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Projeto da IBM "ensina" computador a criar sonetos no estilo de Shakespeare

Por| 13 de Agosto de 2018 às 13h53

Projeto da IBM "ensina" computador a criar sonetos no estilo de Shakespeare
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Pesquisadores da Austrália e do Canadá “ensinaram” um computador a compor sonetos no mesmo estilo usado por William Shakespeare. Um consórcio composto pela Universidade de Toronto, Universidade de Melbourne e a IBM Austrália criou o projeto Deep-speare, uma empreitada direcionada ao campo da inteligência artificial que busca, de forma resumida, simular formatos artísticos apenas com dados, sem o uso de aplicações externas.

Segundo as estruturas literárias, há diversos tipos e normas de composição de um soneto. No caso presente, a base utilizada foi o soneto inglês (amplamente conhecido como “soneto shakespeareano”), que apresenta esquema estrófico próprio, com três quartetos e um dístico. O consórcio valeu-se dessa estrutura e das palavras mais usadas pelo próprio Shakespeare para que uma rede neural artificial criasse obras próprias no mesmo modelo.

William Shakespeare
William Shakespeare, 1564 a 1616 (Chandos Portrait, artista desconhecido) 

Um dos cientistas envolvidos no projeto, Jey Han Lau, disse ao Engadget que um dos intuitos do Deep-speare era “descobrir se era possível aprender esses formatos apenas por meio do uso de dados, sem a inclusão de fontes externas de conhecimento, como dicionários de pronúncia e sílabas”.

Ao todo, foram utilizados pela IBM cerca de 2.600 sonetos para fins de aprendizado, desenvolvimento e testes – um número que o próprio Lau reconhece como modesto: "O volume é bem pequeno comparado ao que uma rede de aprendizado aprofundado costuma exigir. Tivemos que usar a criatividade para desenhar a rede – não podíamos criar algo muito complexo senão ela ia simplesmente memorizar sonetos. O que queríamos era que a rede generalizasse seu aprendizado e compusesse novos poemas”. Claro, o material produzido enganou os olhos mais casuais, que não souberam diferenciá-lo daquele produzido por humanos, mas em exibição a críticos especializados, o feedback mostrou “falta de leitura e emoção”. Porém, ainda que não seja um sistema perfeito, Lau disse que aprimoramentos já estão sendo pesquisados.

Os resultados foram publicados pelo consórcio durante a ACL Conference, mas usuários mais interessados podem acessar a página do projeto no GitHub e brincar com os dados dispostos pela equipe.

Fonte: ACL Web; Engadget; Deep-speare (GitHub)