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80% dos apps de saúde mental não têm padrões mínimos de segurança e privacidade

Por| Editado por Claudio Yuge | 02 de Maio de 2022 às 17h20

 Katerina Jerabkova/Unsplash
Katerina Jerabkova/Unsplash
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Um estudo conduzido pela Mozilla revelou que quase 80% dos aplicativos de saúde mental disponíveis para smartphones não seguem padrões mínimos de segurança e privacidade de seus usuários. O levantamento encontrou questões como compartilhamento de dados, anúncios direcionados e más práticas de segurança na maior parte das soluções analisadas, todas elas lidando com informações sensíveis da saúde e intimidade de seus utilizadores, que mereciam salvaguardas maiores.

O levantamento aparece no estudo “Privacidade Não Inclusa” (Privacy not Included, no original em inglês), que analisa estes aspectos em diferentes aplicações do mundo mobile. A conclusão é que, enquanto oferecem meditação, orientação religiosa e até dicas de cuidado para saúde mental, 25 dos 32 aplicativos analisados não atingem os requisitos mínimos da organização sobre segurança e privacidade, colocando os dados de seus usuários em risco ou os sujeitando a direcionamento de anúncios ou possíveis comprometimentos de contas.

Apps famosos estão sem o mínimo de segurança e privacidade

Soluções famosas aparecem na listagem, como é o caso do Calm. O famoso app focado em meditação pode rastrear o usuário e compartilhar seus dados com terceiros desconhecidos, para fins de marketing e pesquisa, além de coletar informações de fontes externas caso, por exemplo, o login seja feito pelo Facebook. A situação se torna mais grave quando se leva em conta o tipo de métrica disponível, envolvendo rotinas pessoais, gênero e localização.

Outro figurão da lista é o Glorify, que tenta apresentar uma experiência religiosa tecnológica com listas de oração, mensagens e devocionais diários. Aqui, novamente, estamos falando de um app que pode usar as informações dos usuários para fins de privacidade, combinando tais dados com fontes externas para entregar propagandas e outros fins, sem especificar exatamente quais.

A coleta de dados ostensiva e sem fins determinados é o problema na maior parte dos aplicativos analisados pela Mozilla, incluindo soluções sensíveis como o Better Stop Suicide, voltado para prevenção do suicídio. A ideia de que os dados dos usuários estão sendo coletados neste momento de fragilidade extrema, sem indicação de como serão usados nem por quem, soou extremamente nociva para os especialistas.

A Mozilla também levantou questões como a falta de atualizações em políticas de privacidade — é o caso, por exemplo, de um app de desenvolvimento mental da Vila Sésamo, voltado para crianças, que não recebe mudanças nos termos desde 2013. A falta de indicação de uso de criptografia e medidas básicas de segurança no armazenamento de informações também pode colocar os dados coletados pelos apps em risco de caírem nas mãos de terceiros após ataques cibernéticos.

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Entre os apps de saúde mental, apenas três soluções foram consideradas adequadas pelo levantamento: Wysa, PTSD Coach e Headspace, que seguem as práticas mínimas de proteção e apresentam políticas de privacidade claras, ainda que também coletem informações e realizem o direcionamento de publicidade. O estudo completo da Mozilla analisa aplicações de diferentes tipos e categorias, indicando, em cada uma delas, os problemas e a graduação das aplicações diante das melhores práticas da organização.

Fonte: Privacy not Included