Renner lança fundo de R$ 155 milhões para startups de moda e estilo
Por Márcio Padrão | Editado por Claudio Yuge | 11 de Março de 2022 às 22h20
As Lojas Renner ampliarão seus investimentos em startups por meio do RX Ventures, seu novo fundo de capital de risco corporativo (CVC) para injetar dinheiro em soluções para o segmento de moda e estilo. O fundo surge com um capital de R$ 155 milhões para escalar ou adquirir participações minoritárias das startups.
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O fundo prevê períodos de quatro anos de investimento e mais quatro para desinvestimento (venda de ativos) para pelo menos dez empresas. Os segmentos prioritários são varejo de moda, marketing, e-commerce/marketplace, fintechs (financeiras) e logtechs (logística). A Renner e a gestora parceira, a PortCapital, focarão em startups seed, isto é, iniciantes com produtos já em validação; ou as série A, um pouco mais maduras.
Os critérios para investimento incluirão também o envolvimento das startups com as práticas ESG (ambientais, sociais e de governança). No encerramento do ciclo de aporte, cada participação do fundo poderá evoluir para uma aquisição ou venda da startup ou então contribuir para a abertura de capital da empresa beneficiada. A Renner deve obter entre 10% e 20% de participação minoritária de cada startup, com financiamentos de US$ 5 milhões a US$ 15 milhões.
Além do aporte de capital, o RX Ventures oferecerá acesso à infraestrutura e equipes da Renner e poderá realizar parcerias com a varejista. No entanto, a rede diz que não terá ingerência sobre os negócios das empresas beneficiadas.
Segundo Daniel Martins, chefe financeiro da empresa, esse movimento de parceria e proximidade com startups vem acontecendo há um tempo — no ano passado, a Renner comprou a startup Repassa, que atua com revenda de roupas, calçados e acessórios. "Está muito relacionado à nossa estratégia omnichannel para acelerar nossa transformação digital, além de tornar tudo mais atrativo para as startups ao trabalharmos com um gestor importante [a PortCapital]", disse, em entrevista ao Canaltech.
"A Renner tem uma ambição de se tornar o ecossistema líder de lifestyle na América Latina, e a empresa sabe que não vai conseguir isso sozinha, então precisa ter startups parceiras para isso", disse Guilherme Reichmann, diretor de estratégia e novos negócios da rede. Além disso, o fato de que 2022 promete ser um ano economicamente instável, por conta de inflação e eleições, não assusta a empresa nessa empreitada. "É um investimento de longo prazo. Vamos colher resultados do fundo entre 36 e 48 meses, então não acreditamos que o que acontece no presente deva mudar isso."