Startup transforma carbono em combustível de avião e levanta US$ 645 milhões
Por Felipe Szatkowski |
![Divulgação/Web Summit](https://t.ctcdn.com.br/3aUGk2rNEjJ_r5AV-oxq1E--kmA=/640x360/smart/i954417.jpeg)
De Lisboa, Portugal — E se o carbono emitido na atmosfera pudesse virar combustível de avião? Essa é a proposta da startup Twelve, que desenvolve uma tecnologia para transformar CO2 em produtos químicos, incluindo combustíveis que não prejudicam o meio ambiente. Os detalhes foram compartilhados pela cofundadora da empresa, Etosha Cave, em uma palestra realizada nesta segunda-feira (11) no Web Summit de Lisboa.
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A Twelve é uma startup de transformação que converte o CO2 (dióxido de carbono), água e eletricidade em produtos essenciais que, hoje, são feitos de combustíveis fósseis. Segundo a executiva, a empresa, de certa forma, “imita árvores e plantas” que absorvem o dióxido de carbono da água, do ar, do solo e os transformam para depois liberar oxigênio.
A ideia veio com a dificuldade do setor de transformar aviões tradicionais em elétricos, que dependem de uma grande reformulação e transformação da aeronave. Segundo Etosha, esse processo levaria muito tempo e, por isso, decidiu apostar na descarbonização da indústria da aviação.
A startup usa catalisadores metálicos e eletricidade para decompor moléculas de CO2 e água em átomos menores. A partir disso, esses átomos são “reformados” em novas moléculas de hidrocarboneto e oxigênio dentro de reatores que os transformam em produtos químicos, como combustível para jatos e aviões.
“Em todos os sentidos, estamos fazendo a fotossíntese industrial e escalando essa tecnologia para podermos ter florestas industriais ao redor do mundo fazendo o trabalho das árvores”, explica.
Consumo e produção
Segundo a cofundadora da Twelve, o consumo energético da transformação feita pela Twelve é similar a de um datacenter, ou seja, centenas de megawatts. Esse consumo pode ser “suportado por energia solar e eólica”, explica.
Cave completa ao dizer que a startup utiliza eletricidade feita no processo para alimentar os reatores, mas que a energia vem principalmente de fontes renováveis.
“Nosso primeiro reator comercial que estamos construindo fica em Moses Lake, Washington. Ele é uma versão em escala menor dos nossos reatores comerciais maiores e produzirá combustível suficiente para cerca de 100 voos transcontinentais por ano. Já nossos reatores comerciais maiores em escala produzirão combustível para mais de 10.000 voos por ano, de voos transcontinentais com 200 passageiros”, conta a executiva.
Investimento milionário
Com a iniciativa, a Twelve levantou US$ 645 milhões vindos de investidores. A cofundadora explica que a empresa irá investir o dinheiro em financiamento de projetos para conseguir validar etapas como segurança de terra e início da construção de uma indústria.
De acordo com Cave, a meta é construir dez reatores e a ideia é que o financiamento também auxilie nesse processo.
"Queremos criar um mundo em que todos nós podemos voar, continuar com o estilo de vida que amamos, crescer a economia, criar empregos, e reduzir nossa pegada de carbono ao mesmo tempo”, observa.
Acompanhe o Canaltech para ficar atento às principais discussões e tendências do Web Summit de Lisboa!
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Colaborou: Bruno De Blasi e Emanuele Almeida