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Zenfone 5 quer democratizar Inteligência Artificial [Análise/Review]

Por Wellington Arruda | 16 de Agosto de 2018 às 19h27

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Zenfone 5 quer democratizar Inteligência Artificial [Análise/Review]

Desde o MWC, que aconteceu em fevereiro/março deste ano, a Asus vem fazendo barulho para o lançamento do Zenfone 5. Aqui no Brasil, a companhia sediou neste 16 de agosto um evento em São Paulo para anunciar a chegada da nova linha de smartphones, que tem a premissa de brigar com aparelhos premium por um preço mais agradável.

Lá em 2014, a Asus lançou o Zenfone 5 custando R$ 499 para competir com o Moto G. De lá pra cá, muita coisa mudou e a empresa lançou uma série de outros smartphones, até chegar no Zenfone 5... de novo. O número é o mesmo, mas os smartphones não tem absolutamente nada de idêntico.

O primeiro Zenfone 5 é um aparelho de entrada com corpo em plástico, hardware da Intel e tela de 5 polegadas. Por isso, esse nome. Já o novo Zenfone 5 tem construção em vidro, tela ainda maior e câmeras melhores com hardware apoiado na Inteligência Artificial, que promete fazer uma grande diferença no uso.

Curiosos? Então vamos lá conhecer o Zenfone 5 por esses dois pontos.

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Câmeras

Segundo a Asus, o Zenfone 5 tem um sistema de câmera que “incorpora algoritmos avançados de AI e análises avançadas de dados” para, por exemplo, detectar até 16 tipos de cenas. Na prática, a câmera faz ajustes prévios com base no que ela “aprendeu” e : “aprende” com o seu uso.

Assim, dentre estes cenários, na hora de tirar fotos de um cachorro ou gatinho, de um campo verde ou do mar, ou mesmo durante a noite, o smartphone pré-configura a câmera para que as fotos tenham melhor qualidade.

É claro que tudo isso faz parte de um sistema de aprendizado de máquina, então os resultados tendem a melhorar com o tempo, na teoria.

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Especificamente falando, são dois sensores na traseira:

* 12MP (Sony IMX363) com abertura f/1.8 (1/2.55”, 1.4 µm/mícron), foco PDAF, estabilização óptica de 4 eixos;
* 8 MP com abertura f/2.2 e lente angular de 120º, suporte a HDR e modo retrato.

A nossa indicação inicial, porém, é deixar o HDR ligado para a maioria dos cenários. Em locais muito iluminados, ou contra o sol, o recurso melhora e muito as fotos e revela detalhes que antes não eram vistos nas composições com o filtro desligado.

Na mesma medida, presenciamos vezes onde o HDR deu uma boa viajada e resolveu trocar o nublado do céu pela cor azul, simplesmente por opção própria. Ele também pode saturar bastante as cores, então é bom controlar e prestar atenção na hora de ativar o HDR.

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Em boas condições de luz, a câmera do Zenfone 5 faz fotos com nível legal de detalhes, cores vibrantes e ele controla bem a exposição. O foco é rápido, também, o que ajuda na hora de fazer fotos próximas dos objetos. Assim, o desempenho dele é bom para fotografias, mas não espere o mesmo resultado nos vídeos.

O Zenfone 5 faz imagens em 4K a 30fps ou Full HD a até 120fps (câmera lenta). Ele consegue estabilizar as imagens mesmo na resolução mais alta, embora a FHD entregue desempenho mais satisfatório.

Mas, se você espera comparar o aparelho da Asus com os flagships do mercado, saiba que os níveis de ruído são claramente mais altos, assim como as texturas não são equiparáveis. Quer um exemplo prático? É só comparar estas imagens feitas com o Zenfone 5 e o Pixel 2 XL, respectivamente.

Outro exemplo que nós temos quando colocamos essas duas lado a lado é em cenários noturnos. Neste, em questão, o balanço de branco do Pixel foi muito mais preciso e capturou a luz amarela projetada na construção, enquanto o Zenfone 5 optou por tons mais azuis e deixou as paredes brancas, desconsiderando a luz ambiente.

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Mas, repare bem: mesmo mantendo bons detalhes e aspectos de nitidez, a câmera do Zenfone 5 utiliza uma temperatura azul para compensar as falhas durante fotos noturnas. A relação do aparelho com fotos assim é transformar as luzes (ou feixes de luz) em azuis, fenômeno este que acontece com certa frequência.

Ainda existe a segunda lente, que é utilizada para fotos com ângulo aberto. Esse recurso é muito legal, e apesar do alto nível de ruído que reúne nas fotos, o software tenta fazer as compensações necessárias. Mas, neste caso, o ideal é fazer os cliques em boas condições de luz, já que até o próprio software avisa quando há baixa luminosidade - o que prejudica bastante os resultados.

Quanto as selfies, aqui vai aquela mesma dica valiosa: o HDR faz bem. Você ainda consegue perceber uma certa falta de nitidez e filtros aplicados, mesmo com o modo de embelezamento desligado. Mas são aplicações pequenas, então a maioria dos registros são satisfatórios. Este sensor tem 8 MP (f/2.0).

Isso, é claro, nos leva ao modo de fundo desfocado, ou o modo retrato. Entenda que ele é feito com base no software e, sim, existirão imperfeições. As áreas de recorte podem não ser precisas, e dependendo da situação esse desfoque fica muito artificial. Neste caso, os cliques com o sensor traseiro são mais recomendados.

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Só que nem tudo são flores, queridos e queridas. Às vezes, para trocar de lente, o app de câmera demora um pouco, e fotos em baixa luz rendem resultados melhores com o Modo Pro/Manual. Em suma, ele não seria um aparelho tão versátil quanto o OnePlus 6 durante as fotografias.

O Zenfone 5 também tem um recurso na galeria de imagens para identificar rostos e pessoas, separando as fotos por pastas. Em teoria, é o mesmo recurso do Google Fotos, mas definitivamente sem a mesma precisão.

Por fim, ainda existe o AI Beautification, que, segundo a Asus, “lê inteligentemente 365 pontos faciais e aplica embelezamento personalizado com base em uma análise de mais de dois milhões de melhorias possíveis”. Particularmente, esse aspecto artificial na pele e cenário não é o mais legal, mas pra quem gosta tá aí mais uma função de “AI”.

Design, display e multimídia

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A Asus trouxe para o Zenfone 5 alguns toques interessantes. Ele tem formato retangular, porém com cantos arredondados, o que inclui o vidro em 3D que envolve o seu corpo. Nas laterais ele traz alumínio, inclusive nos botões, que têm clique firme.

No geral, a ideia foi criar um aparelho com tela grande de 6,2 polegadas, mas com tamanho reduzido. Por isso, o Zenfone 5 tem um painel com formato 19:9 que vai quaaaase de ponta a ponta. E, com isto, a empresa usa um painel com o queridão das massas: o notch. Confessamos que, para assistir vídeos, o recorte na tela deixa um aspecto esquisito, mas que não compromete a experiência de uso.

A relação do software com o notch precisa ser muito boa, ou itens como ícones de notificação ficam escondidos. Neste caso, a solução da Asus foi prática: se você recebe dezenas de notificações, basta dar um único toque no topo para que uma segunda barrinha mostre os outros itens. Na direita, ficam as de sistema; na esquerda, de apps e mensagens.

O Zenfone 5 mantém os característicos círculos concêntricos que agora dão atenção ao leitor biométrico na traseira. Mas, sim, ele se parece muito com o iPhone X… e com dezenas de outros smartphones de 2018. Ao menos a Asus manteve o conector para fones de ouvido e incluiu mais microfones para captar melhor em vídeos.

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Olhando desta forma, o Zenfone 5 é, sim, um aparelho grande e bem bonito. Ele é maior, por exemplo, que o próprio iPhone X, P20 Pro e LG G7. Só que ele não é enorme, logo há conforto ao segurá-lo. Ainda em tempo, por ser de vidro, o aparelho também tende a escorregar das mãos.

De qualquer forma, essa mudança no design foi para favorecer o ganho no display. A Asus utiliza um painel IPS LCD de resolução Full HD+ bastante brilhante, o que resulta em duas situações, sendo uma positiva e outra negativa: durante o dia, sob luz solar, você enxerga muito bem o conteúdo da tela, mas durante a noite esse brilho todo pode incomodar. Nossa dica é: não use o smartphone durante a noite antes de dormir.

As cores representadas também são intensas e com bom equilíbrio de nitidez, mas você pode optar por um padrão menos saturado e mais próximo das cores reais nos ajustes. Até aqui, a experiência é muito boa para assistir filmes com fones de ouvido Hi-Res, considerando que ele também suporta DTS.

A experiência com fones de ouvido de alta qualidade é bastante imersiva, mas as duas saídas de som não trazem tanta definição. Por outro lado, elas contam com um nível de volume bem generoso - especialmente no Modo Externo. No “Assistente de áudio”, a fabricante permite ajustes para melhorar a experiência de som.

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Ah, ainda sobre os fones, só que os que acompanham o produto: eles aparentam ser frágeis, mas contam com qualidade razoável. E o Zenfone 5 ainda tem suporte para Rádio FM.

Em suma, o Zenfone 5 é basicamente igual a quase todos os outros smartphones deste ano. Só que com a cara da Asus, o que fica bem claro. Ele é resultado de um aparelho de tela grande, mas de proporções não tão grandes assim, além de trazer um aspecto bonito em vidro (meio fosco).

No entanto, a Asus decidiu utilizar um slot híbrido no aparelho (nada de dois chips + microSD), que também não conta com proteção contra água ou poeira.

Usabilidade, desempenho e software

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A ZenUI 5, baseada no Android 8.0.0 Oreo, traz um monte de adições da Asus, porém muito menos apps instalados do que nos anos anteriores. A fabricante nunca foi referência no quesito interface limpa, mas sempre trouxe atalhos, recursos e apps extras. Dentre eles, você pode:

  • Deslizar a Central de Notificações usando o leitor biométrico;
  • Dar dois toques na tela para ligar ou desligar;
  • Usar gestos/desenhos para iniciar apps rapidamente;
  • Tem o Game Genie, que favorece o hardware em jogos, bloqueia notificações, permite gravar suas partidas e mais;
  • O Twin Apps, para duplicar aplicativos.

Estes são somente alguns exemplos mais práticos. Por exemplo, você também pode ocultar ou colocar senhas nos seus apps, ou se preferir pode alterar os efeitos de transição, a fonte do sistema e mais.

Nas especificações, o Zenfone 5 traz:

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  • Chipset Snapdragon 636 octa-core (1,8 GHz - Kryo 260);
  • GPU Adreno 509;
  • 4 GB de RAM (LPDDR4X);
  • 128 GB de espaço interno (c/ slot para microSD);
  • Bluetooth 5.0;
  • NFC para o Google Pay.

Para quem está curioso sobre os resultados de benchmark do aparelho, aqui vão eles. E, só um aviso: os testes não foram executados com o modo Boost AI ligado.

Na prática, o novo smartphone da Asus tem potência suficiente para rodar o seu PUBG, GTA: SA, Need for Speed: No Limits e mais outros games com taxa de quadros estável, sem demonstrar sinais de engasgamento. Mas isso não se aplica a totalidade dos games, então não se assuste se em algum momento um pouquinho de lag surgir. Não é nada tão desanimador, porém.

Para quem precisa usar aplicativos de produtividade na multitarefa, ele já é bem mais confiável. Com dois aplicativos rodando ao mesmo tempo na tela dividida, mas sem tantas animações rodando ao mesmo tempo, o desempenho do smartphone é mais que satisfatório.

Um outro recurso extra de AI é o OptiFlex, que inicia os aplicativos mais rapidamente com base no seu uso. De fato, a seleção é precisa, e você também pode escolher os aplicativos que ganharão esse impulso.

Ainda seguindo as tendências do ano, o Zenfone 5 traz um leitor facial que utiliza a câmera frontal para funcionar. Ele pode demorar um pouco para fazer o desbloqueio e não funciona se não houver luz suficiente para realizar a leitura. Em suma, ele não é tão seguro e/ou funcional como o leitor biométrico, que suporta até 5 impressões digitais cadastradas.

Mas, no geral, comparando o Zenfone 5 com smartphones como o Moto Z3 Play ou Galaxy A8+, o smartphone tem um desempenho bastante equiparável e pode atender muitas demandas. Se formos compará-lo com o OnePlus 6, no caso, é mais justo considerar o Zenfone 5Z.

Bateria

A Asus colocou uma bateria de 3.300 mAh no Zenfone 5. Ele oferece, em uso contínuo, autonomia para um dia inteiro com facilidade, de certa forma. Se você for ainda mais moderado, conseguirá chegar na média de um dia e meio com ele funcionando.

Na prática, lendo e-mails o dia todo, checando normalmente redes sociais como Instagram e Twitter e mensageiros como o WhatsApp, além de assistir alguns vídeos e de muita música por streaming (e alguns minutos com games rodando), o aparelho teve uma média de tela ligada de 5h30 a 6h. Mas isso no modo normal de funcionamento.

Ainda tem o modo Boost AI, que gerencia melhor os seus apps para um melhor funcionamento. Na prática, ele dá preferência a estes apps mais usados na multitarefa e impulsiona o hardware para eles. Com o Boost AI ligado, a média de tela ligada foi de 4h30 à 5h.

Já reproduzindo vídeos por streaming e com brilho máximo, o Zenfone 5 registrou uma descarga de 13% por hora. Essa é uma média boa, supondo que uma resolução maior poderia resultar numa média inferior. Para recarregar o novo Zenfone, no entanto, você precisa de quase 2 horas para preencher 100% da carga.

A Asus também colocou um sistema de carregamento rápido inteligente chamado BoostMaster, baseado no sistema da Qualcomm. Ele faz leituras sobre o uso do smartphone para evitar o sobrecarregamento e, com isto, melhorar a vida útil do componente. Inclusive, essa função funciona enquanto você carrega o celular durante a noite.

Todo o conjunto de AI vale a pena?

Dentre as configurações de AI da Asus, estão presentes exemplos como o recurso para mudar a temperatura do display de acordo com as luz ambiente. É um ajuste bem difícil de mostrar, mas que você percebe a diferença no dia-a-dia. Existe algo assim nos novos iPhones, e assim como nos últimos testes, eu recomendo deixar desligado.

Ainda para o display, há o recurso de deixar a tela ligada enquanto você olha para ela, o que nitidamente não é nenhuma novidade no mercado. Ah, o Ringtone AI, também, deve controlar o volume das ligações com base no ruído ambiente, o que também é outro ajuste menor, mas aparentemente funcional. A não ser que você deixe o celular no não perturbe; aí não é nada funcional, mesmo.

De qualquer forma, essas adições de AI, em grande maioria, são ajustes internos para melhorar a performance e o uso do aparelho. Boa parte você não vê nitidamente, e também consegue sobreviver numa boa com todas elas desligadas. Mas a performance do Zenfone 5 é boa, e ele traz recursos importantes, mesmo que com um marketing mais forte em cima da inteligência artificial.

Neste caso, o Zenfone 5 tem alguns concorrentes de peso, como o Galaxy A8+, Moto Z3 Play e, claro, o OnePlus 6, que rende uma briga melhor com o Zenfone 5Z por causa das especificações. Mas, no geral, o Zenfone 5 e o 5Z são os mesmos aparelhos, com os mesmos recursos, mas com chipset Snapdragon 845 e mais RAM.

Considere todas estas opções imaginando que o Zenfone 5 entrega câmeras legais, design atraente, display brilhante e hardware bom. Mas, também considere as inconsistências de software (com pequenos erros de tradução) e a falta de certificação IP67/68, por exemplo, na hora da compra.

Recursos como o carregamento por indução, no entanto, não estão aqui. Mas o OnePlus 6 também não tem, e este não seria um ponto negativo considerando a faixa de preço do Zenfone 5.

Ah, galera, e ainda tem os ZeniMojis… uma ideia relativamente boa da Asus, porém pessimamente aplicada. O rastreamento não é preciso e os personagens são inconsistentes. É tão bugado quanto no que nós já vimos no Galaxy S9, mas fica aí o recurso extra para enviar GIFs ou fazer transmissões usando ZeniMojis.

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