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Novos relógios atômicos precisos são usados no padrão universal de tempo

Por| Editado por Patricia Gnipper | 02 de Fevereiro de 2022 às 09h10

Lisa Gielis/Pixabay
Lisa Gielis/Pixabay
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A Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou oficialmente a adição de suas medições de tempo ao sistema de horário global UTC (Tempo Universal Coordenado). Agora, o centro da missão ESOC adicionará os horários medidos em dois relógios atômicos, localizados na Holanda.

Por que tantos relógios atômicos?

Com a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein comprovada inúmeras vezes, os cientistas aceitaram que o tempo é relativo, ou seja, a hora em um relógio depende de quão rápido ele está se movendo em relação ao universo, ou quão longe está de um corpo massivo.

Por exemplo, um relógio na superfície do planeta medirá um tempo diferente de um relógio no topo do Monte Everest. A diferença será insignificante para nós, cidadãos comuns, mas para operações que exigem uma precisão de nanossegundos pode ser o suficiente para causar falhas.

Dois equipamentos que produzem ondas eletromagnéticas "coerentes", usados ​​para a cronometragem em relógios atômicos (Imagem: Reprodoção/ESA)
Dois equipamentos que produzem ondas eletromagnéticas "coerentes", usados ​​para a cronometragem em relógios atômicos (Imagem: Reprodoção/ESA)

Assim, é impossível saber qual é a hora exata neste exato momento em qualquer lugar que não seja sua localização precisa. É que comparar relógios em dois locais diferentes leva tempo, e para as missões espaciais é ainda mais complicado — os sinais de sondas em Marte, por exemplo, levam cerca de 14 minutos para chegar na Terra, e o mesmo receber respostas.

Séculos atrás, cada região determinava seu próprio horário definido pelo movimento do Sol, mas à medida que a globalização avançava, com pessoas viajando entre países cada vez mais rápido, tornou-se necessário um horário universal. Então, foi criado o Greenwich Mean Time, em 1884, marcando o tempo solar médio contado a partir da meia-noite no Observatório Real de Greenwich.

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Contudo, isso não foi mais o suficiente para sistemas que surgiram em meados do século XX, então foi introduzido em 1967 o Tempo Universal Coordenado (UTC), usando medições da rotação da Terra com leituras médias de cerca de 400 relógios atômicos extremamente precisos, localizados em todo o mundo.

Uma vez que o tempo é crítico para muitas missões que operam em vários locais do planeta — ou fora dele —, é fundamental medir com precisão o tempo em todos esses lugares, com uma referência global “impecável”.

Esse tempo global (ou universal, como é comumente chamado) é usado para previsão do tempo, por pilotos que voam em diferentes fusos horários, operadores de naves espaciais que realizam missões no espaço e infraestrutura dos sistemas econômicos, da bolsa de valores à Internet.

Relógios atômicos cada vez mais precisos

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O sistema UTC foi adotado em 1967; é ajustado de vez em quando por segundos bissextos para considerar a diferença entre a definição do segundo e a rotação da Terra (Imagem: Reprodução/TimeZonesBoy/Wikimedia Commons)
O sistema UTC foi adotado em 1967; é ajustado de vez em quando por segundos bissextos para considerar a diferença entre a definição do segundo e a rotação da Terra (Imagem: Reprodução/TimeZonesBoy/Wikimedia Commons)

Desde 2012, o centro técnico ESTEC da ESA, na Holanda, contribui para o UTC com seus relógios atômicos localizados na cidade holandesa de Noordwijk. Agora, o centro de controle da missão ESOC está adicionando oficialmente suas medições à “salada” de horários medidos em todos os lugares do mundo.

Essa adição oficial é, na verdade, um passo que veio após o sucesso do uso experimental das medições do ESOC. O tempo anteriormente fornecido por eles estava em condições de laboratório, ou seja, não era usado pelas estações terrestres ou missões oficiais.

Agora, a principal diferença é que o ESOC está oferecendo um 'tempo operacional', pronto para uso imediato em qualquer missão, sem interrupção, de acordo com Werner Enderle, Chefe do Gabinete de Apoio à Navegação da ESA no ESOC. As medições dos dois relógios atômicos da Holanda foram apelidadas de “UTC (ESA)”.

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O UTC (ESA) fornecerá um link direto para todas as missões do ESCO ao UTC, permitindo “novos recursos e desenvolvimentos significativos que não eram possíveis anteriormente”, disse Sinda Mejri, especialista em frequência e tempo do ESOC. “Isso realmente fará uma grande diferença”.

Além de ajudar a melhorar a precisão do UTC em todo o mundo, o UTC ESA também vai favorecer todas as missões da agência europeia, possibilitando novas descobertas e façanhas no espaço.

Fonte: ESA