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Mercados virtuais de drogas usam apps Android para escapar das autoridades

Por| Editado por Claudio Yuge | 11 de Janeiro de 2023 às 14h00

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Reprodução/Resecurity
Reprodução/Resecurity

Diante de operações policiais, alguns dos principais mercados online de venda de drogas e outros artigos ilegais estão adotando aplicativos Android para escapar da vigilância das autoridades. As soluções próprias não ficam disponíveis em lojas oficiais, claro, enquanto contam com recursos de e-commerce e segurança adicional, de forma a evitar que comerciantes e usuários tenham suas informações interceptadas.

De acordo com a empresa de cibersegurança Resecurity, pelo menos sete mercados ilegais desse tipo já lançaram suas versões em aplicativo, que funcionam de forma integrada aos serviços web que seguem no ar. Em alguns casos, até mesmo softwares para iOS estão disponíveis, ainda que a quantidade de usuários seja relativamente menor, devido aos maiores obstáculos impostos para instalação paralela de software no iPhone.

Todos os aplicativos usam a mesma engine de desenvolvimento, o que pode indicar, também, o uso de um mesmo fornecedor de serviços de design e desenvolvimento. Os recursos, também, coincidem, com os usuários podendo conversar diretamente com vendedores e realizar as transações diretamente pelo aplicativo, o que inclui pagamentos, troca de contatos e endereços de entrega, além de um sistema de reputação para negócios bem-sucedidos.

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O fluxo de dados, segundo a Resecurity, é pulverizado por diferentes aplicações e servidores, enquanto algumas informações mais sensíveis são transferidas na forma de imagens, para evitar interceptação. É o caso da localização de pacotes ou coordenadas, por exemplo, com o uso de variadas infraestruturas, assim como protocolos de segurança mais avançados, dificultando a tarefa das autoridades nas investigações sobre tais mercados.

Métodos mais conhecidos, como grupos no Telegram, também seguem funcionando como o principal vetor das negociações ilegais. Aos poucos, o uso do mensageiro também começa a servir como referência para o uso dos aplicativos, cujos APKs são distribuídos nestes espaços e facilitam o contato entre fornecedores e clientes.

É um movimento que começou no terceiro trimestre de 2022 e que, de acordo com os especialistas, atinge principalmente os marketplaces ilegais da superfície da web. Seria, também, um reflexo direto do fechamento do Hydra pelas autoridades alemãs em abril de 2022, encerrando a carreira de um dos maiores espaços desse tipo da internet. Enquanto isso, as operações que acontecem apenas na dark web seguem como tal, devido ao acesso mais restrito e maior dificuldade de rastreamento.

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Segundo a Resecurity, o fim do Hydra também gerou uma corrida do ouro no setor de vendas de drogas e produtos ilegais na dark web e fora dela, com diferentes players buscando a liderança do setor. O resultado, claro, é muito dinheiro no bolso dos criminosos e, aparentemente, mais trabalho das autoridades na medida em que surgem novas vias de atuação e maior sofisticação das atividades.

Fonte: Resecurity