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Neil deGrasse Tyson diz que a Marvel é "cientificamente mais precisa" que a DC

Por| 10 de Março de 2020 às 21h20

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A rivalidade entre a Marvel e a DC Comics é alimentada há muitos anos nos Estados Unidos e, embora não seja assim tão feroz mundo afora — já que quem realmente gosta de quadrinhos não liga muito para isso e curte ambas as editoras —, às vezes é divertido comparar os personagens e tramas. E como ambas as marcas estão agora mais populares, devido ao sucesso de seus filmes, fica a pergunta: qual é cientificamente mais correta em suas histórias?

Bem, há tempos sabemos que a ciência no universo Marvel é bem semelhante à magia e isso remonta às próprias concepções do que se tinha sobre o assunto na história da humanidade — afinal, vários cientistas do passado foram vistos com certa descrença, e muitos de seus feitos chegaram a ser relacionados como “bruxaria”. Além disso, os personagens da Casa das Ideias costumam ser “humanos querendo ser deuses”, que brigam mais entre si e moram em cidades reais, enquanto os da DC são “deuses querendo ser humanos” em várias metrópoles fictícias.

Minissérie SHIELD, mostra Michelangelo criando uma dos primeiros robôs parecidos com humanos na Marvel
Minissérie SHIELD, mostra Michelangelo criando uma dos primeiros robôs parecidos com humanos na Marvel
(Marvel Comics)

E esse debate foi levado para um especialista no assunto, o astrofísico Neil deGrasse Tyson, que está voltando às telinhas com a terceira temporada da série Cosmos, no National Geographic. Perguntado se “a Marvel e a DC são cientificamente precisas”, o cientista não titubeou para responder que o universo de Homem-Aranha, Homem de Ferro, Hulk e companhia é, “sem dúvida”, o campeão nesse quesito.

Tyson cita as origens científicas dos personagens

Neil deGrasse Tyson diz que a Marvel é "cientificamente mais precisa" que a DC
Imagem: Reprodução/Sony Pictures

"Isso é óbvio. A Marvel vence essa disputa com a DC, menos com Thor e talvez um ou dois outros (personagens) que eu tenha esquecido. Quase todos com poderes na Marvel Comics são derivados de algo científico que lhes aconteceu", responde o astrofísico, em entrevista ao Comic Book.

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Ele demonstra isso com referências aos personagens mais populares, criados na “Era Atômica”, após a Segunda Guerra Mundial, quando radiação e bomba nuclear devastaram o Japão. "O Homem-Aranha. Ele é picado enquanto está em um laboratório de biologia, onde há uma aranha radioativa. Há o Hulk, que… sofre com raios gama. Todo mundo tem uma história baseada em ciências por trás de suas superpotências, e isso cria um cenário fértil para o qual você pode voltar se precisar. Além disso, Banner era médico, pelo amor de Deus. Portanto, isso tem valor”, comenta.

Tyson deixa claro que a DC Comics também tem seus “méritos científicos” e garante que é fã da editora — inclusive ele até fez parte de uma história do Superman, na edição 14 de Action Comics, de 2012. "Estou lá. O Superman queria usar o Planetário Hayden, onde trabalho, para observar a destruição de Krypton, porque a luz daquela explosão chegaria à Terra naquele momento. Essa foi a premissa dessa história e eu tive que me certificar de que todos estivéssemos na mesma sintonia”, conta.

Neil deGrasse Tyson diz que a Marvel é "cientificamente mais precisa" que a DC
Imagem: Reprodução/DC Comics

Neste caso, ele detalhou que realmente teve influência no roteiro, para torná-lo preciso — ou o mais verossímil possível — em como seria, hipoteticamente, lidar com alienígenas. "Conversei o escritor e disse: 'Tudo bem, se for esse o caso, significa que o Superman chegou aqui através de um ‘buraco de minhoca’, porque é a única maneira de ele superar um raio de luz. Eu só quero deixar isso claro”, explica.

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A trama foi escrita por Sholly Fisch, veterano experiente em construir histórias didáticas, em parceria com Grant Morrison. “Trabalhei com eles na história apenas para tentar manter a ciência em destaque. De qualquer maneira, foi muito divertido conhecer o Superman", complementou. A nova temporada de Cosmos, chamada Mundos Possíveis, estreou lá fora nesta terça-feira (9), em tempo das comemorações dos 40 anos da série original de Carl Sagan. Ainda não há previsão de exibição no Brasil.

Fonte: Comic Book