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Huawei P20 Pro: três câmeras são melhores que duas? [Análise / Review] - Grabr

Por Wellington Arruda | 28 de Maio de 2018 às 14h11

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Huawei P20 Pro: três câmeras são melhores que duas? [Análise / Review] - Grabr
Huawei P20 Pro

Quem acha que o primeiro celular com câmera foi o iPhone, e que já dava para usar os filtros do Instagram na época, está muito enganado. Isso porque, até chegarmos nos sensores, qualidade, recursos e todo esse preparo de hoje, muitos outros passaram pelo mercado.

  • No ano de 2000, a Samsung anunciou o SCH-V200, e a Sharp o J-SH04, que respectivamente tinham 0,35 megapixel e 0,11 megapixel.
  • E quem lembra, em 2005, do 2 MP do Nokia N90? Ele ainda tinha Carl Zeiss, que também foi usada no N95 dois anos depois;
  • Nesse meio tempo, em 2006, chegava o Sony Ericsson K800i com 3.2 MP;
  • Mas, pulando para 2011, chega o primeiro celular com duas câmeras na traseira, o HTC Evo 3D;

Depois, é claro, nós começamos a ver avanços em software e hardware constantes. Afinal, nesta medida, tantos os aplicativos quanto as fabricantes já estavam aprendendo bem rápido.

E isso para que agora diversos recursos fossem popularizados. Selfies mais dinâmicas, gravações em 4K; sensores mais abertos para fotos noturnas apareceram, o famigerado “Modo Retrato” ganhou um espaço enorme e a coisa foi evoluindo.

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Só que depois de vermos centenas de celulares com duas câmeras na traseira, ou duas para as selfies, a Huawei chega com o terceiro sensor no P20 Pro.

Câmeras

A Huawei montou um esquema da seguinte maneira no P20 Pro: o primeiro sensor tem 8 MP (f/2.4) focado no Zoom de até 5X; o segundo tem 40 MP (RGB - f/1.8); e o terceiro tem 20 MP (f/1.6) monocromático. Ele tem OIS no primeiro sensor, o que é compreensível por causa do zoom, e EIS nas duas outras. Por fim, a frontal tem 24 MP (f/2.0).

Como a Huawei une os sensores para fazer as fotos, os resultados naturalmente ficam bons. No modo de zoom, que é óptico até 3x, você ainda conta com nitidez e alto nível de detalhamento, o que é bem show até para fazer fotos macro.

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O bom, também, de ter um sensor com mais megapixels, é que você pode cortar partes de uma imagem para compor uma nova. Neste caso, o uso de três sensores se faz válido para quem curte MESMO fazer fotos; e lembrando que ainda existe o P&B.

O pós-processamento não ferra com as imagens e é bem rápido. Ele também tende a ter resultados mais bonitos em baixa luz, graças à combinação entre as câmeras. Mas, o que a Huawei quer mais passar, é o uso de Inteligência Artificial.

O Master AI reconhece imagens, cenários e mais, antecedendo os ajustes. Se você apontar para um documento, a câmera já troca para o modo de scanner, por exemplo. O mesmo acontece com um céu azul, flores e outros objetos. O foco também tem velocidade muito boa, mas vamos concordar que nem sempre este modo é o ideal.

Isso porque ele tende a saturar demais as imagens, normalmente resultando em cenários mais artificiais. Outras vezes, ele alterna para o Modo Retrato DO NADA, mas porque o ajuste está ligado. O mais útil, para quem curte fotos mais específicas, é usar o Modo Pro que permite fazer ajustes precisos e fotografias em RAW.

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Na área com os modos de câmera, você pode ativar o reconhecimento e scanner 3D, o HDR, trocar para a lente monocromática ou usar o Super Slow Motion, que grava em 960 fps na resolução 720p. É como o da Sony ou da Samsung, ou seja, difícil de controlar.

Na câmera frontal, os resultados são bons para quem não usa os modos de embelezamento, e ele ainda conta com um modo de desfoque. De fato, os 24 MP mandam bem para fotos mais bacanas.

Naturalmente, o P20 Pro chega como um fortíssimo concorrente para o segmento premium de smartphones. Tanto que sites especializados em câmeras já o colocaram em primeiro. Diferente do Pixel 2, que usa o software para fazer os ajustes, o celular da Huawei se apropria do hardware para criar os resultados.

Design, display e qualidade de som

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Há tempos que o conceito de celulares com visual minimalista vem ganhando espaço. O Huawei P20 Pro também faz isso, mas é um smartphone realmente bonito e confortável. São 180 gramas, e quem vê o vidro só precisa se preocupar com as marcas de dedo, porque o aparelho, em si, não escorrega com facilidade.

Por causa do peso, segurar ele passa uma sensação de firmeza. Ele também tem alumínio nas laterais e botões no lado direito, com o de energia tendo um risquinho vermelho. O aparelho tem um sensor infravermelho no topo, o que é muito massa, e todas as câmeras ficam saltadas, então fica aí a recomendação de usar a capinha que vem na caixa dele.

A cor Midnight Blue é incrivelmente bonita e psicodélica, porque fica alternando entre os tons. Mas, é óbvio, todo mundo já deve ter reparado nesse detalhe: ele tem um notch no topo da tela. Não satisfeito, ele não traz slot para microSD e tem uma borda inferior com leitor biométrico, além de tirar a entrada para fones de ouvido.

Desta forma, o visual realmente parece incomodar um pouco, mas pelo lado prático ele é funcional. O leitor biométrico na frente ainda é uma solução muito boa, e este é um celular grande, logo utilizar os gestos de navegação por ele é algo promissor.

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O leitor meio achatado lembra o do Moto G6 Plus, só que os gestos são meio diferentes. Se você deslizar, por exemplo, para qualquer um dos lados, o celular abre a multitarefa; para voltar à tela inicial, você tem que tocar e manter o dedo por uns instantes.

Mas, olha, esse leitor biométrico é muito, mas muito rápido.

Um desbloqueio facial também foi implementado no smartphone. Nitidamente, ele não é tão seguro como a solução da Apple no iPhone X, mas é tão rápido quanto. A experiência, neste caso, é bem rica, pois ele funcionou conosco em basicamente todos os cenários.

O notch também guarda a segunda saída de som do P20 Pro, já que a primeira fica na parte inferior. O som é alto e com qualidade boa, mas isso com volumes elevados. Apesar da boa distinção entre os graves e agudos, os volumes baixo e médio não são tão agradáveis; e especialmente com fones de ouvido, cuja qualidade é bastante simples.

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Mas, bora lá: são 6,1 polegadas de tela num painel AMOLED. A Huawei traz a resolução Full HD+ com o estanho aspecto 18.7:9, e quem não curtir o notch, é só ir nas Configurações de tela que tem uma opção para escondê-lo. Eu, particularmente, achei que ficou muito massa, assim.

Esse painel utilizado no P20 Pro só deixa um pouco a desejar em ambientes externos. O brilho dele é forte, mas com luz solar nós vimos resultados mais legais no iPhone X e Galaxy S9+. No entanto, o modo como ele lida com as cores é de um jeito preciso. E, de fato, não ter uma resolução 2K ou superior não faz muita falta, neste caso.

A Huawei ainda permite que você faça a calibração manual nas cores do display e crie perfis para quando quiser alterar posteriormente. Os ícones de notificações, inclusive, ficam ajustados no pouco espaço que lhes sobra no topo.

Especificações técnicas e desempenho

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Além de um bom fotógrafo, o P20 Pro é um daqueles celulares fortes:

  • HUAWEI Kirin 970;
  • Placa gráfica Mali-G72 MP12;
  • 6 GB de RAM e 128 de ROM;
  • Bateria de 4.000 mAh;
  • Bluetooth 4.2, NFC e USB 3.1 (Gen 1);

A coisa mais “frustrante” é que você não pode subestimar o P20 Pro. Ele é capaz de fazer praticamente tudo, e com bastante facilidade.

Se você espera muita fluidez, navegar na interface e alternar entre aplicativos pesados sem ver sinais de travamento, aqui está mais um bom celular que cumpre esta tarefa. O P20 Pro vai, sim, rodar aquele jogo pesado com gráficos no máximo. Rodar dois apps ao mesmo tempo? Fácil, fácil!

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Esse é o tipo de coisa que você costuma ver em dispositivos como o iPhone ou os Galaxy S, da Samsung. Aqui, no P20 Pro, a coisa não fica nada, nada diferente.

O software da Huawei

Se no hardware o P20 Pro já é, de fato, um competidor forte para os atuais smartphones topo de linha, é no software que a Huawei também precisou fazer melhorias. A empresa ainda está longe da interface ideal, mas já trabalhou em recursos muito legais.

Ela permite que você tire uma screenshot inteligente selecionando uma área da tela, inicie uma gravação de tela batendo duas vezes nela com dois dedos, ou simplesmente divida a tela para usar dois apps com um simples gesto de “cortar”.

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Também é possível duplicar os aplicativos, mas ainda há algo que nos incomoda. Tudo funciona nitidamente bem no lado do hardware e do software, tanto que ele receberá o próximo Android. Mas muitos aplicativos ainda ficam bugados, talvez por falta de compatibilidade.

Logo de primeira, apps como o Uber e outros de corrida não carregavam o mapa. Depois, jogos e apps de redes sociais travavam e eram fechados. Esses são bugs pontuais e que não aconteceram com frequência, mas apareceram. Ah, e ainda existem alguns errinhos de tradução para o português, algo que potencialmente pode ser corrigido.

Notavelmente, a fabricante trabalhará em atualizações mais limpas e em adaptações. Pois é como se algumas áreas da interface seguissem o Material Design, embora seja uma questão estética. De qualquer forma, todos esses recursos são muito legais e deixam a interface da Huawei diferenciada, de fato. Mas tem mais uma coisinha, aí.

Alguns aplicativos de utilidade REALMENTE duvidosa estão instalados, logo de cara. O exemplo mais prático é que a traseira dele é nitidamente um espelho, mas existe um app chamado “Espelho”.

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A menos que você não queira abrir a câmera frontal, é melhor economizar bateria apenas virando o celular, por exemplo.

Bateria

Outra coisa muito legal do P20 Pro é a sua bateria. Ele é mais “cheio”, mesmo, porque são 4.000 mAh de energia com que a Huawei promete dois dias de uso. Se você consome muito conteúdo online no Twitter, Instagram, assiste a vídeos no YouTube e ouve música por streaming, vai curtir passar mais tempo com o celular ligado.

É possível atingir o segundo dia, mas em uso moderado a coisa fica muito bem estabelecida em um dia e ½.

Considerando outras situações, a autonomia é boa também para trabalhar ou assistir a vídeos no YouTube; a descarga média registrada por nós foi de 7 a 8% por hora. Ele, inclusive, não pode ser carregado sem fio pela falta do recurso, que seria bacana se tivesse.

A falta do carregamento por indução no P20 Pro é como essa analogia: se você gosta de uva-passa, mas chega na casa de um parente e não tem no arroz, você come do mesmo jeito. Como o recurso ainda não tem a mesma velocidade do carregamento rápido por cabo, acaba não fazendo tanta falta.

Com cerca de 1 hora e 30 minutos plugado na tomada, os 100% voltam a ficar cheios; nos primeiros 30 minutos, ele tem pouco mais de 40% de carga.

Uma dica para melhorar a autonomia é ativar o modo escuro, deixar a opção de Resolução inteligente ligada e programar o celular para desligar e ligar automaticamente.

Competidor à altura?

Definitivamente, estamos diante de um os celulares mais potentes e elegantes dos últimos anos. O design é confortável de ser segurado, o display é grande e com qualidade boa e, claro, a bateria é um dos pontos que claramente não vai deixá-lo na mão.

Todo esse conjunto de câmeras muito boas, de um software mais polido e de todos os refinamentos e novos recursos, resultam em um aparelho que pode, sim, brigar com os iPhones e Galaxys da vida. A Huawei já vem ganhando espaço no mercado, e nós ficamos na expectativa de a fabricante voltar aqui ao nosso Brasil com o P20 Pro.

Sim, ele não é vendido no Brasil. Aqui no Canaltech, o produto chegou pelas mãos da Grabr, que permite comprar itens de qualquer lugar do mundo, e quem estiver viajando no período pode trazer para você dentro do seu prazo, permitindo comprar produtos a preços mais baixos ou ainda trazer algo que não é vendido no mercado nacional.

Bom, até aqui acho que todo mundo já percebeu que o P20 Pro já é um dos melhores celulares de 2018, certo? Ainda existirão brigas sobre “qual é o melhor smartphone para fotografias” e tudo mais, é claro. Mas os recursos deste aparelho são bem úteis.

Por US$ 899, ou algo perto dos R$ 3.300, o smartphone da Huawei nitidamente se comporta como um grande competidor perto do iPhone X, Galaxy S9+, Pixel 2 XL e muitos outros.

Mas, e vocês, curtiram esse aparelho?