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Óculos inteligentes da Meta são usados para filmar assédio a massagistas

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Reprodução/Freepik
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Usuários dos óculos inteligentes Ray-Ban Meta estão utilizando o acessório para filmar situações de assédio a massagistas, em muitos casos para obter visualizações nas redes sociais

Conforme reportagem da 404 Media, existem vários vídeos publicados em contas populares do Instagram que mostram homens entrando em estabelecimentos de massagem e usando os óculos para gravar “conteúdo de entretenimento”, solicitando serviços de cunho sexual ou insinuando-os enquanto filmam as atendentes – muitas vezes sem que saibam que estão sendo gravadas.

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Em várias das gravações, é bem simples identificar o estabelecimento e sua localização, o que acaba expondo ainda mais as trabalhadoras – criando riscos de estigmatização social, assédio e vigilância online. 

Além de todos os problemas relacionados ao assédio, a tecnologia tem sido usada indiscriminadamente para gerar curtidas e notoriedade online, às custas da privacidade e segurança de profissionais vulneráveis.

Questões de privacidade 

O Ray-Ban Meta possui câmeras de 12 megapixels integradas ao óculos, microfones, alto-falantes e conectividade com aplicações da Meta, o que já provocou alertas anteriores sobre possíveis violações de privacidade. 

Embora os óculos apresentem um LED frontal destinado a sinalizar gravações em andamento, essa indicação pode passar despercebida em ambientes pouco iluminados ou simplesmente ser ignorada, refletindo lacunas nos mecanismos de consentimento e proteção.

A Meta, em resposta às críticas, divulgou orientações para o uso responsável dos óculos, sugerindo que os usuários desliguem os dispositivos em locais sensíveis e respeitem o direito de recusa de quem aparece nas gravações. Contudo, ainda é muito fácil para as pessoas simplesmente ignorarem essas regras de boa convivência.

A situação desperta importantes questionamentos sobre regulamentação, proteção de trabalhadores em ambientes de prestação de serviços e as responsabilidades das plataformas de mídia e fabricantes de hardware. Em um contexto onde a gravação digital se torna cada vez mais invisível e difundida, a gravidade de casos como esse aumenta — especialmente quando envolvem profissões majoritariamente femininas ou vulneráveis. 

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Fonte: 404Media