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Google Pixel 3 e 3 XL: a câmera mais comentada do ano [Análise / Review]

Por Wellington Arruda | 06 de Novembro de 2018 às 13h28

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Google Pixel 3 e 3 XL: a câmera mais comentada do ano [Análise / Review]

Este é o terceiro ano da linha Pixel no mercado de smartphones, mas a Google já provou que conseguiu unir bem a sua empreitada de hardware com o software aprimorado.

Hoje, com um mercado cada vez mais competitivo, a empresa trouxe melhorias e refinamentos em pontos bem legais, mas a usabilidade simplificada fica bem clara nesta geração.

Design, display e multimídia


A nova geração do Pixel é bem parecida com a anterior. Agora os celulares têm acabamento Gorilla Glass nos dois lados e alumínio suave nas laterais. A traseira tem uma divisão entre um vidro também mais suave e uma parte áspera, para melhorar a ergonomia. A propósito, isso não funciona perfeitamente, então é bom ficar ligeiro para não deixar eles escaparem.

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O Pixel 3 é claramente o mais confortável. Ele pesa ~148g e cabe no bolso da calça sem incomodar, enquanto o XL tem ~184g e é mais complicado para mãos pequenas. Mas uma coisa é certa: escolha o menor ou o maior, você terá um smartphone elegante e legal de ser utilizado.

Agora eles agora trazem certificação IP68. No ano passado, o nosso Pixel 2, por exemplo, não resistiu tomar um banho e foi danificado, então esse upgrade é bem-vindo. Só que a Google continua com gaveta única para chip, a entrada P2 para fones segue caminhando para o limbo, e o LED para notificações também não está mais presente.

Eles têm botões apenas na lateral direita, e a gaveta para o chip fica na parte inferior. No lugar de um botão dedicado para o Assistente, você ainda pode apertar o celular para falar com ele. Eu, por outro lado, prefiro usar esse comando para silenciar chamadas e notificações.
[cabeça]

Esteticamente, o que muda entre os dois é o tamanho do display. Ambos usam painel OLED da Samsung (3 XL) e LG (Pixel 3). Respectivamente, são telas de 6,2” (2960 x 1440p) e 5,5” (2160 x 1080p), com suporte a HDR e carregando melhorias expressivas.

Elas estão configuradas para um padrão de cores mais saturado, mas também existe o adaptativo. O mais legal, mesmo, é o modo de cores naturais, que mantém um aspecto mais fiel até mesmo para quem curte editar fotos direto do celular.

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As imagens reproduzidas no Pixel 3 e 3 XL são muito boas. Os pretos são profundos, há um bom balanço cor e os ângulos de visão foram corrigidos. Só o brilho deles que não impressiona. Sob luz solar, por exemplo, é melhor deixar ele sempre no máximo para enxergar alguma coisa.

Mas óbvio que a gente não ia esquecer desse notch enorme implorando por atenção. Você até pode escondê-lo, mas então perderá espaço útil de tela. Assistindo vídeos no XL, por exemplo, você sempre terá esse aspecto esquisito com bordas desproporcionais. Só que, falando sério, quem quer um celular com display maior talvez não se importe com o notch nessas horas, né?!

A Google também melhorou os alto-falantes estéreo nesta geração. Eles contam com um bom controle de volume e os graves são perceptíveis até mesmo nos mais baixos, o que é ótimo para quem ouve podcast ou quer deixar uma musiquinha ambiente tocando no celular.

Duas outras coisas legais dos novos Pixel: eles contam com um motor mais fiel para vibrações, que dá uma resposta tátil interessante. E os fones de ouvido, que agora são USB-C, são muito bem equilibrados e com bons graves, mas os microfones parecem estar abafados durante uma chamada.

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Usabilidade, desempenho e software

O Pixel 3 e 3 XL são ótimos smartphones, mas eu vou contar um segredo aqui: eles definitivamente não estão focados em desempenho. A experiência de uso é ótima, mas não espere que eles possam segurar apps em segundo plano como num OnePlus 6 com 8 GB de RAM.

Por outro lado, estas são as specs que a Google trouxe:

* Chipset Snapdragon 845;
* GPU Adreno 630;
* 4 GB de RAM;
* 64 GB ou 128 GB de memória;
* Bluetooth 5.0 + LE (Low Energy);
* NFC.

E, é claro, aqui vão os resultados de benchmark dos novos Pixel.

O conjunto de hardware dele fornece experiência rica, mas é o software aprimorado que faz uma grande diferença. Dificilmente você se depara com travamentos, há a possibilidade de usar dois apps ao mesmo tempo, e rodar apps pesados não é uma preocupação.

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Como falamos, eles não são voltados para desempenho bruto, e sim para uma usabilidade rica. Com o Android 9.0 Pie, por exemplo, a Google tenta ilustrar melhor como você pode equilibrar o uso do smartphone com o Bem-estar Digital, que inclusive já foi comentado por nós em um vídeo separado.

Funções do sistema como atender ligações, Google Lens e até o Android Auto estão nitidamente mais funcionais. Para quem quer uma experiência rica de hardware e especialmente software, com Android puro, os novos smartphones da linha Pixel são indicados.

A Google fornece, inclusive, três anos de atualizações do seu próprio software, o Android, com updates mensais para patches de segurança. E por falar em segurança...

Dentro dos novos Pixel ainda existe o chip Titan M. Ele é uma camada extra de proteção, garantindo mais segurança no bootloader, criptografia e tem novas APIs para verificação em apps de terceiros. A ideia da Google é que o seu smartphone esteja, de fato, seguro.

No Pixel 3, a Google também melhorou sua abordagem de Inteligência Artificial. O aprendizado de máquina e processamento de dados, como explica a empresa, é feito de maneira confiável na nuvem. Ela promete melhorias de desempenho, na bateria e de usabilidade, inclusive com serviços de realidade aumentada e nas câmeras.

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Bateria

Se você procura por um smartphone que possa durar mais tempo no seu bolso, certamente deverá escolher o Pixel 3 XL no lugar do Pixel 3. Respectivamente, eles têm 3430 mAh e 2915 mAh. A Google também trouxe suporte para Carregamento Rápido (18W), e o carregamento rápido por indução também está presente, embora seja um pouco mais lento do que com cabo.

Em 30 minutos, cerca de 50% das baterias está preenchida, e a carga completa acontece em 1h30. Agora, no dia a dia, o Pixel 3 foi capaz de permanecer ativo por cerca de 17 horas, com média de 4 a 5 horas de tela ligada. Já o PIxel 3 XL teve autonomia de 20 horas, com média de 5 a 6 horas de tela.

Reproduzindo vídeos por streaming, a média de descarga por hora desses caras foi de 13% para o Pixel 3 XL, e 11% para o Pixel 3.

Câmeras

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Nos novos Pixel 3, a câmera traseira tem 12.2 MP (f.1.8) e pode combinar a OIS e EIS em filmagens. Ele também tem um sensor para correção de cores ao lado do flash dual-tone e pode gravar em 4K com 30 fps, mas não em 60 fps, como em outros modelos top de linha.

Agora, na frontal, a Google usa duas câmeras de 8 MP. A primeira é f/1.8 com ângulo de captura de 75°, e a segunda é wide, com f/2.2 e 97° para fotos com mais amigos ou objetos.

Embora pareçam especificações relativamente modestas, a Google provou novamente o seu ponto: o software de câmera da companhia melhorou para caramba!

Os novos recursos dos Pixel 3 são muito legais. Começando pelo modo Super-Res, que já foi visto em aparelhos de outras marcas, a companhia descarta a segunda lente para zoom óptico por uma solução que parecia bem mais impressionante no evento de lançamento.

O HDR+, em conjunto com o modo burst, faz uma captura de até 15 imagens, mas usa técnicas para combinar elementos de OIS para que as cenas estejam sempre, ou quase sempre, nítidas. Os filtros vermelhos, verdes e azuis por trás de cada pixel usa o tremelique natural da gente para capturar detalhes e informações, e compila tudo numa imagem corrigida.

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O resultado não é perfeito e, claro, apresenta ruído, mas é uma opção viável para se aproximar dos objetos sem precisar de um segundo sensor.

Eles também usam RAW computacional, que faz a mesma mesclagem e absorção de dados para criar imagens mais ricas. Isso, claro, pode gerar discordância entre os fotógrafos profissionais, já que um modo manual não está presente no aplicativo, também.

O modo Retrato do Pixel 3 funciona muito bem com humanos, animais e objetos, embora sempre dê importância ao seu rosto. Os resultados são muito bons com o sensor traseiro, mas algumas áreas ainda apresentam falhas no recorte. De qualquer forma, você consegue ajustar a intensidade de desfoque e o app de Câmera salva uma cópia sem o recurso.

Neste caso, o iPhone XR acaba se saindo melhor, por exemplo. A lente usada pelo iPhone é mais aberta, e o recorte parece mais preciso em áreas como o cabelo e/ou acessórios.

Em vídeos, no entanto, o concorrente iPhone XS se sai melhor. A coloração é mais precisa e as imagens mais nítidas, enquanto o PIxel tende a deixar tudo mais claro, perdendo nitidez em alguns casos, mas sempre resultando em cores mais opacas. Aliás, os microfones do Pixel são bem inferiores. Assim, considere o Pixel ideal para fotografias, mas não para vídeos. Ele, inclusive, tem menos opções para gravações com taxas diferentes.

Para fotografias de forma geral, os Pixel 3 e Pixel 3 XL são, definitivamente, ótimos smartphones. Suas fotos ganham nitidez, um bom nível de detalhes, as cores são precisas e eles ainda contam com modos de HDR e alcance dinâmico melhorado.

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As câmeras frontais do Pixel 3 também se destacam bem. Elas contam com o mesmo recurso de Retrato, HDR+ e Cena Noturna, e podem gravar em 1080p@30fps. Com fotos com fundo desfocado, as câmeras frontais tendem a até mesmo resultados melhores do que o sensor traseiro. Os recortes são mais precisos, ainda que bugados em algumas áreas, mas a coloração também é bem acertada.

Já o tal modo de Cena Noturna, sendo bem direto, funciona ridiculamente bem. Bem até demais, eu diria. Suas fotos noturnas ficam tão claras que, no caso, às 20h no centro de São Paulo a iluminação parece mais ao meio-dia. Ele pode reduzir imagens limpas, mas ainda com ruído, só que com claridade e detalhamento absurdo em locais internos. Em cenários externos, porém, você pode arriscar no HDR+ que o resultado já fica bem bacana.

Só que… ainda falta uma coisinha sobre o Cena Noturna.

É importante acrescentar que o modo Night Sight está em fase beta, portanto podemos esperar por resultados ainda mais interessantes no futuro. Mas, o grande ponto é que boa parte desses resultados parece muito artificial.

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As fotos certamente ficam mais nítidas, com menos ruído e mais detalhes, e as sombras são realçadas, mas dependendo do cenário você precisará segurar firme o smartphone por mais tempo para que ele conclua a sequência de imagens.

Essa sequência funciona de maneira semelhante ao HDR+. Ele é uma espécie de longa exposição, que assim como em outros recursos da Google, faz uma combinação de elementos no cenário para gerar os arquivos de modo limpo em locais com baixa iluminação.

Por fim, a Google ainda traz recursos como o Cabine de Fotos e o Playground, que usa Realidade Aumentada para adicionar personagens e objetos nos cenários.

A ideia da Google com o Pixel 3 é tornar os seus momentos de fotografias cada vez mais simples. E os caras conseguiram, mesmo. Em cenários onde o pôr-do-sol, por exemplo, já está bem no final, você ainda consegue extrair uma boa iluminação e cores nítidas, mas tudo graças às melhorias computacionais adotadas pela Google.

O foco automático dos smartphones é bom e rápido, o Top Shot ainda pode indicar fotos melhores, já que o dispositivo pode fazer fotos antes e depois do seu “clique”, e os resultados são, em suma, muito bons.

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Vale a pena?

Os celulares da linha PIxel 3 refletem bem a maneira que a Google tem trabalhado nos últimos anos. As melhorias são em pontos funcionais para os usuários, e a companhia entregou, sim, produtos de ponta.

Mas, é preciso notar algumas coisas: 1) eles não têm expansão de memória e entrada P2; 2) têm menos opções para gravações de vídeo; 3) ainda peca no áudio; 4) não há um modo de leitura facial. Esse último não chega a incomodar, já que o leitor biométrico segue firme, forte e mais seguro nos aparelhos.

A gente também viu alguns bugs por aí: relatos indicam que eles podem ser arranhados com facilidade (não foi o nosso caso, ainda bem) e que até mesmo as fotos não estão sendo salvas.

A lista realmente pode ser grande. Aqui conosco, o Pixel 3 (menor) chegou a reconhecer rapidamente o fone de ouvido USB-C como o carregador. A Google, claro, deve corrigir esses problemas.

A grande questão é que temos visto esses fenômenos com mais frequência. Essa “betalização”, que seria um termo bem aleatório para explicar esses bugs DESNECESSÁRIOS, precisa parar — e não que alguns deles sejam necessários, né!
Mas, agora, falando do que há de muito massa nos novos Pixel:

* O design deles é muito bonito e agora com IP68, embora não estejam tão preocupados com as bordas;
* A experiência de software é muito boa, mesmo que alguns recursos não estejam disponíveis no Brasil;
* 4 GB de RAM é bom, mas não espere desempenho bruto;
* As telas e saídas de som foram melhoradas;
* As câmeras…

O principal ponto dos novos Pixel são as câmeras, ou “a” câmera, no caso. Um único sensor na traseira, apoiado pelo software e recursos de aprendizado de máquina, faz destes aqui alguns dos melhores celulares para fotografia da atualidade.

Muita coisa ainda precisa ser melhorada e adicionada. E eles não são perfeitos. Mas, se você tem um Pixel 2, por exemplo, não precisa se afobar: boa parte dos recursos será levada para o modelo do ano passado.

Se você procura por um smartphone com a melhor experiência de software no Android, com interface e experiência pura, de verdade, eles são ótimas opções. Mas, se você procura por mais desempenho, é melhor dar uma espiada em modelos com 6 GB ou 8 GB de RAM e especificações mais fortes.

A propósito, na opinião deste que vos fala, o Pixel 3 menor ganhou vários pontos. Ele tem todos os recursos do Pixel 3 XL, mas sem o notch e com tela menor, também, o que faz dele um aparelho compacto de muito respeito.

O preço deles lá fora começa em US$ 799 para o Pixel 3 e US$ 899 para o 3 XL.

Ficha técnica:
Pixel 3 XL
Pixel 3