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Ataques contra Internet das Coisas dobraram no 1º semestre

Por| Editado por Claudio Yuge | 22 de Setembro de 2021 às 16h00

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A Internet das Coisas segue sendo um vetor dos mais populares entre os cibercriminosos, com os ataques, normalmente associados à negação de serviço, também servindo para o roubo de credenciais e mineração de criptomoedas. Prova disso é que, no primeiro semestre de 2021, o total de golpes desse tipo dobrou, chegando a 1,5 bilhões de ocorrências registradas.

No ranking divulgado pela Kaspersky, empresa especializada em cibersegurança, o Brasil aparece como um dos países mais atingidos da América Latina, com 40,7 milhões de incidentes registrados, ficando atrás apenas do Panamá, com 81,6 milhões. A lista de nosso território é completada pela Argentina, na terceira colocação e 5,6 milhões de ocorrências.

Os números nacionais são consideráveis quando se considera que o total do primeiro semestre de 2021 equivale a um crescimento de impressionantes 2.200% em relação ao mesmo período do ano passado e de 1.520% na comparação com o intervalo entre julho e dezembro de 2020. O total brasileiro também posiciona o nosso país entre os mais atingidos internacionalmente; o “campeão” é a China, com 456 milhões de ataques, seguida da Rússia (168 milhões) e EUA (73 milhões).

Ataques contra Internet das Coisas dobraram no 1º semestre
Com mais de 40,7 milhões de incidentes registrados, Brasil é um dos principais alvos globais de golpes contra dispositivos da Internet das Coisas (Imagem: Reprodução/Kaspersky)

Tais crescimentos exponenciais também acompanham o aumento no uso de dispositivos da Internet das Coisas. De acordo com o levantamento, em 2020, eram 8,47 milhões, um total que pode chegar a 244 milhões em 2030. “Grupos cibercriminosos adotam novas tecnologias de forma muito rápida e elas são incorporadas como parte de suas operações”, explica Roberto Martinez, pesquisador sênior de segurança da Kaspersky. Ele cita, também, a disseminação em grande escala de pragas como uma espécie de automatização do setor, permitindo que dezenas de milhares de aparelhos vulneráveis sejam colocados, de uma vez, à mercê dos atacantes.

Digitalização e perigo

“O crescimento exponencial aumenta o risco, pois existem mais aparelhos para serem atacados e novas utilizações de dispositivos comprometidos”, completa o especialista. Na visão dele, a mineração de criptomoedas usando estas redes de dispositivos pode ser uma tendência, ainda que eles apresentem baixo poder de processamento, enquanto a presença de aparelhos comprometidos nas redes também pode servir de vetor para o roubo de dados.

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Martinez associa esse aspecto à digitalização cada vez maior de governos e empresas, com documentos pessoais, dados bancários e demais informações estando disponíveis de forma conectada. Ele aponta, por exemplo, o foco cada vez maior de cibercriminosos em soluções biométricas, que podem não representar uma barreira absoluta do ponto de vista da proteção de sistemas.

Ataques contra Internet das Coisas dobraram no 1º semestre
Proliferação de dispositivos conectados também aumenta a superfície de ataque, com o número de incidentes no Brasil tendo aumento de mais de 1.500% em relação ao final do ano passado (Imagem: Reprodução)

“Caso [estes dados] não tenham a proteção adequada, uma vez que são convertidas em bytes e usadas nos sistemas, também podem cair nas mãos dos criminosos para utilização em intrusões”, explica o especialista. “Estas tecnologias facilitam a vida, mas um vazamento de documentos digitais também pode nos expor completamente.”

Para evitar problemas, o ideal é que os investimentos em sistemas de defesa e mitigação acompanhem medidas de educação. Isso vale, inclusive, para colaboradores que não estejam envolvidos em tarefas de cibersegurança e, também, usuários comuns, já que a noção atual é de que qualquer indivíduo pode ser um alvo.

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“O investimento em segurança se faz todos os dias, de maneira constante e consistente. Não adianta falar grego com quem não é iniciado em segurança; o importante é garantir que todos compreendam e absorvam a informação”, completa Claudio Martinelli, diretor-executivo da Kaspersky para a América Latina.

Martinez ressalta ainda o estabelecimento de padrões e regras, principalmente sobre mitigação de falhas conhecidas e aplicação de atualizações, como forma de reduzir a taxa de intrusões. “Não é possível fazer frente ao cibercrime usando políticas obsoletas. A internet não tem fronteiras e [os bandidos] também não, mas a velocidade das respostas não é a mesma do avanço das ameaças”, conclui.