O que os óculos inteligentes indicam sobre o futuro dos celulares? Entenda
Por Elisa Fontes |

Os óculos inteligentes, antes objetos da ficção científica, começam a ganhar espaço no mercado e a disputar protagonismo com os smartphones. Equipados com câmeras, assistentes de IA, comandos por voz e até tradução em tempo real, esses dispositivos vestíveis sugerem uma mudança na forma como interagimos com tecnologia e levantam a dúvida: até que ponto eles podem substituir o celular?
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A tecnologia, que já desperta interesse de criadores de conteúdo e entusiastas, agora mira também o consumidor comum. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, chegou a afirmar que os óculos são a próxima grande revolução tecnológica. E os recentes lançamentos mostram que a aposta é séria.
Em outubro, o mercado brasileiro recebeu dois novos modelos da Meta, um em parceria com a Ray-Ban (2ª geração) e outro em colaboração com a Oakley. Eles trazem com inteligência artificial integrada e oferecem tradução, assistência com chatbot “portátil”, controle de WhatsApp por voz, gravação de vídeos e função de fones de ouvido. Um outro modelo, ainda não disponível no Brasil, traz, inclusive, uma tela na lente do dispositivo.
Todo esse conjunto de funcionalidades aproxima esses dispositivos de qualquer smartphone, com uma vantagem, segundo Giorgio Pradi, presidente da EssilorLuxottica Brasil: deixar as mãos livres. Em entrevista ao Podcast Canaltech, o executivo da empresa que fabrica lentes e armações pontuou que a introdução dos óculos inteligentes abre diversas possibilidades para conteúdo e se torna o “smart produto mais natural” na sua usabilidade.
“Eu penso que a grande vantagem dos óculos é que você não usa as mãos. Você, por exemplo, vai a um show. Para fazer um vídeo, tem que ter o telefone na mão, né? E você perde um pouco da atenção no cantor. Com os óculos da Meta, você ao mesmo tempo aproveita o show e filma”, explicou.
De gadget de nicho a item do dia a dia?
Apesar de ter funções atrativas para quem cria conteúdo, os óculos da Meta também têm o objetivo de alcançar usuários que não estão nesse escopo. Nesse sentido, Giorgio cita as funções de atender chamadas sem precisar tirar o celular do bolso e ouvir músicas sem fones de ouvido, como exemplos de que os óculos atendem a um público maior.
Porém, o que pode elevar ainda mais a popularidade desses dispositivos, segundo ele, são as funcionalidades de IA. Em situações de contato com outras línguas em uma viagem, por exemplo, é possível ter a tradução simultânea do que é capturado pela câmera dos óculos. Além disso, no modelo com display, os óculos são capazes de exibir mensagens, e-mails e até o mapa enquanto o usuário caminha.
“Então, obviamente, não sei se vai ser possível 100% essa substituição, mas cada vez mais os óculos vão ser, digamos, o receptor de todas as funções dos smartphones”, afirmou.
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