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Huawei Mate 10 Pro: smartphone chinês com inteligência artificial [Análise / Rev

Por Redação | 16 de Janeiro de 2018 às 10h44

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Huawei Mate 10 Pro: smartphone chinês com inteligência artificial [Análise / Rev
Mate 10 Pro

A gente aprendeu que 2017 foi um ano seguidor de tendências. Primeiro, as câmeras duplas se consolidaram de vez - e, sério, o povo amou isso; depois as telas gigantes, com proporção 18:9, em um smartphone menor, mas ainda assim com aquele aspecto premium, sabe?

E agora parece que nós vamos presenciar mais uma tendência no mercado: chips neurais. O aprendizado de máquina pode fazer bastante pelo usuário antes que ele perceba, agilizando processos e fazendo configurações personalizadas.

O Huawei Mate 10 Pro traz tudo isso e mais um pouco.

Aderindo a mais nova onda do verão, a Huawei também chega com um smartphone grande, mas não tanto assim; o que impressiona mesmo é a tela de 6 polegadas que nós vamos falar daqui a pouco.

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O Mate 10 Pro tem um visual bonito e bem fechado. O seu corpo traz vidro Gorilla Glass nos dois lados, mas a empresa não especifica qual versão, e um desastre com água pode não virar uma decepção graças a certificação IP67.

A traseira com cantos arredondados, além da moldura de metal meio fosco, faz com que o celular fique confortável nas suas mãos, mas não totalmente firme pois ele é um pouco escorregadio. O único “porém” mesmo é o peso: são 186 gramas que podem incomodar no bolso - só que isso é ainda menos que no Galaxy Note 8, que pesa 195 gramas.

Mas aqui vão duas coisas, uma legal e outra bem triste, sobre o Mate 10 Pro: ele tem um sensor IR no topo para controlar de um jeito bem maroto a sua TV, mas também entra naquela outra onda do verão, que é a de excluir a entrada padrão para fones de ouvido.

O resultado, é claro, é que você vai ter que usar um adaptador (vulgo cotoco de fio) para acessórios adicionais.

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Tirando isso, a simetria e o formato no conjunto de câmeras e sensores na traseira é impressionante. Com toda certeza, é uma característica que merece ser mencionada, afinal tudo isso está em destaque graças a esse layout diferente.

No fim das contas, o Mate 10 Pro junta o minimalismo com materiais premium, e botões bem posicionados para um smartphone fácil de ser utilizado.

DISPLAY E MILTIMÍDIA

A Huawei também aderiu um painel OLED com proporção 18:9 no Mate 10 Pro, que suporta HDR, tem aspecto plano e resolução Full HD+ (402 ppi). Você vai notar que mesmo com ângulos mais variados a tela ainda assim é bastante visível, mas ele também tem aquele “probleminha” de mudar um pouco a tonalidade das cores com ângulos mais extremos.

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As 6 polegadas do display ainda fazem do Mate 10 Pro um smartphone pouca coisa menor que o S8+. O brilho dessa tela também é forte e deixa tudo legível, mesmo com luz solar forte batendo nela. Ah, e claro, naturalmente esse painel tem tons pretos mais intensos, mas ainda percebemos que há um pequeno desequilíbrio para tons mais frios.

Esse é um ponto meio chato, mas é possível ajustar a temperatura das cores nas configurações. E nós recomendamos mexer ao menos um pouquinho nisso, pois de alguma forma as cores ficam saturadas de um jeito exagerado dependendo das cenas.

E o curioso é que também existe um modo “Always-on Display” que informa apenas as horas e notificações de aplicativos já pré-instalados pela fabricante. Como se isso já não fosse meio chato, essa opção fica bem escondida nos menus do aparelho. É o caso de torcermos para a fabricante alterar isso numa atualização.

Ainda assim, usar o Mate 10 Pro para consumir conteúdo é muito legal. O tamanho da tela é ótimo e ajustado com a proporção do corpo, que tem 81% da estrutura tomada pelo componente.

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O fone de ouvido dele já vem no padrão USB-C, graças a ausência de uma entrada P2. O formato é legal, e ele até se encaixa bem no seu ouvido, mas a qualidade definitivamente não é seu ponto forte. A saída de som do próprio celular também tem qualidade aceitável, dentro da média, mas nada acima do que é considerado “caixinha de celular”.

E nós não recomendamos usar ele com volume máximo por causa das fortes distorções. Isso acontece tanto na saída normal quanto com fones, então é sempre bom deixar no penúltimo nível.

ESPECIFICAÇÕES

O Huawei Mate 10 Pro vem com o chip Kirin 970, que tem CPU e GPU bem poderosas. O diferencial, porém, é o uso do aprendizado de máquina que faz com que ele seja mais rápido e “preveja” as ações.

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E pra quem estava se perguntando “cadê os benchmarks?”, aqui vão os resultados dele nas principais ferramentas da Google Play.

USABILIDADE + DESEMPENHO

Na prática, a Inteligência Artificial por trás do Mate 10 Pro não significa que ele vá conversar com você como a relação entre Tony Stark e Jarvis. Na realidade, ele aprende com o seu uso, com o mundo externo, e facilita a fluidez do smartphone em diversos pontos, como no reconhecimento de uma imagem e no processamento de linguagem.

Tente realizar uma tarefa como traduzir o texto de uma imagem e veja como isso acontece. Neste caso, ele consegue sugerir dicas mais inteligentes, tem um melhor cancelamento de ruído e pode até reconhecer vozes em chamadas. Ok, esse último ainda precisa melhorar, mas ele está no caminho certo.

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O Huawei Mate 10 Pro vem com Android 8.0 Oreo e roda a EMUI 8.0. A NPU (unidade de processamento de Rede Neural) dele, e todo o conjunto, trazem uma experiência de uso muito agradável e que deixa clara a fórmula de um “topo de linha”. Ah, e ele também vai receber todas as próximas APIs de Rede Neural da Google em breve.

Sendo assim, aquele joguinho bem pesado que você tanto quer jogar vai rodar tranquilamente nele, bem como ter vários apps abertos não vai travar o smartphone. Mas existem bugs leves na interface, o que não atrapalha tanto, mas é chato; e os apps pré-instalados, bem… desinstale o que você julgar desnecessário, mas eles são muitos e nem sempre podem, de fato, ser desinstalados.

O Mate 10 Pro tem atualização garantida por pelo menos os próximos dois anos, o que é muito bom. Nesse meio tempo, a fabricante poderia incluir o português, já que a tradução é feita apenas para o de Portugal.

Mas nós não estamos questionando a fluidez desse aparelho. Ele é mesmo muito leve e não trava em praticamente nenhuma situação, o que é ótimo para quem curte usar o smartphone para trabalhar. Nesse quesito, ele não está nada longe do Galaxy S8.

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A Huawei também colocou um “Modo PC” neste aparelho. Ele se parece mais com o Continuum por não usar hardware extra para mágica acontecer, mas tem o mesmo conceito. Neste caso, o celular pode se transformar num desktop não muito potente, é claro, e você precisa comprar um adaptador extra para usar esse modo com um monitor.

Nós vamos fazer alguns testes extras com o Modo PC do Mate 10 Pro, e vamos trazer as nossas impressões sobre ele em um vídeo extra, beleza?

Fiquem de olho!

BATERIA E ACESSÓRIOS

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Lembra quando eu disse que o Mate 10 Pro pode ser um tanto quanto desconfortável por causa do peso? A bateria de 4.000 mAh é a resposta. A fabricante, que promete autonomia de dois dias, não está tão distante disso.

Em nosso tradicional teste de estresse, o smartphone conseguiu uma descarga média de 7,5% por hora. E isso assistindo vídeos no YouTube, com brilho máximo e somente com o Wi-Fi ligado.

Pois é, a autonomia de bateria do Mate 10 Pro é muito satisfatória. Nós usamos ele normalmente no dia-a-dia, com Wi-Fi, GPS e 4G ligados o tempo todo, e ele ficou ligado por um período 1 dia e meio nos ciclos de teste. Isso é realmente muito bom e mostra a eficiência energética em ação.

Se você é um usuário ainda menos exigente, vai conseguir ficar com ele ligado por ainda mais tempo - talvez até o fim do segundo dia, algo depois disso só se você realmente não usar o aparelho… o que não é o propósito, não é?

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E existe algo cômodo nele: o sistema de carregamento rápido leva ele do 0 - 55% em apenas 30 minutos. A bateria fica cheia depois de 1h30 com ele plugado na tomada.

Opa, quase esqueci: ele também pode ser usado para carregar outro smartphone também. Mas aí você vai precisar de um cabo USB-C para USB-C, ou de um adaptador como esses.

CÂMERAS

E lembra que eu disse que a IA dele faz muito mais do que aparentava? Na câmera, por exemplo, você pode, com apenas um toque, selecionar um modo onde ela reconhece o tipo de objeto que está sendo fotografado e adapta a saturação, contraste e balanço de branco para o seu clique sair melhor.

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A tendência dos dois sensores na parte traseira se repete aqui. Duas câmeras, uma de 16 MP e outra de 20 MP, formam um conjunto legal para o portfólio da Huawei. Elas permitem o zoom óptico de 2X, grava na resolução 2160p@30fps e tem vários truques. E, mais uma vez, a Leica forneceu estas lentes para o smartphone da fabricante chinesa.

A NPU do Mate 10 Pro permite que ele reconheça até 13 cenários diferentes, e com isso pode ajustar as configurações automaticamente para as suas fotos ficarem melhores. Como estamos lidando com o software, no futuro a fabricante com certeza pode adicionar mais cenários.

E o smartphone reage a tudo de modo quase que instantâneo, reconhecendo as cenas e fazendo as predefinições. O reconhecimento facial também é muito rápido, assim como todos os controles manuais e o acesso a outros modos. É uma ótima combinação de hardware e software para fotos clicadas com mais velocidade e qualidade.

O modo retrato não é bizarro (cheio de falhas), mas também não é perfeito. O que nós gostamos é que você tem controle da abertura do obturador neste modo, o que permite deixar, de fato, um objeto ou pessoa em foco, e não somente partes do corpo como o rosto.

Você ainda pode criar um efeito de lentes f/0.95, mas isso é feito com o software. As duas câmeras traseiras do Mate 10 Pro têm abertura de f/1.6 e isso já é o suficiente para fazer ótimas fotos.

A Huawei ainda coloca um sistema de redução de ruído que também ajuda em cenários noturnos, e ele vem com autofoco híbrido a laser, detecção de fase e modos para fazer cliques com aquele borrão maroto das pessoas ou carros passando, sabe?

Só que tem um problema aí no meio: em cenas muito claras o HDR consegue realmente deixar tudo de um jeito mais bizarro. Ele é opcional, então, sempre que puder faça os cliques com ele ligado e desligado. Mas acontece que esse efeito, unido a redução de ruído, pode abandonar a nitidez e deixar as fotos com aspecto artificial demais.

O Modo Retrato também está disponível para a câmera frontal, que no fim das contas não chega nem perto da precisão de cores, detalhamento e nitidez do Pixel 2, por exemplo. As fotos não ficam teoricamente ruins, mas sim com um EFEITO RUIM que tenta “mascarar” ao máximo o rosto dos usuários. E pelo visto nem tem como desabilitar essa parada. Ah, mas claro, é um sensor de 8 MP (f/2.0).

VALE A PENA?

O resumo do Mate 10 Pro é que ele é um smartphone muito bonito e poderoso. Ele é um smartphone projetado para durar um bom tempo, tanto que a fabricante garante atualizações do Android por dois anos. Mas, é claro, isso não elimina que ele seja incrivelmente parrudo e com design atraente.

O que nós mais curtimos nesse aparelho foi a bateria de longa duração, a fluidez para navegar e usar os aplicativos, o design em vidro e a capinha de silicone que já vem na sua caixa. Como celulares de vidro tendem a arranhar ou serem danificados, esse foi um presente legal da Huawei.

Mas o grande destaque, claro, é o uso da “IA”. É algo semelhante ao A11 Bionic, chip do iPhone X, que vai aprendendo com o seu uso e melhorando aspectos do smartphone, como a segurança, energia, desempenho, câmeras e mais.

Ainda falta um pouco mais de atenção no software e na quantidade de apps carregados, e com uma câmera frontal que enfatiza os filtros e não o usuário não dá, né meu parceiro?

No fim das contas, acontece que essa linha da Huawei amadureceu até chegar num dispositivo que foi feito para durar anos nas mãos dos consumidores.

Você até encontra uma câmera melhor num Google Pixel 2 da vida, ou talvez mais poder de processamento em um iPhone X. Mas o Mate 10 Pro tem equilíbrio em praticamente todos os pontos, e o desempenho desse aparelho talvez já seja um ponto para aproximá-lo dos usuários.

Atualmente, o Mate 10 Pro pode ser encontrado por cerca de ~US$ 830, ou pouco mais de R$ 2.700 em conversão direta e desconsiderando impostos. Pois é, ele é um celular caro, mesmo. Mas e você, levaria ele ou algum outro top de linha vendido no Brasil para casa? Conta aqui pra gente!