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ONGs pedem esclarecimentos sobre sistema de vigilância do Ministério da Justiça

Por| Editado por Claudio Yuge | 11 de Fevereiro de 2022 às 18h30

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ONGs pedem esclarecimentos sobre sistema de vigilância do Ministério da Justiça
ONGs pedem esclarecimentos sobre sistema de vigilância do Ministério da Justiça

Quatro ONGs enviaram um ofício ao Ministério Público Federal (MPF) nesta quinta-feira (10) para pedir abertura da investigação do sistema de vigilância do Ministério da Justiça chamado de Córtex, tanto a possível falta de regulação quanto as informações coletadas pela plataforma.

O ofício assinado pelas ONGS Conectas Direitos Humanos, Data Privacy Brasil, Transparência Internacional - Brasil e Artigo 19 afirma que desde que o Córtex foi instituído, apenas uma portaria foi publicada para regulamentar a ferramenta, não sendo o suficiente para compreensão do real escopo do sistema e de possíveis medidas de proteção aos dados coletados por ele.

Ainda no ofício, as ONGs citam preocupações com a abrangência atual do programa, que atualmente recebe informações de pelo menos 26 mil câmeras de segurança no país inteiro, o que pode colocar qualquer habitante do Brasil em uma futura situação de vazamento e mal uso de seus dados.

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Segundo informações do UOL, as ONGs fazem os seguintes questionamentos sobre o Córtex no ofício:

  • Quais dados o sistema guara;
  • Como as informações são utilizadas pelo sistema;
  • Qual o fundamento jurídico que sua utilização se baseia;
  • Que autoridades do país possuem acesso as informações do sistema;
  • Quais são os mecanismos de segurança estabelecidos para evitar problemas gerados pelo uso indevido de dados ou acessos de terceiros não autorizados;

Por fim, o ofício ainda pede que o MPF solicite ao MJ o código-fonte do Córtex, os registros de utilização da plataforma durante 2021, e se há qualquer pessoa "politicamente exposta", ou seja, ocupantes de cargos públicos, que estejam sendo monitorados pelo sistema.

Entendendo a questão do Córtex

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O pedido veio um mês após a publicação de uma reportagem na revista Crusoé que detalhava que o governo Bolsonaro expandiu o Cortéx para monitorar 360 mil pessoas por meio da ferramenta. Na apuração da publicação, o sistema havia se transformado em um repositório gigantesco de informações de cidadãos brasileiros, juntando informações de pelo menos 160 órgãos públicos — tudo de forma pouco transparente e longe do escopo de atuação de possíveis autoridades que poderiam fiscalizar essa atividade, como o Ministério Público.

Para esclarecimentos sobre a questão, o Canaltech entrou em contato com o Ministério da Justiça. Assim que recebermos resposta, atualizaremos a matéria.

Fonte: UOL