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Crítica | Restaure sua fé na humanidade com Projeto Heróis Marvel no Disney+

Por| 20 de Novembro de 2020 às 20h00

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Para quem ainda não entendeu o que é a Marvel Comics e o que é a DC Comics, guarde isso na memória: na DC, são deuses querendo ser humanos. E na Marvel, são humanos querendo ser deuses. Na Casa das Ideias, todos são muito mundanos e falíveis, embora os poderes e feitos cósmicos sejam muito divertidos. É mais fácil de nos relacionarmos com suas motivações e onde moram — não é Gotham, é Nova Iorque; não é Coast City, é Los Angeles. A companhia entende bem seu DNA e a série Projeto Heróis Marvel é a união da fábrica de heróis com crianças que enfrentam dificuldades e são a verdadeira inspiração para os próprios quadrinhos.

O projeto da Marvel New Media vai atrás de jovens com dificuldades que superam várias limitações para fazer mudanças notáveis e positivas em suas comunidades, com atos altruístas de bravura e bondade. Cada episódio segue a trajetória de crescimento e força dessas pessoas, que, no final, são homenageadas com um traje do supergrupo Projeto Heróis Marvel, mais US$ 10 mil para cada instituição que elas apoiam e edições exclusivas sua própria história em quadrinhos.

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Desde o início, estão envolvidos criadores da própria Casa das Ideias, como Joe Quesada, desenhista famoso de Demolidor que virou editor-chefe e agora é CCO da Marvel Entertainment; Sana Amanat, que trabalhou como editora no mercado independente e liderou a tomada pela diversidade na Marvel, especialmente com a criação da jovem Kamala Khan, a Ms. Marvel; e Nike Lowe, editor responsável por linhas com a dos X-Men e dos Eternos.

São 20 episódios, todos já disponíveis na versão nacional da plataforma. Para assistir, acesse aqui.

Uma palavrinha sobre poderes e responsabilidades

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Projeto Heróis Marvel vai fundo no DNA da Marvel Comics. Para quem desconhece o que é isso, não há herói melhor que o Homem-Aranha para ilustrar. Mas, antes de mais nada, poupe-me de dizer que sou marvete ou decenauta; gosto de ambas, tenho uma relação de amor/ódio com as duas editoras — e, veja bem, meus personagens prediletos são Sandman e o Lanterna Verde Hal Jordan. E a prova disso é que todos os meses leio dezenas de quadrinhos bons e ruins, tanto da Marvel como da DC, para trazer para vocês o que de melhor rolou no período — aqui estão os destaques de outubro. Dito isto, vamos lá.

O Homem-Aranha não acorda três horas da tarde para por uma roupa de borracha e bater em pobre. Ele não veio de outro planeta para ser um escoteiro caipira. Ele não descende de uma linha de deuses. Peter Parker é um "´pé-rapado", mora com a tia, sofre bullying no colégio. Ele não tem o queixo quadrado ou tem a altura de uma parede. Qualquer um que puser a máscara pode ser o Amigão da Vizinhança. E aí é que está a graça da coisa.

Ele é como todo mundo, mas o que o faz diferente, então? Além de suas incríveis habilidades, claro, o aracnídeo brilha pela maneira como aprendeu a lidar com os momentos mais difíceis sempre observando a perspectiva dos outros — a empatia, palavra mais falada do que exercitada nas redes sociais. Veja os inimigos do Homem-Aranha. Seus principais vilões sofreram reveses parecidos com os seus próprios, com histórias trágicas que se consumiram na corrupção quando eles ganharam poderes. Já Peter, depois de ter aprendido com seu Tio Ben que “grandes poderes vêm com grandes responsabilidades”, tornou-se um herói incorruptível. E isso transmite esperança para milhões de fãs.

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E é exatamente isso o que Projeto Heróis Marvel faz: traz a história dessas pessoas comuns que sofreram adversidades e aprenderam a usar seus poderes com empatia e altruísmo, em uma jornada de autodescoberta, para ajudar e inspirar os jovens e adultos de suas comunidades — e, agora, do mundo.

Fórmula básica e eficiente

No começo de todo o episódio vemos os editores da Marvel Comics e suas equipes criativas reunidos para discutir as principais qualidades de cada jovem abordado. Além de sabermos mais sobre a vida dessas pessoas, o curioso, especialmente para quem gosta de quadrinhos, é acompanhar como acontece a discussão sobre a gestação de uma revista, do personagem e da trama — o processo é o mesmo utilizado para a confecção dos próprios gibis da companhia.

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A narrativa é simples e traça um perfil do (a) protagonista de cada capítulo. Como exemplo, podemos usar Jordan Reeves, que abre a série. Ela nasceu sem parte do braço esquerdo e, ao se interessar por uma aula de design, aprofundou-se nos estudos dessa frente e aprendeu mais sobre a criação de próteses. A partir de seu conhecimento, ela inventou uma “pistola de glitter”, que é o carro-chefe do projeto Born Just Right, dedicado às pessoas que nasceram com limitações semelhantes à sua.

O grande momento de cada episódio é a revelação da “caixa Marvel” de presentes. Um ente querido destaca os esforços dos jovens e sua importância ao inspirar e ajuda a comunidade, assim como os heróis da Marvel. A reação ao receber uma jaqueta do Projeto Heróis Marvel, mais a doação de US$ 10 mil para a instituição que os heróis e heroínas mirins apoiam e suas próprias histórias em quadrinhos (disponíveis gratuitamente para leitura no site da Casa das Ideias) é algo que vai fazer você restaurar a fé na humanidade.

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E aí temos Elijah, que perdeu o pai muito cedo e ajudou um colega de classe a lidar com a violência dos adultos, e, desde então, luta para que isso na aconteça com outras crianças; Adonis, um rapaz cego que confronta diariamente sua limitação para fazer o que ama, jogar futebol americano; entre outras histórias de esperança e superação. De suar os olhos.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Canaltech.