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Cuba testa Wi-Fi público e gratuito antes de comercializar pacotes de dados

Por| 15 de Agosto de 2018 às 22h15

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Cuba testa Wi-Fi público e gratuito antes de comercializar pacotes de dados
Cuba testa Wi-Fi público e gratuito antes de comercializar pacotes de dados

Na última terça-feira (14), mais de 5 milhões de cidadãos cubanos puderam fazer uso experimental, por cerca de oito horas, de internet móvel aberta e gratuita. O serviço foi disponibilizado como teste antes que a empresa estatal de telecomunicações Etecsa faça a venda dos pacotes de dados.

Em Cuba, existem centenas de pontos de Wi-Fi disponíveis, mas a ilha ainda é um dos locais menos conectados do Ocidente. Isso se dá porque as residências cubanas não costumam ter conexões particulares, serviço que é vendido por preços salgados para quem vive lá. O teste gratuito do dia 14 foi a primeira vez que os serviços de internet estiveram disponíveis em todo o país.

Nas ruas da capital da república socialista, Havana, foi possível ver inúmeros cidadãos aproveitando a oportunidade com seus smartphones nas mãos. Comentava-se que a velocidade da conexão era um pouco mais lenta do que normalmente é ofertado com o acesso pago, mas ainda assim o clima era de comemoração. O taxista Andres Peraza comentou sobre o teste em entrevista à Reuters: "É uma notícia maravilhosa, porque podemos conversar com a família no exterior sem ir a pontos específicos de Wi-Fi, há mais intimidade". Cerca de 40% da população da ilha possui parentes que vivem em outros países.

Os pontos de Wi-Fi de Cuba cobravam cerca de US$ 1 por hora de acesso, o que pesa no orçamento dos cidadãos. O governo cubano ainda não divulgou quais serão os preços a serem pagos pela internet móvel que será fornecida pela Etecsa, nem mesmo qual é a data em que as vendas serão iniciadas. Entretanto, a Etecsa já fornece o serviço para empresas e embaixadas na ilha, cobrando cerca de US$ 45 por mês, nos planos de 4 GB de dados.

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Isolamento digital e embargo econômico

O pouco acesso que os cidadãos cubanos têm à web se deve a múltiplos fatores. Não é apenas a dificuldade em arcar com os custos exigidos pela empresa fornecedora do serviço que afasta a população dos espaços virtuais, mas também o longo embargo comercial, praticado pelos Estados Unidos da América desde outubro de 1960.

Desde 1996, o Congresso dos EUA aprovou uma lei chamada Helms-Burton, que proibiu cidadãos estadunidenses de realizarem negócios na ilha ou com o governo cubano, como forma de penalização pela escolha do regime socialista. Até 2013, só era possível encontrar pontos de Wi-Fi públicos em Havana em hotéis turísticos, dada a dificuldade de implementar o acesso aos seus próprios cidadãos. A dificuldade de implementação está amplamente conectada com os esforços estadunidenses para que o governo socialista não tenha equipamentos, como antenas, que garantam o serviço para a população.

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O governo de Cuba passou a defender que a inclusão digital era uma de suas prioridades há alguns anos, criando cibercafés e pontos públicos de Wi-Fi, além de lentamente estar possibilitando que as residências do país recebam conexões privadas. Mesmo antes de assumir o cargo de presidente, tomando o posto que anteriormente era ocupado por Raul Castro, Miguel Diaz-Canel já era um defensor contumaz do direito à internet: "Precisamos colocar o conteúdo da revolução online", disse o presidente em julho de 2017.

Segundo ele, os cubanos poderiam "contrapor-se à avalanche de conteúdo pseudo-cultural, banal e vulgar" ao compartilhar um pouco da característica cultura da ilha na web.

Fonte: Reuters