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Análise | Blue Yeti X: um excelente microfone com poder absurdo de configuração

Por| 13 de Janeiro de 2021 às 18h00

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Luciana Zaramela/Canaltech
Luciana Zaramela/Canaltech
Tudo sobre Logitech

Em janeiro, a gente analisou, aqui no Canaltech, um dos microfones da Blue mais cobiçados por youtubers e podcasters, o Blue Yeti Nano. Se, naquela época (em que o mundo ainda não dimensionava o tamanho do problema que viria a encontrar com a pandemia da COVID-19) a procura por um bom microfone de mesa para gravar e fazer transmissões ao vivo já era alta, imagine agora, em tempo de lives e vídeos a pleno vapor!

A Blue conseguiu melhorar ainda mais o que trouxe nos modelos Yeti e Yeti Nano, lançando agora o parrudo Yeti X — um microfone com um nível de configuração e personalização absurdo para quem busca detalhes na hora de fazer conteúdo na web. Vamos, agora, falar tudo o que achamos dele.

Design

A família Yeti já é uma boa conhecida de produtores de conteúdo, sejam streamers do YouTube, gamers, podcasters ou músicos. Os modelos da marca trazem uma construção sólida e muito robusta, além, claro, de qualidade que se destaca entre as opções disponíveis por cada categoria. São microfones que dispensam aquele emaranhado de fios e placas de áudio para trabalhar diretamente via USB, oferecendo a opção de retorno por um mini-DAC embutido no próprio microfone. Com isso, a Blue consegue colocar sobre a sua mesa um modelo imponente, com visual bastante clean e bastante resistente.

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Nós recebemos o Yeti X na cor preta (Blackout), e a sensação que dá ao tirá-lo da caixa é de um produto feito para durar. Com uma base maciça feita de metal pesado e revestida por um aro de aço inox, o microfone é parrudo o suficiente para não gerar ruídos indesejados por esbarrões enquanto você estiver gravando ou transmitindo. Aliás, metal é o que mais tem, aqui: o corpo todo do Yeti X é feito de metal, bem como o suporte que vem nele. As quatro cápsulas (!) são revestidas por uma tela metálica reforçada, com um tecido adjacente que protege os componentes.


O visual é lindão, com uma pegada retrô e ao mesmo tempo moderna, além, claro, de bastante imponente: vai ficar bem bacana para aparecer nos seus vídeos, inclusive. Seguindo a tradição da Blue de colocar metais foscos e brilhantes no corpo dos microfones, apostando na discrição de detalhes e nível premium de acabamento. Há dois logos da Blue, em grafite brilhante: um atrás, no suporte (que pode estar virado para a câmera, por exemplo), e um na frente do microfone, virado para o locutor. Além deles, há também dois botões: um traseiro, pelo qual você muda os padrões do aparelho, e um dial dianteiro, pelo qual você controla ganho e volume de retorno nos headphones.

Um detalhe bacana (e funcional) que a Blue integrou no novo modelo é o medidor LED em alta definição, que serve para mostrar se o tom de voz está muito alto ou baixo, além dos tradicionais indicadores de ganho e volume do fone de ouvido, todos iluminados.

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O suporte permite que você gire o microfone sempre no mesmo eixo, podendo direcionar as cápsulas na angulação desejada, conforme mostra a imagem abaixo. Para prender o microfone na posição desejada, basta apertar as tarrachas laterais.

Se você preferir prender o microfone em uma aranha (o famoso shock mount, que evita que esbarrões na mesa se transformem em ruídos de trovão na gravação), vai fundo: o suporte tem porcas nas laterais que você pode desatarrachar para ter a liberdade de usar o Yeti X como quiser. O microfone vem com rosca na parte inferior se você preferir montá-lo em um braço, estilo boom, ou até mesmo em um pedestal.

Apesar de ser imponente o suficiente para dar vontade de começar a gravar no mesmo segundo em que você tira o microfone da caixa, ele não vem com pop filter ou, se quiser algo mais baratinho, uma espuma (windshield) — e a gente recomenda fortemente que você providencie um dos dois filtros para narrativas. A sua dicção vai ficar mais limpa com eles, principalmente se o foco for podcast ou música, já que eles filtram o ruído natural das consoantes B, P, S, T e, além disso, protegem as cápsulas do seu microfone de gotículas de saliva, que não devem entrar em contato com as partes metálicas nem com os componentes internos do produto.

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Funcionalidades

Como mencionado anteriormente, temos no Blue Yeti X dois botões: um traseiro, pelo qual você escolhe o padrão desejado, e um dianteiro, que te deixa definir ganho, volume e realizar outras funções. Como ele é um microfone condensador, precisa ser alimentado com energia elétrica (USB). Condensadores são conhecidos pela alta sensibilidade, e, consequentemente, alta definição, nitidez e qualidade de áudio. Por isso, é bacana você usá-lo em ambientes controlados, sem muita barulheira.

A Blue colocou no Yeti X quatro cápsulas de captação que te deixam gravar praticamente o que você quiser. Por exemplo:

  • Estéreo: para experiências imersivas, como gravações ASMR ou captação de instrumentos musicais
  • Omnidirecional: para teleconferências e captação de voz, instrumentos ou debates estilo "mesa redonda"
  • Cardioide: mais versátil para uma pessoa só, indicado para podcasts, streaming de vídeo, lives, reuniões online e gameplays
  • Bidirecional: para entrevistas em podcasts (uma pessoa de frente com a outra e o microfone no centro)
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Para selecionar ou alternar entre os padrões, basta pressionar o botão Pattern, nas "costas" do microfone. Assim, você escolhe o melhor modo para sua gravação. Conforme você pressiona, um indicador em LED aparece no corpo do aparelho, na parte frontal, mostrando, com cores variadas, o padrão de captação atual.

O bacana disso é que é fácil alternar entre os padrões, e também fica mais fácil reduzir no áudio captado ruídos indesejados, como o barulho do teclado enquanto você estiver digitando ou jogando. Basta pressionar o botão traseiro (Pattern) até chegar no tipo desejado de captação. Por padrão, ele já fica setado na segunda posição (cardioide). As quatro modalidades ficam marcadas na traseira do microfone, com LEDs.

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Pelo knob dianteiro, você consegue controlar ganho e volume de várias formas, e ainda ter um feedback de saturação, como nas placas de áudio profissionais. Quanto mais alto você fala (ou quanto mais alto você toca um instrumento), os LEDs coloridos vão ficando com tonalidades mais quentes. Laranja está quase clipando, e vermelho está no limite — ou seja, sua voz está estourando no áudio. Os indicadores piscam o tempo todo enquanto você estiver falando. Se algum ruído ambiente, como o do aparelho do ar condicionado, estiver interferindo na sua captação, você vai saber pelos LEDs: em nossos testes, os três primeiros LEDs verdes ficaram permanentemente acesos enquanto o ar estava ligado. Isso é muito bacana para que você consiga visualizar, bem ali na sua frente, se o som da sua voz está "rachando" na live, por exemplo.

O mesmo botão também controla o volume do que você escuta nos fones de ouvido (dá para ligar seus fones direto no Yeti X, o que confere mobilidade e praticidade no mesmo aparelho). Basta pressionar o botão uma vez por 1 segundo: os LEDs ficam brancos para indicar que o áudio controlado é o do fone, bem como o nível do volume. Se você pressionar por menos de um segundo, o aro do botão fica vermelho, indicando que o microfone está no modo Mudo — ou seja, não capta sua voz. Essencial para reuniões online hoje em dia, ou para momentos diversos dos vídeos (como sobe-som da trilha), gameplays e lives. Note que o botãozinho fica com o aro verde quando o som está sendo captado e o microfone está ativo.

"Ah, mas eu quero controlar o ganho do microfone e o retorno ao mesmo tempo, tem jeito?"

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Tem! Quando você pressiona novamente e segura por um segundo o botão frontal, ele divide o marcador de LED em dois: à esquerda, você controla o ganho do microfone; à direita, o volume do fone de ouvido. Os LEDs, nessa função, ficam cor-de-rosa.

Com isso, a Blue conseguiu inserir um botão inteligente e multifuncional que, além de comandar parâmetros básicos de ganho e volume, ainda mostra para o podcaster, gamer ou produtor de conteúdo um "feedback" do que está rolando em tempo real. Isso tem um valor imensurável nas lives, tão comuns hoje em dia. Para alterar entre os modos, basta pressionar o botão e verificar os indicadores que aparecem acesos ali mesmo, no corpo do microfone.

Conectividade: botando para funcionar

O Yeti X é um microfone completo, poderoso e com alta sensibilidade, que promete satifazer a galera mais exigente dentre streamers, podcasters e até músicos que precisam de praticidade/mobilidade para gravar ou transmitir conteúdo de áudio mono ou stereo.

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O mic conta com suporte a amostragens de até 24 bits e 48 kHz e resposta de frequência padrão (20 Hz a 20 kHz). Não gera latência, porque o output de monitoramento sai direto do aparelho, dispensando placas e mesas externas — é só plugar no PC ou Mac, abrir um software de gravação/captação e começar a falar. O modelo não trabalha com processamento de sinal digital (DSP), captando sua voz de maneira limpa e sem recursos de compressão/equalização no momento da gravação. Então, certifique-se de deixar o ganho em níveis suficientes para que sua voz seja captada de maneira alta e clara. Graças aos LEDs indicadores no corpo do microfone, você vai ter uma boa noção disso enquanto fala.

Portanto, ele funciona somente via USB (PC e Mac). Nada de tentar ligá-lo em mesas de som, amplificadores ou na entrada de áudio do seu computador — ele precisa ser alimentado e toda a comunicação se dá via USB, mesmo. O cabo vem incluso na caixa. Aliás, pensamos que a Blue fosse trazer conectividade USB-C desta vez, mas ainda manteve o Yeti X com o padrão micro USB dos modelos anteriores.

Além da entrada USB, ele conta com uma saída de 3,5 mm para fones de ouvido. Ou seja: seu fone precisa ser cabeado para que você monte um sistema tudo-em-um sem latência. Para captar e gravar o áudio, você pode eleger qualquer software de sua preferência — como GarageBand, Logic Pro X e Studio One Artist, Audacity, Adobe Audition, Sherpa (da própria Blue) etc.

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Para começar a usar o Yeti X, o processo é bem simples:

  • Posicione o microfone na mesa;
  • Plugue o cabo USB no microfone e no computador;
  • Configure nas preferências/conigurações de áudio do seu sistema operacional;
  • Abra o software de sua preferência e comece a gravar.

Sherpa: o aplicativo dedicado da Blue

A Blue disponibiliza um aplicativo bem direto ao ponto para quem quer usar os microfones da marca e configurá-los em termos de ganho e playback. Esse app é o Sherpa, disponível na página oficial da marca para Windows e Mac, e gratuito. É um app bem simples e basicamente te deixa "setar" pelo computador os níveis de ganho e monitoramento direto (nos fones de ouvido), além de alternar entre os padrões omnidirecional e cardioide. Também é possível selecionar o formato (qualidade/amostragem), emudecer o playback e fazer updates de firmware.

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Blue VO!CE

Outra compatibilidade bacana do Yeti X é com o VO!CE, que dá acesso a configurações profissionais para quem está produzindo conteúdo, como redução de ruído, compressão, expansão, limiter, de-esser, equalizador e efeitos para vozes, como modernos, quentes, vintage e vários outros.

O VO!CE é uma tecnologia (um software) da Blue que é compatível com os modelos premium da marca. No Yeti X, você pode abrir o app para controlar níveis de ruído, clareza da voz, ajustar efeitos que se assemelham aos de uma DAW de gravação (aqueles programas que os produtores musicais usam em seus estúdios). Seja jogando, seja gravando ou seja apresentando um vídeo ou podcast ao vivaço, você vai poder controlar tudo em tempo real. Isso dá uma ferramenta a mais para quem está produzindo de casa e precisa cortar ruídos indesejados de vizinhos ou até mesmo do movimento natural da casa (ou da rua).

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Blue Yeti X à prova

Em nossos testes, usamos em um Mac o software de captação GarageBand, sempre a 24 bits e 48 kHz (volume a 0 dB) para todas as etapas, com o microfone montado no suporte original, sobre uma mesa, no mesmo ambiente, sem pop filter. Não utilizamos os apps da Logitech/Blue para não gerar interferências nos resultados. O ganho esteve na posição de meio-dia na maioria dos testes, exceto na captação de mesa redonda, que tivemos de aumentá-lo para 75%. Não fizemos nenhum processamento posterior às gravações.

Primeiro teste: podcast

A gravação de podcasts com o Yeti X é simples, prática e funcional. Testamos o microfone em modo cardioide, com uma pessoa narrando um texto a 30 cm e a 20 cm de distância, além de testá-lo com e sem pop filter. O resultado foi uma narrativa clara, cristalina que praticamente dispensa edição. Por que praticamente? Porque em nosso ambiente de testes, houve um pequeno reverb, e talvez isso possa incomodar. No nosso caso, não foi problema algum: a locução saiu tão clara e com tanta presença que não precisamos alterar nenhum parâmetro de equalização ou efeitos — e isso sem usar os apps fornecidos pela Blue. Na pós-produção, resolvemos colocar editar o áudio um bocadinho para sentir a diferença (imagema baixo).

Os testes foram feitos exclusivamente no GarageBand, em um Mac. A melhor performance foi a mais ou menos 20 cm da cápsula, usando um pop filter.

Segundo teste: mesa redonda/conferência

Para não gerar nenhum viés nos testes, mantivemos o GarageBand e o Yeti X plugado diretamente no software para gravar uma entrevista (estilo mesa redonda) com duas pessoas a mais ou menos 50 cm da cápsula, porém usando o modo omnidirecional do microfone.

Para isso, foi necessário aumentar um pouquinho o ganho de captação no próprio Yeti X (deixamos em 75%), para que as duas pessoas ficassem à vontade enquanto conversavam.

Dependendo do ambiente (quanto maior a sala ou quanto menos proteção acústica, mais reverb você terá), você pode conseguir resultados incríveis sem precisar quebrar a cabeça com pós produção. Mas caso aconteça de seu áudio sair um pouco aquém do desejado, seja pela distância entre os interlocutores e o microfone, as condições da sala e ruídos indesejados, como do aparelho de ar condicionado, basta editar o áudio final no software de gravação (no nosso caso, na DAW/GarageBand) ou no app da Logitech, o VO!CE.

Nossos resultados foram bem bacanas: um leve reverb, natural pelo ambiente escolhido para gravação, que inclusive deu mais ambiência à voz. Não houve discrepância significativa entre as vozes (masculina e feminina), ambas saíram com volume bem equilibrado e o microfone captou com nitidez toda a conversa. Se essa entrevista fosse virar um off para um podcast, por exemplo, era só jogar uma trilha sonora como background e publicar, sem muito melindre.


Terceiro teste: stereo  

Para a galera da música ou aquela turma mais experimental, fazer um som diferente com o Yeti X também dá certo. A gente testou captação de uma música tocada no violão para gravar uma trilha no GarageBand e, além disso, também brincamos de fazer um som estilo ASMR (binaural). Os resultados foram incríveis para ambas as investidas — o que faz com que o Yeti X seja um microfone tão versátil a ponto de atender músicos e produtores de áudio que gostam de gravar e/ou divulgar, com praticidade, seus sons.

Com o violão: usando um violão de nylon em um ambiente fechado, sem muito tratamento acústico, porém com pouquíssimo eco, o resultado foi claro e surpreendente. Poderia, inclusive, ser um microfone para captação de instrumentos acústicos para gravação de músicas em home studio, afinal, ele é prático o suficiente para eliminar ruídos indesejados e é fácil configurar suas cápsulas para captar aquilo que realmente interessa. A gente prefere aplicar efeitos na pós produção, mas isso vai depender de cada um. É só ajustar o ganho de entrada no próprio corpo do microfone e pronto — e você ainda pode se ouvir tocando enquanto capta seu instrumento.

Duas pessoas cantando: simulamos um teste de brincadeira tentando cantar Águas de Março, como Elis Regina e Tom Jobim, a duas vozes, uma masculina, outra feminina, de cada lado do microfone. O efeito panorâmico/stereo é imediato: se você estiver monitorando em tempo real, vai ouvir "é peroba do campo" de um lado, e "é o nó da madeira" do outro. Isso porque nos posicionamos um de cada lado (direito e esquerdo) do microfone, brincando como se fôssemos Elis & Tom no clipe da música. O resultado é muito, mas muito bacana mesmo — e dispensa pós-processamento, a menos que você seja muito exigente.

"Binaural": antes de qualquer coisa, vale dizer que o Blue Yeti X não é, de fato, um microfone binaural (que precisa de todo um posicionamento estratégico considerando a distância entre os ouvidos da pessoa que escuta o som gravado), mas sim um microfone capaz de captar em stereo e em modo omnidirecional. No modo estéreo, o efeito que ele causa é o de abrir dois canais de captação para que, com fones de ouvido, a pessoa que escuta tenha a impressão de que está ouvindo a voz, o ruído ou o instrumento gravado a certa profundidade à sua direita, ao centro ou à sua esquerda. Ele simula o ASMR dessa maneira, não sendo, de fato, um microfone dotado dessa tecnologia. Nos nossos testes, deu para brincar um pouco com isso, gerando a ilusão de um áudio ASMR, mas não existe a profundidade gerada pelo posicionamento direto de microfones no pavilhão auditivo, onde geralmente são colocados os microfones para gerar o efeito exato de distância entre fonte sonora e ouvinte. Dá para brincar, porém: você pode "passear" pelo efeito panorâmico nos canais estéreo do Yeti X e criar músicas ou gravações com efeitos de direta e esquerda, mas não binaurais ao pé da letra.

Em tempo: um exemplo de microfone binaural é o Hooke Verse (vídeo abaixo), que é posicionado exatamente sobre cada orelha para criar um campo acústico com profundidade e espaço praticamente idênticos ao posicionamento dos dois ouvidos humanos. Dessa forma, é possível ter não só profundidade e volume, como também distância e direção do áudio. Bem diferente de colocar duas cápsulas dentro de um microfone de mesa para captarem em dois canais, não é mesmo?


Quarto teste: gravação de chamada no celular

Usamos o Blue Yeti X para gravar uma entrevista feita pelo celular. Colocamos o telefone no viva-voz sobre a mesa a uma distância de 15 cm da cápsula, em modo cardioide, com o microfone inclinado para o alto-falante do celular, de modo a eliminar ao máximo ruídos externos que pudessem interferir na captação, ao mesmo tempo que fosse possível evitar efeitos indesejados, como microfonia e ruídos de radiofrequência.

O resultado foi incrivelmente bom: dada a sensibilidade o microfone condensador, basta saber posicionar direitinho o celular em um ângulo bom para captação em modo cardioide (ou estéreo, ou ominidirecional, dependendo do seu objetivo) para ter um voiceover bem fácil de compreender, e com um ganho bem bacana para decupagem ou até mesmo edição para podcasts ou entrevistas por telefone. Nesse teste, aumentamos o ganho de captação para 75% — enquanto nos demais, mantivemos o dial em meio-dia.

Quinto teste: live

Com esses quatro modos de captação e a possibilidade de controlar ganho de entrada direto do microfone, o Blue Yeti X te abre um leque enorme de possibilidades também para fazer lives. Quer fazer streaming sozinho no seu canal do YouTube? Basta posicionar o microfone a uma distância bacana, testar o ganho antes de começar, ouvir sua voz num fone de retorno e pronto, é só começar. Vai ter mais gente participando? Coloque o microfone no centro, captando a galera no modo omnidirecional. E deixa a criatividade rolar… o som, certamente, sairá alto e claro.

Games

Se você possui mais aparelhos do ecossistema da Logitech e quer integrá-los de modo mais inteligente à sua jogatina, basta baixar o Logitech Hub. Por lá, você controla parâmetros e configura teclados, mouses, microfones e fones de ouvido. O Yeti X, por exemplo, é reconhecido pelo software e pode ser controlado por lá — e você pode gerar um ambiente de fala translúcido enquanto joga, com zero delay de retorno enquanto ouve.

Para transmitir uma uma gameplay ao vivo na Twitch, por exemplo, é tudo plug-and-play. Se você preferir usar aplicativos dedicados, como o Streamlabs ou Xsplit, vai curtir o resultado, já que a voz soa cristalina e você não terá absolutamente nenhuma latência. Basta montar o sisteminha tudo-em-um no próprio microfone, conectando-o ao PC e plugando seu fone de ouvido no Yeti X. Pode fazer isso para gameplays ou mesmo para trocar ideia com seus amigos enquanto joga Among Us, por exemplo.

Usando o Game Experience, da Nvidia, o Yeti X passou no teste de primeira: no modo cardioide, que é o padrão para jogatinas, a qualidade do áudio e a sensibilidade do microfone são excelentes, tanto para narrar quanto para conversar in-game. Deixamos o microfone posicionado a uma distância de aproximadamente 30 cm da boca, sobre a mesa, sem pop filter nem espuma.

O resultado é um áudio muito equilibrado. Já a sensibilidade você consegue ajustar posicionando o microfone e alterando o ganho.

Como existe o controle de ganho e volume bem na parte frontal do microfone, talvez você nem sinta necessidade de usar os apps da Logitech (Sherpa e G HUB). Mas, caso queira, ele vai te ajudar a definir parâmetros como qualidade e amostragem, além de controlar pela interface tudo o que você controla nos botões físicos do mic.

G HUB

Como o Yeti X também é voltado para gamers, com a hub que integra os produtos da Logitech, você pode carregar um perfil com todos os jogos que tem no seu computador e definir uma série de parâmetros (para teclado, mouse, fones de ouvido, microfones) e sincronizar a cor de todo o seu ecossistema.

Falando especificamente do Yeti X, você pode controlar detalhes de nível profissional, aplicando filtros como compressor, limitador, expansor e equalizador sobre a sua voz. Assim, fica muito mais fácil fazer com que sua fala soe cristalina e nítida, ao mesmo tempo em que os ruídos do ambiente sejam cortados para deixar a transmissão bem limpa. Você pode eliminar ruídos como conversas indesejadas, barulho da rua ou do ar condicionado, ou até mesmo das teclas do teclado, caso queira. E apertar o botão central para deixar o microfone no mudo quando você não estiver falando é bem fácil e prático, também.

Especificações

DIMENSÕES

  • Peso 1729g 15.03g
  • Comprimento Primária 16.10cm Master 67.20cm
  • Largura Primária 16.20cm Master 34.20cm
  • Altura/profundidade Primária 25.10cm Master 28.30cm
  • Caixa Primária 1 Master 0 n/a
  • Caixa Master 8 Master 1


REQUISITOS DE SISTEMA

  • PC: Windows® 10, Windows® 8 (incluindo 8.1), Windows® 7.
  • MAC: macOS 10.10 ou superior.
  • USB 1.1 / 2.0 / 3.0.

MICROFONE

  • Consumo/necessidade de energia: 62 mA – 203 mA.
  • Taxa de amostragem/bits: 48 kHz, 24 bits.
  • Cápsulas: 4 cápsulas condensadoras de 14 mm de propriedade da Blue.
  • Padrões polares: cardioide, omnidirecional, bidirecional e estéreo.
  • Resposta de frequência: 20 Hz – 20 kHz.
  • SPL máximo: 122 dB.

AMPLIFICADOR DE FONE DE OUVIDO

  • Impedância: 13 ohms min, 16 ohms típicos.
  • Potência de saída (RMS): 72 mW RMS por canal.
  • THD: 70 dB (0,03%).
  • Resposta em frequência: 20 Hz - 20 kHz.
  • Sinal-ruído: 100 dB.
  • Dimensões (estendidas no suporte):
  • 11 cm x 12,2 cm x 28,9 cm (4,33 "x 4,80" x 11,38").
  • Peso (microfone e suporte):1,28 kg (2,8 lb).
  • Peso (somente microfone): 0,519 kg (1,14 lb).

O que vem na caixa

  • Microfone Blue Yeti X
  • Suporte (shock mount)
  • Cabo USB (2 m)
  • Guia rápido

Preço e onde comprar

Você encontra o Blue Yeti X por R$ 1.450 na KaBuM!, e também na loja oficial da Logitech aqui no Brasil. O preço é salgado, sim, afinal de contas, pagar R$ 1.500 em um microfone não é nem um pouco acessível para a grande maioria dos produtores de conteúdo. Mas, levando em conta os concorrentes na mesma faixa de preço, o nível de construção do microfone e sua versatilidade, é um investimento a se considerar na hora da compra.

Veredicto

Para quem busca um microfone condensador que seja pau para toda obra, seja para gravar podcasts, fazer entrevistas, gravar vídeos, jogar no PC ou até mesmo gravar trilhas de músicas, o Blue Yeti X dá um show de configurações e com a vantagem de trazer extras em aplicativos, como o Sherpa e o Logitech HUB.

A sensibilidade do microfone é bem bacana, e o melhor é poder contar com um controle estilo dial bem à frente do corpo do aparelho para poder calibrar, em tempo real, o ganho de captação. Isso pode ser útil tanto em gravações quanto em takes ao vivo, desde que você use um fone de ouvido cabeado como retorno. Vale comentar que o microfone não usa processamento de sinal digital (DSP) durante a captação, o que te deixa mais livre para gravar, já que o sinal é mais limpo (livre de compressores e equalizadores). Em outras palavras, ele capta sua voz de maneira bem natural.

Dada a versatilidade do modelo, podemos garantir que o resultado vai ser satisfatório para gamers, produtores de conteúdo em streaming (como podcasts, videos ou programas ao vivo, com direito a lives nas mais variadas plataformas), jornalistas e até músicos. Nos nossos testes, o microfone se saiu bem em todas as esferas, inclusive brincando de mesa redonda, podcast e música (com o modo stereo ligado, aliás). Esses recursos fazem valer a pena um upgrade, caso você tenha em casa um Yeti ou Yeti nano, por exemplo. AInda que sejam bons mics condensadores, se você pretende deixar o som da sua voz ainda mais cristalino e quer ampliar seus horizontes com música e entrevistas, o Yeti X é o cara para tudo isso e muito mais.

Tanto a qualidade de captação quanto o ganho para retorno direto no fone de ouvido são bem bacanas, e isso se une à facilidade de uso do aparelho. É muito prático e intuitivo ter, além do controle no próprio corpo do microfone, aplicativos como Sherpa, VO!CE e Logitech HUB para te auxiliar nas suas principais necessidades em relação à captação de voz.

Algumas considerações finais:

  • Apesar de trabalhar bem sem pop filter por ter, ao redor das cápsulas, espuma suficiente para "barrar" consoantes e sons sibilantes, usar um pop filter é sempre uma boa ideia para manter sua oratória/narração impecável;
  • Cuidado para não saturar as cápsulas; é legal ter um norte pelos LEDs indicadores, mas lembre-se: microfones condensadores são super sensíveis, portanto confie nos seus ouvidos e monitore bem sempre que for gravar, evitando, assim, sobrecarregar qualquer uma das cápsulas e estorurá-las;
  • Os detalhes e a clareza da voz existem graças à excelente captação de médios-agudos e agudos do microfone, o que confere mais brilho, presença e ambiência. Apesar disso, médios-graves também soam legais, e o som tanto para vocais femininos quanto masculinos sai rico o suficiente para pouco ou nenhum pós processamento depois do trabalho feito, principalmente se compararmos o Yeti X com o Yeti Nano, que testamos aqui no Canaltech;
  • Este é o primeiro modelo da Blue sem DSP — então, se você adora uma compressãozinha ou um som já equalizado direto do microfone, melhor escolher outro modelo — ou aprender a usar uma DAW para tratar o áudio após a captação.

O Yeti X está sendo vendido no Brasil por um valor que não é lá dos mais amigáveis, principalmente devido à alta do dólar. Mas, levando em conta o investimento, se você é produtor de conteúdo e precisa de um equipamento bom o suficiente para durar bons anos, vale a pena considerá-lo, principalmente pela gama de configurações que ele oferece. A qualidade de gravação é transparente e bem limpa, e a facilidade dos comandos te deixa no controle de tudo em tempo real — isso é, realmente, um excelente diferencial do produto. Fora a facilidade: basta ligar e gravar, ou simplesmente, transmitir ao vivo.