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Nobel de Química premia dupla que criou ferramenta de construção molecular

Por| Editado por Patricia Gnipper | 06 de Outubro de 2021 às 10h36

The Nobel Prize/Niklas Elmehed
The Nobel Prize/Niklas Elmehed
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Os vencedores do Prêmio Nobel de Química deste ano são dois cientistas que elaboraram uma nova ferramenta para a construção de moléculas. O químico alemão Benjamin List, do Instituto Max Planck para Pesquisas com Carvão, e o químico escocês David WC MacMillan, da Universidade de Princeton, desenvolveram a chamada organocatálise assimétrica, conceito que estimulou o avanço nas pesquisas farmacêuticas e diminuiu o impacto da química no meio ambiente.

Para que os químicos possam fabricar produtos que fazem parte do nosso cotidiano, como o plástico e baterias que armazenam energia, eles precisam de catalisadores, substâncias que permitem controlar a reação química e até mesmo acelerá-la se alterar o produto final. Em um carro, por exemplo, os catalisadores transformam substâncias nocivas em moléculas inofensivas. Em nosso corpo, as milhares de enzimas atuam como os catalisadores na construção das moléculas da vida.

Até os anos 2000, quando List e MacMillan começaram a trabalhar, independentes um do outro, na nova catálise, pensava-se que só existiam dois tipos de catalisadores: metais e enzimas. Com isso, o processo de quebrar moléculas e junta-las para chegar a um novo produto, era limitado. A organocatálise assimétrica, baseada em pequenas moléculas orgânicas, chega como um terceiro caminho: a produção de moléculas para os mais variados propósitos, desde a fabricação de tênis leves ou no tratamento de doenças no corpo humano.

E por que isso tem relevância? A catálise química corresponde a cerca de 35% do produto interno bruto mundial. Além dos plásticos, os catalisadores estão presentes em diversos processos, como na produção de aromatizantes de alimentos e de perfumes, mas a sobra dessas reações podem ser prejudiciais ao meio ambiente. O novo método dos vencedores torna a química “mais verde” ao reduzir os possíveis impactos à natureza. Em nota, o comitê ressaltou que a ideia não havia surgido antes porque as “ideias simples costumam ser as mais difíceis de imaginar”.

O químico Benjamin List, além de diretor do Instituto Max Planck para Pesquisa de Carvão, trabalha com sua equipe, a List Laboratory, na invenção de novas estratégias para o desenvolvimento de reações químicas perfeitas. Ele também é professor assistente no The Scripps Research Institute, na Califrónia, e professor honorário da Universidade de Colônia, na Alemanha.

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Já o químico escocês David WC MacMillan é professor da Universidade de Princeton; ali, atuou como chefe do departamento de química entre 2010 a 2015. Antes de ingressar no pós-doutorado na Universidade de Harvad, MacMillian obteve o título de doutor em química orgânica pela Universidade da Califórnia, em 1996. Hoje, o trabalho dele se concentra em conceitos inovadores em química orgânica sintética.

Fonte: The New York Times