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Obsolescência programada: por que seu celular estraga tão rápido?

Por  • Editado por Léo Müller | 

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fxquadro/freepik
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Se você já percebeu que seu celular parece perder eficiência ou apresentar defeitos após pouco tempo de uso, você não está sozinho. A durabilidade dos smartphones tem se tornado uma preocupação crescente. Uma das explicações mais discutidas para isso é a obsolescência programada, que sugere que o eletrônico é fabricado já com uma intenção de que dure pouco.

Segundo o engenheiro eletricista Voldi Costa Zambenedetti, professor da PUCPR, “qualquer equipamento, construído com vários componentes, terá uma vida útil que será uma média ponderada da vida útil daqueles componentes individualmente”.

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Em outras palavras, cada parte de um dispositivo possui um tempo de funcionamento esperado. Ao final desse ciclo, componentes podem falhar ou precisar de substituição.

O tempo médio entre falhas, conhecido tecnicamente como MTBF (Mean Time Between Failure), é usado para calcular quanto um produto pode durar antes de apresentar problemas.

Obsolescência programada

A obsolescência programada surge quando um produto é projetado com um determinado nível de qualidade que determina quanto tempo ele vai durar. Zambenedetti explica:

Isso não significa necessariamente uma ‘armadilha’, mas sim uma escolha de qualidade que influencia diretamente o custo final e a vida útil.

Em aparelhos como celulares, essa escolha é estratégica: componentes sensíveis, como baterias e telas, podem ter durabilidade limitada, e o custo de substituição muitas vezes faz o consumidor optar por um novo modelo em vez de consertar o antigo.

Por que seu celular estraga tão rápido?

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Vários fatores explicam por que os smartphones parecem durar pouco. A bateria de íons de lítio se desgasta a cada ciclo de carga e descarga, perdendo capacidade com o tempo.

A obsolescência tecnológica também pesa: mesmo funcionando, modelos de um ou dois anos podem ficar defasados em relação a novos recursos e aplicativos.

Zambenedetti destaca que “eletrônicos como celulares tendem a parecer mais ‘descartáveis’ porque as trocas de componentes costumam ser feitas por blocos inteiros, e não peças individuais”, tornando o reparo caro e muitas vezes inviável.

O uso intenso, processos de fabricação massificados e componentes menos duráveis completam a lista de fatores que aceleram o desgaste.

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Impactos para consumidores e meio ambiente

A redução da vida útil dos celulares tem consequências diretas. Para o consumidor, significa gastos mais frequentes na compra de novos aparelhos.

Para o meio ambiente, a questão é ainda mais grave: toneladas de resíduos eletrônicos são geradas anualmente, muitas vezes sem descarte adequado. A solução passa por políticas de reciclagem, como a logística reversa, que obriga fabricantes a criar sistemas de coleta e reaproveitamento de componentes.

A obsolescência programada nos celulares está presente nas escolhas de projeto, nas limitações da tecnologia e nas estratégias das empresas, mas muitas vezes é apenas uma consequência de tentar equilibrar custo, desempenho e recursos disponíveis.

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