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Crítica | 3ª parte de O Mundo Sombrio de Sabrina segue adoravelmente bizarra

Por| 28 de Janeiro de 2020 às 11h54

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Divulgação: Netflix
Divulgação: Netflix
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Na terceira parte de O Mundo Sombrio de Sabrina, que chegou à Netflix no último dia 24 de janeiro, a bruxa Sabrina (Kiernan Shipka) e seus amigos vão até o inferno para tentar salvar Nick (Gavin Leatherwood), dando continuidade aos acontecimentos sombrios da cidade de Greendale. Completamente diferente do que você pode imaginar que seria o inferno, logo no começo da trama os jovens começam a encontrar conhecidos mortos por lá. Se as coisas realmente são como na série, não tem nada de bom nesse mundo, nas outras dimensões e na vida após a morte.

Absolutamente tudo o que é mostrado na série é sombrio, o que não é mais surpreendente na terceira temporada. Claro, o próprio nome da série indica que as coisas seriam assim, mas talvez ainda falte mostrar um lado bom e um lado ruim, caso ele exista, afinal é pelo destino bom que as pessoas têm as suas crenças. Isso não deve acontecer tão cedo, já que em O Mundo Sombrio de Sabrina eles seguem dizendo que os humanos acreditam na falsa igreja. Difícil é entender como os mortais vivem ao lado de tantos bruxos e demônios sem saber da existência deles, não é mesmo?

Cuidado! Daqui em diante este texto pode conter spoilers sobre O Mundo Sombrio de Sabina.

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Mas voltando aos acontecimentos da terceira parte, mais uma vez a série consegue se enrolar em vários acontecimentos, histórias e personagens confusos, com algumas reviravoltas, mas nada que fuja do controle. Quando você acha que o roteiro está, finalmente, engatando, novos feitiços, personagens e missões vão aparecendo, assim como a instabilidade emocional de Sabrina e todos que estão ao seu redor. Nick, por exemplo, ainda com resquícios de Lúcifer dentro de seu corpo, se revolta contra a namorada e suas atitudes, que, de fato, são bem irritantes.

Não basta ser filha do Senhor das Trevas para que Sabrina seja má, mesmo que o seu destino seja reinar o inferno. A protagonista sempre tem vontade de fazer o bem e ajudar as pessoas, mas para isso precisa ir contra tudo e todos, desobedecendo suas tias e sendo extremamente inconveniente. No entanto, são essas características que tornam a personagem a controladora de todos os rumos por lá.

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Fica claro que a produção de O Mundo Sombrio de Sabrina tentou colocar a adolescência da bruxa e seus amigos mais à mostra, seja ela entrando para o time de líderes de torcida, ou Roz (Jaz Sinclair), Harvey (Ross Lynch) e Theo (Lachlan Watson) com a sua banda de garagem. Esse lado humano da personagem, no entanto, passou longe de ser um destaque, sendo apenas um cenário sutil. Os seus amigos, porém, foram contaminados com a ambição de Sabrina e, sem medo nenhum, ignoram as ameaças para se envolverem em situações que já são perigosas para os paranormais, imagine então para meros mortais.

Para que a terceira parte não caísse na mesmice, a série acertou em trazer novos personagens, como os bruxos pagãos que querem controlar o mundo, ou ainda Caliban, um príncipe do inferno com visual bem A Lagoa Azul, que ao mesmo tempo em que encara Sabrina de frente e se torna seu rival, parece que um dia vai se aliar à competidora para regerem juntos o inferno e cuidar dos humanos.

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Outro grande acerto da temporada foi dar mais destaque à Mrs. Wardwell, que teve o seu corpo e vida roubados por Lilith e depois foi ressuscitada para tentar viver como se nada tivesse acontecido. Porém, ela deixa de ser a ingênua professora para se tornar uma pessoa revoltada e vingativa. Aliás, um grande aspecto de O Mundo Sombrio de Sabrina é mostrar a força e dominância das mulheres sobre os homens.

A própria Lilith, no momento da coroação de Sabrina, diz que ela não deve deixar que nenhum homem tenha poder sobre ela. Zelda também passa a temporada no papel de líder, substituindo Father Blackwood no coven, ou ainda Hilda deixando suas vontades pessoas florescerem sobre seus compromissos dados a ela desde que nasceu.

Mesmo com muita informação acontecendo, com cenas extremamente escuras, episódios longos e extremamente dinâmicos, O Mundo Sombrio de Sabrina conseguiu fazer uma terceira parte muito melhor que as duas primeiras. Já aceitamos o papel importante da protagonista e que as suas péssimas decisões — que se não fossem tomadas não haveria metade dos acontecimentos — são o que a torna especial no mundo da série e nela em si.

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Para a próxima parte, mais uma decisão inconsequente de Sabrina deve vir à tona: a divisão dela entre duas pessoas, uma para viver como humana e outra como rainha do Inferno. Também podemos esperar um crossover mais significante com Riverdale, série que se passa no mesmo mundo, na cidade vizinha, além de apenas uma visita breve ao local ou ainda a morte de um dos integrantes da gangue mais conhecida de lá.

O Mundo Sombrio de Sabrina consegue transformar toda a obscuridade do inferno, demônios e bruxos em assuntos interessantes, mas de forma divertida, apesar de sombria. Alguns podem pensar que há um exagero na hora de mostrar essas figuras, mas a intenção parece ser claramente essa: mostrar o bizarro de maneira incomum, sem tanta seriedade assim, e fazer o espectador pensar em como seriam de verdade as coisas nas quais acreditam.

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As três partes de O Mundo Sombrio de Sabrina estão disponíveis completas na Netflix.