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Crítica | 3ª temporada de The Handmaid’s Tale revela a verdadeira nova June

Por| 16 de Agosto de 2019 às 12h46

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Divulgação: Hulu
Divulgação: Hulu

Atenção! O texto a seguir contém spoilers!

Na quarta-feira (14), nos despedimos da terceira temporada de The Handmaid's Tale. Após duas temporadas de apresentação a Gilead e todo o sofrimento que o novo governo do que antes era os Estados Unidos proporcionou à população, fomos prometidos a uma fase de revolução.

Nos trailers, vemos uma June (Elizabeth Moss) com um senso de justiça evaporando como um desejo de vingança. No último episódio da segunda temporada, a protagonista não quis escapar para buscar refúgio no Canadá por estar sem a filha, Hannah. E nada disso mudou na continuação.

A busca de June, agora, é pela filha que quase não lembra mais dela, pois era muito pequena quando foi capturada. Mas como a cada dia a situação se mais complicada e Hannah está cada vez mais longe, June traça o objetivo de salvar o máximo de crianças que conseguir, nem que precise arriscar a sua própria vida.

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Duas partes

A terceira temporada de The Handmaid's Tale foi praticamente dividida em duas partes. A primeira acontece nos primeiros episódios e mostra a vida de Emily (Alexis Bledel) depois de ter escapado de Gilead com a ajuda de June. A adaptação não é fácil. Sylvia (Clea DuVall), sua esposa, e Oliver (Charlie Zeltzer), seu filho, já estão lá desde que o golpe começou, então ela não teve a oportunidade de fazer parte do processo de criação. Infestada de traumas, Emily conta com a ajuda da esposa, que tem empatia o suficiente para entender como ela se sente ou ao menos mostrar apoio.

Lá, ela conhece Luke (O.T. Fagbenle) e passa a ajudar no trabalho com os refugiados com ele e Moira (Samira Wiley). Aos poucos, com o passar dos episódios, a história no Canadá começa a ser ofuscada pelos anseios de June, quando a segunda parte ganha mais ênfase.

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Depois de ter uma vida conturbada com Serena (Yvonne Strahovski) e o comandante Waterford (Joseph Fiennes), ela acaba sendo remanejada de casa e passa a viver com os Lawrence. Lá, ela descobre que o comandante, apesar de não ser a pessoa mais confiável do mundo, ajuda as pessoas a fugirem para o Canadá.

Com isso, a relação entre ele e June se torna conturbada, pois o comandante Lawrence (Bradley Whitford) não consegue controlar as ações e planos da aia. Em um determinado momento, ela descobre que Gilead foi moldado com a ajuda do comandante, que se mostra arrependido principalmente pela sua esposa, Eleanor (Julie Dretzin), que ficou completamente perturbada com o novo mundo e precisa de ajuda psicológica.

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Entrega o que prometeu, mas somente no final

A promessa desta terceira temporada era de revolução e vingança, então o mínimo que esperávamos era emoção do começo ao fim. Porém, demorou algum tempo para a história engatar e, quando percebemos, já estava quase em seu final.

De fato, The Handmaid's Tale já não conta com as mesmas emoções e perturbações mentais causadas pelos primeiros episódios, talvez por já estarmos mais do que familiarizados com Gilead. Mas não há como não se impressionar com as barbaridades cometidas nesta terceira temporada, principalmente se pensarmos que algumas ações existem em partes do mundo, já existiram ou podem ainda se tornar realidade.

Para não dizer que a temporada não contou com momentos pavorosos, em alguns episódios, na casa do Comandante Winslow (Christopher Meloni), June descobre aias que têm a sua boca costurada e, por isso, usam uma espécie de golas para cobrir a tortura. Chocante, mas o caso não chega a ser desenvolvido.

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A temporada também nos apresenta ao passado da Tia Lydia (Ann Dowd), uma mulher cruel que tem poder sobre as aias. Como professora, ela nunca casou e nem teve filhos, e tinha relacionamentos conturbados dentro da escola. No começo da sua história, ela parecia uma idosa triste e inocente, e fica um pouco difícil acreditar do que ela é capaz de fazer. Mas, nos últimos momentos de liberdade, uma ação cometida por Lydia, cheia de moralismo, faz com que uma mãe se separe do filho pequeno.

Vingança

Em meio a um pouco de monotonia durante a temporada, enquanto June traçava o seu plano para recuperar Hannah, Serena se mostra uma verdadeira inimiga. A disputa, dessa vez, é por Nicole, filha de June com Nick (Max Minghella) e por quem Serena mostra ser obcecada, como se o seu desejo por maternidade fosse realmente mais importante do que tudo o que a aia passou.

Primeiro, em um hospital, June tenta matar Serena, trazendo um pouco mais de emoção à temporada. Mas a tentativa não foi bem-sucedida, pois coisas piores ainda estavam para acontecer com a esposa do comandante. Em uma primeira viagem ao Canadá, ela vai sozinha para ver Nicole e acaba conhecendo Luke e Moira. Isso foi o suficiente para mais planos serem executados.

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Com o desejo de ter Nicole em seus braços, Serena toma uma decisão que, bem provavelmente, ninguém esperava: ela fala com um contato do Canadá que já havia oferecido ajuda para escapar e planeja uma emboscada, sendo então capturada na fronteira dos países com Fred. Ele acaba sendo preso por terrorismo e, inicialmente, ela é classificada como uma vítima manipulada e pode ter contato controlado com a bebê.

No fim do último episódio, Fred denuncia Serena pelo estupro de June e ela acaba sendo presa também. O que vai acontecer? Só vamos descobrir na próxima temporada.

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June mais fria

Embora a temporada tenha sido a menos acalorada da série, a transformação de June é algo para aplaudir. Não que a personagem, em algum momento, já tenha aceitado a sua condição de vítima, muito pelo contrário. Mas dessa vez ela deixa o famoso "sangue no olho" tomar conta de suas decisões e se torna uma pessoa imponente.

Temos a certeza, no último episódio, de que June está virando uma revolucionária que, sem sombra de dúvidas, apareceria em livros de história se Gilead fosse real. Os planos para fazer com que as crianças escapem acontecem na casa de Lawrence. Agora viúvo, ele confronta June dizendo que estava abortando a missão e, sem nem pensar, June responde que isso não iria acontecer.

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Ao pedir pela arma de June, ela ainda diz que a decisão não é dele e que ele não está no comando. Ela completa ainda perguntando se ele realmente acha que a casa ainda é dele. É assim que, então, temos a confirmação da existência de uma nova June.

A primeira "leva" de crianças resgatadas foi concluída com sucesso e muitas outras devem estar por vir na quarta temporada, que já está confirmada, mas não tem data de estreia definida.