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Transfusão de sangue de um camundongo velho para um jovem causa envelhecimento

Por| Editado por Luciana Zaramela | 05 de Agosto de 2022 às 18h40

Karsten Paulick/Pixabay
Karsten Paulick/Pixabay
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Cientistas da University of California realizaram transfusões de sangue de camundongos mais velhos para camundongos mais novos e descobriram que a operação desencadeia envelhecimento no corpo dos jovens — ou seja, o decaimento celular não é apenas culpa da idade.

A hipótese é antiga, e já era confirmado que conectar cirurgicamente roedores mais idosos aos mais jovens causaria um rejuvenescimento dos seniores. Enquanto se sabia o benefício que isso causava nos camundongos velhos, os efeitos no doador mais novo eram incertos.

Foram observadas células senescentes nos camundongos que receberam transfusões de sangue de roedores mais velhos (Imagem: CreativeNature_nl/Envato Elements)
CaptionForam observadas células senescentes nos camundongos que receberam transfusões de sangue de roedores mais velhos (Imagem: CreativeNature_nl/Envato Elements)

Envelhecendo os jovens

Mais especificamente, o sangue de roedores com quase 2 anos foi retirado e a transfusão feita para animais de 3 meses. Após duas semanas, verificou-se um número crescente de células senescentes, ou seja, células que já estão danificados e não se dividem mais, mas também não morrem. Elas podem ser identificadas no fígado, rins e músculos. É normal que elas se acumulem à medida que se envelhece: nos humanos, isso se inicia após apenas alguns anos de vida.

Além das células senescentes, também foi identificada fraqueza nos camundongos jovens que receberam a transfusão, medida por testes de força. De modo geral, o teste concluiu que a ocorrência de tais células pode ser induzida em animais mais novos à parte do envelhecimento cronológico.

Segundo os cientistas, isso abre novos horizontes e ajuda a explicar porque senolíticos — medicações que limpam células senescentes no corpo — não têm surtido efeitos tão bem-sucedidos quanto se esperava em seus testes clínicos. Mesmo assim, tais medicamentos ainda estão sendo pesquisados, já que há potencial para serem utilizados em tratamentos contra o câncer.

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Especialistas ainda apontam que os achados da pesquisa poderão ajudar nos esforços para combater os efeitos da idade, como os problemas de saúde advindos de um corpo cronologicamente envelhecido. A publicação do estudo foi feita na revista científica Nature Metabolism no último dia 28 de julho.

Fonte: Nature Metabolism, Nature