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UFRJ investe na fabricação de ventiladores pulmonares para tratar a COVID-19

Por| 06 de Abril de 2020 às 18h10

Reprodução
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Pesquisadores do Rio de Janeiro estão em processo de desenvolvimento de um protótipo de ventilador pulmonar mecânico para ajudar no tratamento da COVID-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Os estudos estão acontecendo pelo Programa de Engenharia Biomédica (PEB) do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ), com o objetivo de fabricar o equipamento em massa para que chegue ao mercado nacional com valores mais em conta e com maior rapidez.

De acordo com os pesquisadores, o Brasil irá necessitar de uma demanda de mais de 20 mil ventiladores pulmonares mecânicos para atender todos os casos graves de COVID-19, sendo uma quantidade maior que a realidade, que envolve a produção de apenar dois mil equipamentos por mês. Para que essa missão seja possível, pesquisadores que estão trabalhando no Laboratório de Engenharia Pulmonar e Cardiovascular (LEP) da Coppe/UFRJ, colocaram no ar uma campanha de financiamento a fim de buscar também parcerias com instituições públicas e privadas.

UFRJ investe na fabricação de ventiladores pulmonares para tratar a COVID-19
Protótipo de ventilador pulmonar mecânico (Imagem: Reprodução/UFRJ)

Até o momento, a iniciativa funciona com a colaboração de pesquisadores de cinco programas de pós-graduação, além de outras unidades da universidade e outras instituições de pesquisa do país, que vão ajudar não só no desenvolvimento, como no financiamento e distribuição dos equipamentos. Jurandir Nadal, professor e chefe do LEP, contou que a proposta é possibilitar a ventilação mecânica com diferentes concentrações de oxigênio e pressão que sejam compatíveis com pacientes que apresentem uma condição chamada angústia respiratória, sintoma da COVID-19.

Com isso, válvulas de segurança protegem o paciente de pressão excessiva ao mesmo tempo em que filtros especiais evitam que o ar expirado acabe espalhando coronavírus no ambiente, contaminando os profissionais que estão por perto.

Testes e próximos passos do projeto

Testes realizados com uma versão beta do ventilador, que envolve o uso de válvulas solenoides e outras, trouxe um resultado positivo de modelo físico de pulmão configurado em condições semelhantes às de pacientes que sofrem de insuficiência respiratória. Os pesquisadores estão trabalhando em adaptações para que o protótipo seja mais adequado a uma produção em escala industrial, com testes sendo realizados a partir da próxima semana, após acordo com a aprovação de ética em pesquisa com seres humanos. De acordo com Nadal, a repercussão do projeto chamou a atenção de diversas empresas e voluntários, resultando em negociações satisfatórias.

"Algumas estão entre as maiores empresas do país. A Petrobras vem ajudando no desenvolvimento do modelo experimental, com a participação presencial de engenheiros de seu Centro de Pesquisas, o Cenpes, na Ilha do Fundão. A Whirlpool (Brastemp/Consul) tem acompanhado dia a dia o desenvolvimento e teste de peças e prestado uma preciosa ajuda no contato e seleção de potenciais fornecedores. Vale e Firjan se dispuseram a apoiar financeiramente o projeto, assim como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Ministério da Saúde, o Ministério de Ciência e Tecnologia e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) já aprovou e liberou recursos para o projeto", conta o pesquisador.
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Grandes empresas também se dispuseram a ajudar na fabricação dos equipamentos, como Embraer, Bosch e Weg, além das Forças Armadas que está se voluntariando para o apoio na fabricação, transporte e entrega dos ventiladores. Sobre os custos estimados, Nadal diz que o maior valor seria para o pagamento de dezenas de pessoas por hora de trabalho, destacando que elas vêm trabalhando, atualmente, como voluntários.

"As peças envolvidas são poucas e ainda não é possível avaliar com precisão o custo de cada uma na fase de produção em quantidade, mas espera-se ter um produto muito mais barato que um monitor médico comercial, cujo valor é cerca de 50 mil reais. Isso acontece porque o produto não pretende ter o mesmo nível de sofisticação dos demais. Além disso, seu custo final pode ainda ser reduzido se as intenções de apoio financeiro se concretizarem", completa.

Mais informações sobre o projeto podem ser conferidas no site oficial da iniciativa, assim como uma ficha de cadastro para interessados em colaborar.

Fonte: UFRJ