Golpe do falso emprego agora usa esquema de pirâmide para atrair alvos

Nos últimos meses, os golpes do falso emprego têm se propagado cada vez mais. Normalmente, chega à vítimas por meio de SMS ou mensagens de WhatsApp, prometendo salários diários altos para vagas de meio período e home office. E a fraude vem evoluindo: nas últimas semanas têm até mesmo usado táticas comumente associadas com esquemas de pirâmide.

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A abordagem mais recente do golpe envolve a utilização de “recrutadores” para as supostas plataformas de emprego. A descoberta foi feita por Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.

O processo começa após o recebimento da mensagem, com o usuário conversando com um desses envolvidos no esquema. Em seguida, o bandido passa um código do afiliado, que, quando usado na plataforma, faz com que o recrutador ganhe um certo valor — tática clássica dos esquemas de pirâmide para aumentar o alcance de suas operações.

Feito o cadastro, o "novo funcionário" recebe uma solicitação para realizar uma transferência inicial via PIX, com destino a uma conta bancária de uma pessoa desconhecida. O valor é retornado logo depois com uma comissão, servindo como uma forma de aumentar a confiabilidade do serviço, e, claro, manter o alvo interessado.

O "trabalho", então, tem início, com o alvo do golpe recebendo diariamente tarefas para simular compras de produtos em algum marketplace. A "tarefa" é classificar o item com cinco estrelas, manipulando a classificação dos artigos em variadas lojas online, com promessas de que o valor do objeto, mais um extra, serão retornados.

As tarefas vão aumentando os valores dos objetos, com promessas de ganhos maiores, conforme o usuário vai completando mais delas. O processo lembra ações de gamificação, nome dado a utilização da progressão comuns aos jogos eletrônicos em outras frentes não relacionadas.

Depois que um certo número de tarefas foram completadas, e pessoas captadas pela operação, a plataforma é encerrada. E aí, as vítimas perdem o dinheiro investido nas promessas de retorno financeiro.

Como se proteger e identificar o Golpe do falso emprego

Para se proteger desses golpes, é importante que usuários tenham em mente que ofertas de emprego dificilmente serão feitas através de SMS ou mesmo mensagens de WhatsApp, principalmente quando surgirem do nada, sem que um usuário tenha se candidatado a alguma posição na empresa. O ideal, nesses casos, é ignorar as mensagens e jamais entrar em contato com os golpistas.

Além disso, é de suma importância evitar preencher cadastros, baixar aplicativos ou entregar informações pessoais ou financeiras por meio de links que cheguem por mensagens instantâneas ou e-mail.

Por fim, caso exista base para que você desconfie que a oferta é real, como no caso em que a vaga utiliza o nome de alguma organização famosa. Procure a empresa indicada por meios diretos e oficiais, em vez de responder ao contato feito por SMS ou WhatsApp — garantindo assim mais certeza na veracidade da informação.

Fonte: Folha de S. Paulo