Setor elétrico brasileiro sofre 535 mil tentativas de ataque em 6 meses
Por Jaqueline Sousa • Editado por Jones Oliveira |

O setor elétrico está gerando uma preocupação delicada nas autoridades no que diz respeito à cibersegurança. Isso porque, somente no primeiro semestre de 2025, a área sofreu 535 mil tentativas de ataques digitais.
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A informação foi divulgada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) durante um painel em um evento sobre segurança online, organizado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
De acordo com Adriana Drummond Vivan, Superintendente de Gestão Técnica da Informação da ANEEL, todas essas tentativas de ataque cibernético foram bloqueadas, mas o cenário acende um sinal de alerta para a vulnerabilidade dos sistemas de segurança do setor no campo virtual.
Além da regulamentação
Falando no painel, Vivan ainda citou a Resolução 964/2021, que trata especificamente sobre a questão da cibersegurança no setor elétrico. A executiva apontou que, embora a regulamentação sirva como diretriz, ela não pode limitar os profissionais e a área num todo.
Na visão dela, é preciso estar sempre atento às mudanças do universo digital para não continuar apostando em medidas protecionistas que acabam sendo superadas com rapidez.
“A regulação é uma diretriz. A regulação vem para dar um norte e nunca para limitar os agentes e o setor. Muitas vezes a regulação acabou de sair e já está obsoleta”, explicou.
Isso implica também na ação dos profissionais diante de possíveis ataques cibernéticos. Muitas vezes, segundo Vivan, existe um preparo para enfrentar as ações criminosas, mas há o questionamento se a equipe realmente conseguiria barrar um problema maior na prática.
Efeito dominó
Outro fator que precisa ser levado em consideração, ainda partindo da análise da superintendente de TI da ANEEL, é que, quando um ataque cibernético acontece, setores além do elétrico podem ser afetados.
Pensando nesse cenário, a falha de segurança digital pode afetar até mesmo o setor de telecomunicações, por exemplo, causando um “efeito dominó” que pode causar problemas sérios no comprometimento de dados sensíveis dessas empresas.
Com isso, Vivan sugere uma cooperação entre várias áreas, garantindo assim um maior “compartilhamento” de medidas e ações necessárias para barrar qualquer tipo de falha de segurança não somente no setor elétrico, mas também nas demais companhias dessa balança.
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