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iPhone XR, o principal iPhone do ano [Análise / Review]

Por Adriano Ponte Abreu | 03 de Novembro de 2018 às 17h14

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iPhone XR, o principal iPhone do ano [Análise / Review]

Durante o lançamento dos iPhone XS e XS Max boa parte das vozes na multidão diziam um mote em comum: “melhor esperar pelo iPhone XR”.

Aqui dentro do Canaltech sabemos que para essa parcela de usuários o “principal iPhone do ano” seria justamente o “menos caro” dos lançamentos, tornando o XR o modelo mais relevante entre os três iPhones anunciados no final de 2018 (justamente por carregar virtualmente a mesma potência dos irmãos maiores). 

iPhone XR (ou SE “gourmet”)

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Em 2017 a Apple tomou o caminho de aumentar em definitivo o tamanho dos aparelhos que oferece, deixando de lado quem prefere a ergonomia de telefones compactos; ao mesmo tempo a empresa conseguiu entregar algo próximo à experiência de tela do iPhone 8 Plus no corpo do iPhone 8, numa analogia grosseira. Isso ilustra mentalmente o quanto o XR conseguiu “espremer tela” sem necessariamente aumentar de forma significativa o telefone.

De forma fria é difícil abordar o XR sem chegar na conclusão de que ocorreu uma “gourmetização” dos iPhones; um produto que nunca foi acessível (ou barato) ficou ainda menos acessível, sem necessariamente mudar sua proposta de ser um smartphone (só que agora com design mais “moderno”, indo de encontro ao introduzido pela linha “iPhone X” de 2017.

O peso do iPhone XR é de 194g, contando com certificação IP67 para água e poeira, permitindo a imersão temporária em líquidos em até um metro de profundidade por trinta minutos. O corpo do aparelho possui traseira e frente em vidro, com moldura de alumínio série 7000; como é tradicional da Apple há resistência contra riscos nessa frente de vidro, porém sem mais dados sobre o fato.

Na parte de baixo do smartphone temos a conexão proprietária da empresa, “lightning”, mostrando que a Apple ainda espera algum sinal do destino para finalmente adotar o USB-C (tal como demonstrado no iPad PRO de 2018 recém anunciado pela Apple); por hora segue a idéia de que você utilize fones sem fio para suas músicas (ou) utilize a porta lightning.

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Como é de se esperar, não existe leitor de impressões digitais no aparelho, logo o pequeno “Notch” preto no topo da tela fará o “Face ID” operar no lugar da impressão digital, seja para desbloquear o aparelho ou para usar o Apple Pay (por exemplo), lendo seu rosto (mesmo no escuro) com seus sensores dedicados para isso.

DISPLAY + MULTIMÍDIA

Na frente do iPhone XR temos uma tela IPS LCD chamada pela Apple de “Liquid Retina Display”, com 6.1” ocupando quase 80% da frente do modelo; a resolução é de 828 x 1792 pixels (19.5:9), fechando em ~326 ppi de densidade. A leitura de toques a 120 Hz também está presente, além do reforço anti riscos e o tratamento oleofóbico da superfície.

Ao olhar de frente para o modelo pode-se notar a borda que acompanha todo o entorno do XR, não necessariamente entregando menos tela no aparelho se comparado aos iPhones anteriores, porém dando uma clara distinção entre o XR e seus irmãos XS. O que ocorre é justamente a solução da Apple para distribuir a retroiluminação do painel LCD; alguns usuários amaram, outros detestaram - para nós é OK, nem mais nem menos.

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Segundo a empresa trata-se do “LCD mais avançado da indústria, com cores realistas”. Na prática temos uma tela interessante, mas que (talvez) firme um prego no caixão de um item que a própria Apple criou: o 3D Touch, que não está presente no aparelho. Provavelmente quem usava (mesmo) o recurso sentirá falta de três ou quatro atalhos mais usados, nada mais.

Agora, indo ao contrário do que muitos “vomitaram” em nosso unboxing do XR: a resolução desse iPhone é menor que a presente num iPhone 8 Plus, X, XS e XS Max, e isso derruba a densidade de pixels dessa tela, dando uma ofuscada em suas qualidades. É possível consumir conteúdo 1080p (fullHD) no YouTube pelo XR, mas note que a tela ajusta a resolução real para 828 x 1792 pixels, independente do conteúdo que você assista (e isso NÃO te entrega 1080p).

Para quem migra de um iPhone 8 para o XR não há problemas, porém usuários da versão “plus” notarão menos detalhes na tela do novo iPhone, mesmo com a excelente reprodução de cores e boa legibilidade sob luz forte. Falamos de uma excelente tela LCD, ao nível do esperado pelas gerações anteriores de LCD da Apple, porém presa numa resolução ligeiramente acima de 720p (mas claramente abaixo de 1080p), algo irritante para um aparelho de alto nível lançado em 2018. O “Notch” fazendo um “queixo” no topo da tela vem de brinde mesmo, abrigando um dos alto-falantes do sistema estéreo do XR, pareado com a saída de som na parte inferior do iPhone. Esse sistema combinado de alto falantes possui forte tendência ao agudo, mas sem distorções em volume máximo. Dentro da limitação de um smartphone comum há bastante detalhe sonoro nos vídeos/músicas (mesmo com a equalização aguda predominante).

ESPECIFICAÇÕES

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Dentro do iPhone XR temos o mesmo Chipset Apple A12 Bionic (7 nm) proprietário da Apple, o mesmo que move os iPhone XS e XS Max, com destaque para:

  • CPU Hexa-core (2x Vortex + 4x Tempest)
  • GPU Apple (quad-core)
  • 3 GB RAM
  • 64/128/256 GB ROM

USABILIDADE + DESEMPENHO

LIteralmente falamos do mesmo desempenho presente nos iPhone XS e XS Max, porém num corpo menor. Caso a quantidade de RAM no XR levante alguma suspeita sua sobre o poder do aparelho, te convidamos a lembrar a tela de menor resolução do aparelho (item que necessariamente exige menos processamento em praticamente todas as situações de uso de qualquer aparelho). Assim sendo, colocar o XR ao lado do XS é correto.

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Como já dissemos uma vez, a Apple produz seus próprios chips e sistema para uma plataforma que unifica ambos de maneira eficaz, permitindo que haja forte processamento lógico e gráfico dentro do smartphone, dando conta do recado e entregando uma das três melhores experiências de iOS para 2018 em smartphones.

Porém precisamos notar uma falha compartilhada no iPhone XR se comparado aos modelos XS e XS Max: ele também esquenta. Durante o primeiro uso, configurando o aparelho recém tirado da caixa já era possível notar o aquecimento inoportuno do aparelho. Convidamos você a conferir nossa análise completa do iPhone XS Max, onde falamos bastante sobre esse “ inconveniente” na nova geração de iPhones. A boa notícia é que notamos com menos frequência esse problema no XR se comparado ao XS.

Isso tudo descreve o XR com seu Chipset A12 Bionic (produzido em 7 nanômetros) que move todos os modelos anunciados nessa nova geração de iPhones, com CPU 15% mais potente (nos núcleos de desempenho) e GPU 50% mais forte (quando comparado com a geração anterior), com o “Neural Engine” (para inteligência artificial) aberto à plataforma Core ML (para que desenvolvedores possam se beneficiar desse processamento dedicado à AI).

BATERIA

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Como parte da geração mais recente de iPhones da Apple temos o esperado para a parte de “carga e energia” do XR, contando com suporte ao carregamento rápido e ao carregamento sem fio, naturalmente.

Dentro do iPhone XR temos uma grata surpresa: 2942 mAh de bateria, mais do que está presente no seu principal rival dentro da própria empresa, o iPhone XS (que conta com 2658 mAh de bateria).

Durante nossos testes o XR demonstrou descargas médias de 16% por hora de sua bateria em nosso teste padrão de streaming contínuo, indicando que a bateria extra do XR comparada ao XS entrega um pouco mais que a autonomia de tela que o XS Max, deixando o usuário com “menos problemas” de bateria, mas ainda assim refém de uma tomada no meio de dia para garantir a tranquilidade de utilizar o XR em tarefas mais exigentes, afinal falamos entre 6 e 7 horas de tela para uma total descarga dessa energia em uso ininterrupto.

CÂMERAS

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Dando um passo para trás na própria cultura da Apple em oferecer um conjunto duplo de câmeras na traseira, temos apenas uma aqui. Trata-se de uma câmera traseira de 12 MP (f/1.8) 26mm (wide), com estabilização óptica. A captura de vídeos vai até 2160p@60fps com suporte HDR e captura de som estéreo.

Não há muito o que acrescentar sobre essa câmera principal em relação ao que já pontuamos nas análises dos iPhones XS e XS Max, visto que o XR conta com a mesma câmera principal presente nesses modelos; sendo assim, o XR conta com “HDR inteligente”, dando retoques um pouco mais complexos que somente o “HDR” padrão, deixando as fotos sem estouros de luz e nivelando ativamente a iluminação em todas as fotografias. Tal como os XS, sacar o XR do bolso e bater uma foto (sem pensar, apenas apontando e clicando) resultará com quase certeza numa foto com exposição correta e foco correto de forma imediata, com áreas escuras corrigidas (sem ruído visível no processo), mas igualmente suavizando uma parte do realismo da foto em algumas situações (normalmente compensando para claridade sempre que possível, e em algumas cenas específicas suavizando folhagens e detalhes menores).

Naturalmente ao contar com uma câmera só você perde o zoom óptico de 2x, porém lembre-se que essa segunda lente auxiliar para telefotos é mais escura que a principal, logo o usuário do XR fica com a “melhor câmera” para todos os demais usos que dispensam esse zoom.

Quanto ao modo modo retrato com essa câmera traseira fica a óbvia dica de que a captura será processada via software para obter o efeito, afinal temos a medição de uma única lente (sem zoom), logo espere um “bom truque” voltado para funcionar com pessoas (e que tem resultados “OK”, que funcionam melhor de acordo com a cena). Mesmo com auxílio do “Neural Engine” não é um processo livre de falhas.

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Indo para a frente do aparelho temos uma câmera frontal de 7 MP (f/2.2) 32mm (com o sistema “Apple TrueDepth” de leitura e profundidade com sensor dedicado); tudo isso fica abrigado no “notch” no topo da tela. As capturas em vídeo são feitas em 1080p@60fps.

Naturalmente por contar com hardware dedicado o efeito de “bokeh” fica mais forte e preciso na câmera frontal, com resultados idênticos aos iPhones XS e XS Max.

VALE A PENA?

Se você mora no Brasil não vale a pena, mesmo com o XR sendo naturalmente menos caro que os iPhones XS e XS Max; agora, se a pergunta é “vale a pena optar pelo XR no lugar do XS”, a resposta é sim.

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Sobre a tela: sabemos que ela é inferior no XR, porém cabe a pergunta se o usuário busca um iPhone ou um iPad; no caso, entre os dois iPhones a diferença existe, porém não é suficiente para gastar 250 dólares a mais no modelo XS; sim, dólares, afinal falamos dos preços “de verdade” dos iPhones, por isso levamos em conta quanto custam lá fora (na civilização).

O preço inicial do XR lá fora é de 749 dólares, dando aos usuários de iOS que não contam com dinheiro infinito na conta corrente uma opção válida para terem menos prejuízo, abrindo mão da tela do XS (ou) XS Max, porém levando uma experiência de câmera praticamente idêntica, além do mesmo poder de processamento que está presente nos irmãos maiores; para quem migra de um iPhone 8/8 Plus ou inferior, temos no XR um suave upgrade de bateria incluso.

Se você necessita utilizar um iPhone (seja por compatibilidade de algum software específico, por ecossistema ou por gosto mesmo) temos no iPhone XR a melhor opção do momento para quem não quer gastar tanto dinheiro na “melhor experiência do iOS” para 2018.