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Pagamentos de sequestro digital já ultrapassaram US$ 5 bilhões em 10 anos

Por| Editado por Claudio Yuge | 19 de Outubro de 2021 às 14h20

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Pagamentos de sequestro digital já ultrapassaram US$ 5 bilhões em 10 anos
Pagamentos de sequestro digital já ultrapassaram US$ 5 bilhões em 10 anos

Um levantamento feito pelo governo dos Estados Unidos mostrou, na prática, porque o ransomware se tornou um crime tão lucrativo. De acordo com a FinCEN (Rede de Luta contra Crimes Financeiros, na sigla em inglês), do Departamento do Tesouro, mais de US$ 5,2 bilhões foram acumulados pelos golpistas a partir de ataques envolvendo sequestro digital ao longo dos últimos 10 anos.

Os especialistas chegaram a esse número pela análise de carteiras de criptomoedas ligadas às 10 famílias mais populares de ransomware, juntamente com suas variantes. No total, foram 2,1 mil casos analisados, reportados às autoridades americanas entre 2011 e 2021, mostrando também que o crescimento nas ocorrências desse tipo cresce vertiginosamente — 29% dos registros avaliados foram obtidos, apenas, no primeiro semestre deste ano e, só eles, representam um aumento de 30% no total de incidentes de 2020 inteiro.

O levantamento do governo americano também mostra o início do caminho para a pulverização dos ganhos, com 51% dos valores obtidos sendo transferidos para câmbios de criptomoedas, enquanto outros 43% são enviados a outros serviços também relacionados a ativos digitais. Apenas 5% dos fundos são usados diretamente em mercados da dark web, seja para compra de outros serviços ou transferência entre operadores de esquemas, indicando uma preocupação com a diluição dos montantes em diferentes moedas e carteiras, de forma que não possam ser recuperados mesmo por uma investigação oficial.

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Ao lado de métodos já conhecidos, como a diluição de valores em diferentes endereços e o uso de laranjas para saques das criptomoedas em forma de dinheiro real, o Departamento do Tesouro também aponta uma preferência maior por ativos e serviços anonimizados. Os analistas também indicam que as carteiras são trocadas de tempos em tempos, de acordo com o fluxo de ataques, e jamais repetidas, enquanto serviços variados são usados para pulverizar pagamentos grandes em valores menores a partir de diferentes modalidades financeiras.

As autoridades esperam um aumento cada vez maior nos pedidos de resgate, principalmente, a grandes empresas, que cada vez mais são vítimas de ataques direcionados. De acordo com a pesquisa, a soma dos criminosos recebe, em média, US$ 66,4 milhões em resgates oriundos de ransomware todos os meses, mas a atividade reportada apenas no primeiro semestre de 2021 já é a maior de todos os tempos. Apenas entre janeiro e junho deste ano, foram US$ 590 milhões em sequestros, também um total que, sozinho, já representa bem mais que os US$ 416 milhões obtidos nos 12 meses de 2020.

A Bitcoin é a moeda digital favorita dos golpistas, enquanto as 10 famílias de ransomware analisadas levaram à descoberta de 68 variantes entre as mais usadas em golpes. Quadrilhas como REvil, Conti, Darkside, Avaddon e Phobos são citadas como as mais perigosas, com os setores financeiro, negócios e de serviços públicos sendo os mais visados.

Fonte: FinCEN