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Teste da “urna eletrônica” ElectionGuard foi um sucesso, diz Microsoft

Por| 20 de Fevereiro de 2020 às 14h40

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(Imagem: Tim Burt, CVP da Microsoft, via Twitter)
(Imagem: Tim Burt, CVP da Microsoft, via Twitter)
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A Microsoft veiculou, no último dia 18, o teste de sua plataforma ElectionGuard, uma espécie de “urna eletrônica” que se vale de um sistema de código aberto instalado em tablets Surface, trazendo criptografia de ponta para contabilização e verificação de votos eleitorais. O teste, considerado um sucesso completo pela empresa, foi aplicado durante a eleição de representantes da Suprema Corte do estado norte-americano do Wisconsin, na cidade de Fulton.

“Ontem [18/2], nós realizamos o piloto do ElectionGuard pela primeira vez em uma eleição oficial em Fulton, Wisconsin. A contagem criptografada do ElectionGuard foi exatamente igual à contagem feita à mão e, pouco depois das enquetes fecharem, os eleitores puderam verificar que seus votos foram contabilizados pelo sistema”, disse o vice-presidente corporativo e chefe de relações com o cliente, Tom Burt, em seu perfil no Twitter.

A ElectionGuard foi usada em conjunto com os sistemas normais, a fim de serem minimizados eventuais erros de contagem caso ela não funcionasse. Ademais, a plataforma só foi aplicada para algumas poucas centenas de votos, mas com o sucesso professado pela Microsoft, ela agora se credencia para ter uma promoção e aplicabilidade maiores.

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Mesmo diante de um teste tão pequeno, a Microsoft já começa a coletar bons frutos da iniciativa: as empresas Smartmatic e Clear Ballot — ambas fabricantes de urnas eletrônicas e máquinas de votos — já haviam anunciado uma parceria com a mãe do Windows para utilizarem a plataforma. Agora, inclui-se nessa lista a Dominion Voting Systems, que tem interesse no kit de desenvolvimento de software (SDK) da ElectionGuard.

Segurança especial

A ElectionGuard se vale de um recurso já conhecido para quem é do meio da tecnologia da informação (TI): a plataforma emprega em sua segurança o conceito de “criptografia homomórfica”. Basicamente, é uma forma de encriptação onde o sistema consegue processar dados sem identificá-los: sabe a questão do “voto secreto”? É isso, em resumo: a ElectionGuard consegue contar o voto feito na máquina, mas não quem o fez, além de imprimir um comprovante de voto que pode ser contado em paralelo com o sistema, adicionando uma camada maior de transparência, segundo oficiais do teste.

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No caso da ElectionGuard, o processo de voto funciona da seguinte forma:

  1. O eleitor vai escolher candidatos em uma tela sensível ao toque e confirmar a sua decisão
  2. Depois, o eleitor terá impresso o seu voto, para revisão de precisão, além de simultaneamente receber um código de rastreio
  3. O comprovante de voto será depositado em uma caixa, para contagem
  4. O código recebido pode ser usado em um site, a fim de verificar se o seu voto foi confirmado, contabilizado ou se foi alterado de alguma forma. Vale citar, porém, que o código não informa “em quem” o eleitor votou, então terceiros não terão essa informação
  5. A criptografia homomórfica permitirá a contagem de votos sem que eles sejam descriptografados
  6. O kit de desenvolvimento de software da ElectionGuard também dá suporte a terceiras entidades com apps de verificação, gerando independência de resultados e para confirmar se os votos criptografados foram contabilizados corretamente, sem alteração. Tais apps podem ser criados por oficiais da eleição, veículos de imprensa ou qualquer outra entidade terceirizada de interesse no processo eleitoral
  7. Máquinas voltadas à acessibilidade, como o Surface e controle adaptado do Xbox, também têm suporte da ElectionGuard

Em um período onde erros crassos de contagem de votos estão permeando diversas competições nos Estados Unidos — com destaque para o cálculo das primárias do Partido Democrata em Ohio —, a plataforma da Microsoft pode se firmar como uma via de sucesso a ser perseguida pela política do país. Resta saber se, ao contrário do diminuto tamanho da eleição da Suprema Corte de Wisconsin, a ElectionGuard “aguenta o tranco” de uma eleição de larga escala.

Fonte: Microsoft, via Twitter