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XIAOMI MI 9: ótimo competidor que não custa US$ 1.000 [Análise / Review]

Por Wellington Arruda | 21 de Maio de 2019 às 14h43

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XIAOMI MI 9: ótimo competidor que não custa US$ 1.000 [Análise / Review]
Xiaomi Mi 9

O Mi 9 foi o meu smartphone principal por pouco mais de 40 dias. Hoje, ele é um dos celulares mais potentes e versáteis do mercado: são três câmeras, Snapdragon 855, carregamento rápido e design bem elegante. Ele apareceu primeiro no MWC 19 e pouco tempo depois a Xiaomi confirmou que 1 milhão de unidades haviam sido vendidas.

Ele vem com alumínio Series 7000 nas laterais, Gorilla Glass 5 na traseira e GG6 na frente. É inegável que houve um belo trabalho no design* e cores do produto: há um efeito “holográfico” que o torna bem atraente, além dos cantos curvos que trazem ergonomia, conforto e sensação premium.

Ele aceita dois chips, tem um “Botão AI” personalizável, LED de notificações e sensor IR no topo. O conjunto de câmeras fica bem destacado, e nem a capinha que vem na caixa resolve totalmente esse problema. A Xiaomi diz que é um vidro de safira que cobre as lentes, mas não é muito bom arriscar.

Esse visual mais limpo inclui o leitor biométrico óptico no display, com uma indicação clara para que você não erre a posição. Você ainda pode trocar a animação da biometria ou usar o sensor como um atalho rápido. Já o leitor facial… bem, a própria Xiaomi diz que não é tão confiável. Mas ele é rápido, com boa luz.

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No display as coisas ficam mais interessantes. São 6,39” Super AMOLED* com suporte a HDR10 e bons padrões de cores, que também podem ser customizados pelo gosto do usuário. A resolução é Full HD+ e, claro, isso não é um problemão; é completamente razoável um painel 1080p em um top de linha.

Essa tela grande é muito boa pra ler notícias, jogar, assistir filmes e inclui mais conteúdo, de forma geral, em um único espaço. As cores são vibrantes, a visualização sob luz solar não incomoda e também tem um modo always-on que possivelmente será personalizável no futuro. O notch, que hoje está em quase todos os celulares, também aparece aqui.

O áudio dele é mono, afinal a Xiaomi precisou também economizar em alguns pontos. Aqui, o “grupinho dos mil dols” fica bem na frente, mas a experiência com o Mi 9 é boa e com bons níveis de volume (e com um pouco de distorção nos altos). Mas sem entrada P2, que fique claro.

O Mi 9 é um belo competidor para o Galaxy S10, P30 Pro, iPhone XS e por aí vai. Ele é, simplesmente, muito rápido. As animações são curtas, apps são abertos e arquivos transferidos rapidamente*; fotos e vídeos editados são exportados também com velocidade e, claro, há muita fluidez e estabilidade para trabalhar. Essa versão que testamos tem 6 GB de RAM e 128 GB de espaço interno.

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Durante os testes nós não experienciamos quedas de desempenho, nem com jogos pesados. No máximo, a temperatura do celular chegou aos 36 graus depois de 1 hora de jogatina, mas a taxa de atualização permaneceu estável.

O Android 9 Pie roda aqui com a MIUI 10 de base. E ela traz um monte de recursos. Os gestos de navegação são bem intuitivos, você pode criar um segundo espaço e muito mais, como gravar a tela nativamente. E esses são realmente só alguns exemplos.

Tem muita coisa que a MIUI traz de legal, mas nem tudo é perfeito. O gesto para reduzir a tela naturalmente funciona com os botões do Android, mas não com os gestos; existe o velho bloatware, embora muitos dos apps possam ser desativados e alguns também sejam bem úteis. Mas... o que realmente incomoda, é:

Como uma das maiores fabricantes do mundo (atualmente) coloca anúncios na sua interface? Eles aparecem quando você instala um app e até em aplicativos nativos. Isso pode mudar totalmente, mas falando do agora, this is so sad porque você já pagou pelo celular e ainda tem que ver anúncios na interface. Você até pode desativar parcialmente indo nas configurações de cada um desses apps, mas eles podem continuar pipocando.

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Bom, continuando, são 3.300 mAh de bateria no Mi 9 que podem durar um dia bem intenso de uso. Sinceramente não temos queixas sobre esse quesito. Ele oferece um uso confortável. Em testes de estresse, ele marcou 7,5% de descarga média por hora.

A recarga também é muito rápida: foram 30 minutos para carregar 60%, 50 min. para 90%, e 1h05 para os 100%. O carregador que vem na caixa tem 18W de potência, mas ele aceita até 27W por cabo e 20W por indução.

São três câmeras na traseira do Mi 9: a principal tem 48 MP* (f/1.75), que pode exportar em 12 MP (junta 4 pixels em 1) ou em 8000 x 6000p; a secundária tem 12 MP** (f/2.2) e é telefoto com zoom óptico de 2X; e, por fim, temos um de 16 MP*** (f/2.2) que captura imagens de 117°.

Todos os três têm PDAF, embora não exista OIS; aqui, os sensores usam EIS. Em vídeos é menos perceptível, mas pode resultar em fotos borradas ou ligeiramente desfocadas em baixa luz. Também não há como alternar entre as câmeras durante as gravações.

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Começando pelos vídeos, a lente mais legal do Mi 9 é a de ângulo aberto. Ela permite capturar mais espaço das cenas e se mantém muito estável em locais iluminados. Mesmo contra o sol, os resultados não ficaram superexpostos e as cores se mantiveram vibrantes. Claro, os cantos ainda ficam meio borrados, mas este fenômeno também existem em outros celulares com lente semelhante.

As fotos também ficam com qualidade muito parecida nas três lentes em lugares bem iluminados, e isso é ótimo. Você tem a versatilidade de escolher um dos três sensores e a preservação de detalhes e nitidez é um baita adicional, mas funciona com menos intensidade na lente mais aberta.

O HDR e pós-processamento do smartphone não são extremamente agressivos. As cores se mantém intensas, então cenas com bastante contraste resultam em cliques muito bons. Só em baixa luz que ele pode fazer ou imagens muito boas, ou imagens bem ruins. Tem o modo noturno para dar uma clareada nas coisas, mas considere que resultados inconsistentes podem aparecer em cenários com baixa iluminação.

Já as selfies ficam nas mãos do sensor de 20 MP, que captura uma boa gama de detalhes e tem coloração calibrada, sem deixar as fotos muito expostas e com foco automático rápido. Os modos de embelezamento realmente não são um ponto positivo, embora as imagens fiquem num nível bem bacana perante os competidores.

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Sendo assim, temos coisas legais e coisas não tão legais no Mi 9:

Coisas legais:

* Câmeras versáteis e de boa qualidade
* Desempenho consistente
* Bateria: boa duração e carregamento rápido
* Design show de bola
* Não custa US$ 1.000 e entrega muitos benefícios

Coisas não tão legais assim:

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* Câmera saltada até mesmo com a capinha
* Sem entradas para cartão MicroSD ou P2
* Sem certificação IP68
* Ainda tem anúncios na interface
* Durabilidade questionável


Um outro ponto que eu queria destacar, é: eu curto pra caramba o modo noturno nas interfaces, já que também podem economizar uma bateriazinha. Mas a MIUI precisa melhorar, já que as notificações ficam bem complicadas de serem lidas.

Até o momento que fechamos esta análise, a Xiaomi não havia realmente retornado ao Brasil, então não temos garantia local para o Mi 9 por aqui. Isso também é algo que pode ser mudado no futuro. Mas, de forma geral, este aparelho é uma ótima opção aos atuais celulares top de linha com custo elevado.