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MasterCard quer deixar anônimas as transações em blockchain

Por| 10 de Dezembro de 2018 às 09h54

MasterCard quer deixar anônimas as transações em blockchain
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A administradora de cartões de crédito MasterCard registrou uma patente que ambiciona obscurecer pontos de saída e valores gastos em cada compra feita com seus cartões, caso essas transações sejam feitas em blockchain. Essencialmente, a empresa quer deixar anônimas as compras neste modelo.

O documento explica em detalhes o funcionamento da patente: a grosso modo, o usuário oferece um endereço primário para a transação, tal qual se faz hoje em qualquer compra de cartão de crédito. Esse endereço, então, armazena os dados da transação, incluindo o valor e destino final (ou seja, quem comprou e quem vendeu). Enquanto isso, uma nova assinatura digital e transacional é criada, com uma nova chave de autenticação. Essa “nova transação” é responsável por assegurar o recebimento dos fundos pela pessoa desejada. Como resultado, quando um vendedor recebe o valor da compra, o “endereço” dela será associado à MasterCard, e não à identidade do comprador.

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O método descrito acima é relativamente similar ao que se usa atualmente para lavar dinheiro em criptomoedas, embora alguns pontos os tornem diferentes. No caso do crime de lavagem, por exemplo, todos os endereços atrelados a uma compra são obscuros; no método da MasterCard, há pelo menos um, tornando a transação “legal”.

A patente da MasterCard também descreve métodos auxiliares de anonimato, como “quebrar” um pagamento em diversas e pequenas partes, “escondendo” o valor total e dificultando a identificação do comprador por associação.

É importante ressaltar que em nenhum lugar da patente está descrito que o método acima seja usado exclusivamente em criptomoedas. Para todos os efeitos, há espaço para a aplicação do processo em compras comuns também, embora isso possa causar problemas com governos em vários países.

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O outro lado

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A menção a governos não vem à toa: na última semana surgiu a notícia de que o governo dos Estados Unidos — por meio do seu Departamento de Segurança Interna (Homeland Security) — estaria construindo ferramentas para remover o caráter de anonimato das transações em blockchain e criptomoedas.

A ideia do órgão é encorajar pequenos negócios a desenvolverem e aplicarem métodos de identificação de crimes que tenham sido cometidos por meio das moedas virtuais. A documentação é abrangente e refere-se a todas as criptomoedas, porém menciona especificamente a Zcash e a Monero, que possuem um foco maior em privacidade dentro de suas comunicações corporativas e já foram muito utilizadas por terroristas e cibercriminosos.

Todas as informações partem do programa “Small Business Innovation Research Program” (SBIR), do próprio departamento. Essencialmente, trata-se de um programa trifásico, onde a primeira parte é “desenhar um sistema de análise de blockchain que permita a investigação forense para a Segurança Interna e autoridades da lei aplicarem em criptomoedas como Zcash e Monero”.

A segunda parte é a execução de testes e coleta de dados para criação de soluções-protótipo a fim de demonstrar o seu funcionamento para as autoridades. Finalmente, a terceira fase remete à integração dessas ferramentas a soluções comerciais e governamentais, permitindo que autoridades rastreiem e, com sorte, peguem cibercriminosos.

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Porém, o SIBR não tem o mesmo peso de uma licitação: não há uma encomenda de ofertas, apenas a submissão de uma documentação de abertura de programa. Até o final de dezembro, candidatos ainda podem expôr ao Departamento de Segurança Interna os seus questionamentos.

Fonte: The Next Web (1) (2)