desse tipo são curiosas e relativamente raras, mas não necessariamente inéditas. Em maio deste ano, por exemplo, o grupo Darkside, um dos maiores operadores de ransomware do mundo, prometeu aumentar a vigilância para evitar ataques contra empresas de infraestrutura após o travamento da Colonial Pipeline. O ataque comprometeu o fornecimento de combustível na costa leste dos Estados Unidos e gerou prejuízos a comércios e cidadãos, além de transtornos e uma corrida aos postos.

Além de uma suposta proteção individual, os grupos também têm políticas desse tipo para evitar que se tornem alvos principais de agências do governo. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o próprio Darkside, além de outros bancos como o REvil, com direito até mesmo a prisões e indiciamentos internacionais enquanto autoridades, principalmente dos Estados Unidos, intensificam a luta contra o sequestro digital e temem por suas fornecedoras de infraestrutura e serviços essenciais.

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Fonte: Bleeping Computer