Viraliza? Cientistas revelam os bastidores da vacina contra a COVID-19 no TikTok
Por Fidel Forato | 23 de Outubro de 2020 às 09h37
Não é segredo que pesquisadores e cientistas de todo o mundo trabalham arduamente no desenvolvimento de uma vacina segura e eficaz contra a COVID-19, mas pouca gente conhece os bastidores dessa pesquisa. Para desmistificar a busca por imunizantes, a Organização das Nações Unidas (ONU) lança uma iniciativa global para que pesquisadores de diferentes instituições — como a Universidade de São Paulo (USP), Harvard, Imperial College London e Wits University — abordem o tema no TikTok.
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No Brasil, a iniciativa da ONU foi apelidada de #EquipeHalo e pretende revelar o cotidiano dos cientistas, chamados de “guias” na rede social. Além de três cientistas brasileiros, participam pesquisadores do Reino Unido, Estados Unidos, África do Sul e Índia, de forma voluntária. Mais do que compartilhar conhecimentos sobre a pandemia da COVID-19 e vacinas, a ideia é que interajam com público e esclareçam boatos que circulam pelas redes.
Desmistificando a vacina contra a COVID-19
Sobre a iniciativa que busca transformar cientistas em tiktokers, a sub-secretária-geral de Comunicação Global da ONU, Melissa Fleming, explica que a desinformação minou a confiança do público nas vacinas. “A #EquipeHalo pretende recuperar essa confiança. São pessoas incríveis fazendo a ciência ser parte de uma colaboração global. Devemos comemorar o fato destes profissionais nos ajudarem a colocar um fim nesta terrível pandemia”, comenta.
“Em um momento em que médicos e cientistas de todo o mundo trabalham incansavelmente para informar o público sobre os perigos da COVID-19 e o progresso nas vacinas, nós damos as boas-vindas a #EquipeHalo como uma forma de compartilhar conteúdo sobre o assunto através do TikTok”, defende Matthew Harris, chefe do TikTok for Good/Europa.
Cientistas, brasileiros e o TikTok
Por enquanto, o Brasil começa com três cientistas dentro da iniciativa da ONU: os pesquisadores Gustavo Cabral de Miranda e Natalia Pasternak, e o biofísico Rômulo Neris. “A informação científica de qualidade precisa circular nas redes sociais de forma fácil, acessível e didática. O sentimento antivacinas no Brasil e no mundo está crescendo, e não deve ser subestimado. Participar de uma iniciativa mundial, representando o Brasil, é uma honra e uma ótima oportunidade para divulgar ciência neste mar de desinformação”, defende Pasternak sobre a iniciativa que busca aproximar a ciência dos jovens.
Para conhecer os brasileiros, Gustavo de Miranda trabalha com o desenvolvimento de vacinas contra o novo coronavírus, chikungunya e zika vírus, dentro do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Já Natalia Pasternak é pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, no Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas (LDV), e diretora-presidente do Instituto Questão de Ciência. Enquanto Rômulo Neris investiga na sua pesquisa de doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a forma como o sistema imune reage ao novo coronavírus.
Para conferir a lista completa de cientistas que aderiram ao movimento, clique aqui.