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Zoom terá que pagar usuários dos EUA por mentir sobre criptografia de chamadas

Por| Editado por Claudio Yuge | 04 de Agosto de 2021 às 21h10

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Divulgação/Zoom
Divulgação/Zoom

O Zoom pode ter que pagar valores que variam entre US$ 15 (R$ 77 na cotação atual) e US$ 25 (R$ 129) a cada usuário de sua plataforma nos Estados Unidos como resultado de uma ação coletiva iniciada em 2020. Ela afirma que a companhia mentiu ao dizer que todas as suas reuniões eram protegidas por criptografia ponta a ponta de 256-bit, que garante proteção contra violações de privacidade e ataques virtuais.

Conforme o processo revelou, a proteção era oferecida somente para assinantes pagos que usavam a plataforma Zoom Room — que não usava os servidores da empresa. Além de não criptografar os dados das ligações, o Zoom também estava vendendo dados que coletava através delas para parceiros como o Facebook e o Google sem o consentimento dos usuários.

Outro ponto em que a empresa mentiu está relacionado à segurança das gravações que armazenava na nuvem. Uma investigação da Federal Trade Commission (FTC) revelou que diversos arquivos eram armazenados por até 60 dias sem nenhuma criptografia antes de serem enviados à solução de nuvem segura usada pelo Zoom.

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Pagamento e compromissos com segurança

Os valores que a empresa pode pagar estão relacionadas a uma proposta de acordo na qual ela destina um total de US$ 85 milhões (R$ 440 milhões) aos usuários afetados. Enquanto os usuários dos planos gratuitos receberiam US$ 15, aqueles que pagavam à empresa vão receber US$ 25 ou 15% do dinheiro investido — o valor maior será sempre o considerado.

Embora a falta de segurança do Zoom possa ter prejudicado usuários em todas as partes do mundo, o Zoom só terá que pagar o valor para quem reside nos Estados Unidos. Isso porque o processo coletivo foi aberto nas cortes do país, e seria preciso que cada local no qual a empresa opera tomasse ações semelhantes para que ela fosse forçada a reembolsar todos os clientes afetados.

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Além da compensação em dinheiro, a companhia vai ter que aprimorar a segurança de seus softwares, detalhar de forma mais exata as soluções de criptografia oferecidas e aprimorar os métodos de proteção a dados dos consumidores. A empresa também terá que colocar fim a brechas que permitem o chamado “Zoombombing”, no qual reuniões são invadidas por pessoas que conseguiram acessá-las ilegalmente.

As medidas, que podem colocar fim ao processo enfrentado pelo Zoom, ainda dependem da aprovação dos tribunais. A companhia reportou um grande crescimento no último ano como consequência da pandemia do COVID-19, relatando renda líquida de US$ 227 milhões R$ 1.117 bilhão) entre fevereiro e abril deste ano, o que significa que os US$ 85 milhões propostas não devem gerar grande impacto sobre suas operações.

Fonte: Phone Arena