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Grupo do app espião Pegasus teria tentado "comprar" acesso a rede móvel nos EUA

Por| Editado por Claudio Yuge | 01 de Fevereiro de 2022 às 21h00

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Pixabay/Tumisu
Pixabay/Tumisu

A companhia israelense de monitoramento NSO Group, responsável pelo aplicativo espião Pegasus, ofereceu a representantes de uma firma de segurança mobile dos EUA “sacolas e mais sacolas de dinheiro” em troca de acesso à rede global de comunicação móvel. As informações foram reveladas pelo The Washington Post (TWJ).

O The Washington Post obteve as informações a partir de documentos do Departamento de Justiça dos EUA que descrevem sessões de delação realizadas com Gary Miller, especialista de segurança móvel, que descreveu a negociação entre o NSO Group e a Mobileum, empresa do cenário de segurança mobile estadunidense em que o denunciante atuava como vice-presidente na época do ocorrido.

Miller afirma que a negociação ocorreu em agosto de 2017. Nela, os executivos do NSO Group queriam especificamente acesso à rede SS7, utilizada por empresas de telefonia móvel para o redirecionamento de chamadas e serviços para seus usuários de todo o mundo, para auxiliar na investigação de crimes.

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Caso o NSO Group tivesse obtido acesso à rede SS7 na época em questão, suas soluções de espionagem poderiam rastrear a geolocalização dos alvos, adicionando mais funções para seus clientes poderem ter mais controle sobre o dia a dia das vítimas.

Departamento de Justiça dos EUA está investigando NSO Group

As alegações de Miller vêm à público no momento em que o Departamento de Justiça dos EUA está conduzindo investigações sobre o NSO Group e seu principal produto, o aplicativo espião Pegasus. A investigação do órgão apura o fato de alguns dos usuários do serviço oferecido pela empresa israelense terem invadido telefones de alvos para espioná-los ilegalmente — algo que poderia ser facilitado caso o programa pudesse utilizar a rede SS7.

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Porém, é importante frisar que, segundo especialistas de legislação consultados pelo TWJ, simplesmente ter acesso à rede SS7 não viola nenhuma lei dos EUA, mas certos tipos de espionagem e monitoramento, como a oferecida pelo Pegasus, sim. Com isso, a delação de Miller pode não configurar um flagrante para o NSO Group — embora possa implicar intenções criminosas da empresa israelense.

Tanto o NSO Group quanto a Mobileum, em nota enviada para o TWJ, negam que qualquer conversa ou negociação tenha acontecido entre elas.

Fonte: TWJ