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MOTO ONE VISION: tela de cinema e câmeras para o escuro [Análise / Review]

Por Wellington Arruda | 22 de Maio de 2019 às 12h24

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MOTO ONE VISION: tela de cinema e câmeras para o escuro [Análise / Review]
Motorola One Vision

A Motorola trouxe o One Vision em um evento sediado no Brasil. E, olha, esse aparelho tem muita coisa a seu favor. Ele chega para competir com, por exemplo, o Galaxy A50, mas faz suas próprias apostas: ele tem formato bem esticado, câmeras melhoradas e hardware intermediário.

FICHA TÉCNICA

Começando pela tela que mais tem destaque: ela ocupa uma boa área da frontal com 6,3” (IPS LCD) e é apelidada de CinemaVision. Assim, ele é o primeiro do país com proporção 21:9 e resolução Full HD+ – a proporção é normalmente usada em filmes.

Atualmente, a maioria dos celulares tem usado as proporções 18:9, 19:9, 19.5:9 e por aí vai. Por ser mais estreito, é razoavelmente fácil usá-lo com uma das mãos, mas chegar até o topo desse display é uma tarefa bem complicada.

Ele cumpre bem o papel de reproduzir conteúdo multimídia, ainda que com tonalidade levemente azulada e supersaturada em algumas cenas, mas isto não atrapalha ou distorce o que é exibido.

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Os níveis de brilho são intensos e é possível ler mais conteúdo de uma página, por exemplo. No geral, mesmo sendo numa proporção bem diferenciada, nós curtimos a proposta da Motorola.

E, ok, este não é um painel AMOLED (poderia ser…), mas existem outros pontos a serem comentados:

* Não há calibração manual para as cores, apenas modos para naturais, realçadas ou saturadas;
* A área do “notch flutuante” para a câmera é grande, então a barra de status também é grande;
* Apps de vídeo e jogos podem perder a área onde a câmera está posicionada.

Boa parte do conteúdo atual (YouTube e Netflix), infelizmente, não aproveita totalmente o formato 21:9. A saída de som dele é única e está numa média bom confortável. Os volumes são altos, a qualidade é boa e clara e há menos distorção do que no Moto G7 Plus ou no próprio Motorola One do ano passado, por exemplo, em volumes muito altos.

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Enfim, o One Vision é um celular bastante estiloso. Ele usa vidro nos dois lados e passa uma sensação de firmeza e solidez. Ah, tem uma capinha de silicone na caixa. Por outro lado, seguimos com a clássica proteção contra respingos e com a câmera protuberante.

O design mantém as curvas nas laterais e o torna confortável, mesmo sendo mais pesado e robusto (provavelmente por causa da moldura em metal). O leitor de impressão digital ficou numa posição boa de ser alcançada, e por aqui funcionou sempre numa boa.

O One Vision faz parte do Android One e chega com a versão 9.0 do Android. Ele deve receber três anos de atualizações de segurança (a partir do lançamento) e as versões “Q” e “R” do sistema.

Com isso, temos as clássicas Moto Ações e recursos do Moto Tela, além dos novos gestos bem convencionais para navegação e screenshots. Inclusive, existem apps para Rádio FM e para o Dolby Atmos.

O software mais limpo é bem fluido na navegação, tornando o conjunto intuitivo e sem engasgos para abrir apps ou alternar entre eles na multitarefa. Ele pode ser usado para produtividade, mas sem o mesmo impulso de aparelhos com chipset mais forte.

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Ele carrega o Exynos 9609 octa-core (até 2.2 GHz) e 4 GB de RAM, ficando bem equiparável ao Galaxy A50 ou outros smartphones com Snapdragon 660. Ele ainda vem com 128 GB de espaço interno, o que é algo bem confiável.

O desempenho do geral One Vision é bom e ele bate muito de frente com outros da sua faixa, como o P30 Lite. Com jogos, nós não sentimos pontos de superaquecimento, apenas uma descarga de -24%/hora em títulos online.

Ele foi capaz de rodar games como GTA: SA, Need for Speed e Injustice 2 na média dos 30 fps. As únicas quedas de desempenho aconteceram com muita ação ao mesmo tempo, como em Into the Dead 2.

Ele vem com 3.500 mAh de bateria e suporte ao TurboPower de 15W. Nós conseguimos 44% de recarga em 30 minutos ou 73% em 1 hora conectado na tomada. Em testes de estresse, o consumo médio foi de -13,5% por hora.

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Já a média de uso foi satisfatória, mas não conseguimos atingir nada próximo de um segundo dia de autonomia. O máximo de tela ligada foi de 7h, embora a maioria das métricas tenha sido de 5h à 5h30. O aparelho foi desconectado da tomada com mais de 90% durante os testes, mas fechou entrou para a cota de um dia de uso.

Outro ponto de destaque está na câmera de 48 MP, que tem suporte de uma lente extra de 5 MP para detalhes de profundidade de campo. O sensor principal ainda tem OIS, PDAF e flash LED de dois tons.

Ele não exporta fotos em 48 MP nativos, então as imagens unem quatro pixels em um fechando a conta em 12 MP. As fotos têm muitos detalhes e nitidez, cores bem vívidas e precisas, balanço de branco estável e um bom alcance dinâmico. Com ou sem HDR, os resultados tendem a manter boa qualidade.

Por se tratar de um sensor grande e com OIS, ambientes com baixa luz não se tornam um problemão. Especialmente por causa do novo modo Night Vision, que preserva bons detalhes, reduz o nível de ruído e deixa as cenas mais claras – é bom lembrar, porém, que o modo reduz o alcance dinâmico e um pouco da nitidez dependendo das cenas.

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Estes não são os melhores resultados em baixa luz do mercado, embora o trabalho da fabricante neste novo modo seja bastante louvável. Inclusive, há um modo manual bem bacana embutido, além de outros para criar GIFs criativos, filtros interativos e para escolher pontos do cenário que ficarão coloridos e outros P&B.

Nós também conseguimos bons resultados com o Modo Retrato, que normalmente salva as fotos em 12 MP mas com uma boa distinção entre o que fica em primeiro plano e os objetos ao redor.

Já as selfies dele são feitas por um sensor de 25 MP (f/2.0) com foco fixo e sem suporte ao Night Vision. Segundo a Motorola, ele não pode usar o modo por não ter OIS. As cores também se mostraram muito boas e os resultados nítidos. Também com o modo de desfoque de fundo, os resultados foram melhores do que esperávamos, na verdade.

O One Vision ainda pode gravar vídeos até 4K com 30fps ou em 1080p com 30/60fps, tudo com OIS. O modo de câmera lenta grava em FHD com 120fps nos dois sensores.

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Bom, o mercado de smartphones intermediários premium cresceu nos últimos anos, e a Motorola trouxe um bom competidor para a faixa dos R$ 2.000. A amizade com o pessoal da Samsung rendeu um chip sólido, mas não ideal para jogos ou atividades muito exigentes, embora dentro de um padrão bastante satisfatório de uso.

No fim das contas, ele acaba tendo mais potência do que o Moto G7 Plus, mas é um belo competidor ao A50, que traz display AMOLED e leitor de digitais sob a tela, por exemplo. O P30 Lite também pode ser uma boa opção nesta faixa de mercado.

Mas, especificamente sobre o One Vision, podemos destacar a tela grande e câmeras confiáveis, o design bonito e robusto, além do software e hardware muito bem alinhados. Ele ainda traz alguns “poréns”, como a área do recorte um pouco desconfortável ou a bateria não muito prolongada. Mas, e você, acha que R$ 2K soam justos para ele?