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Golpe da dupla cidadania: saiba as táticas dos bandidos e como se proteger

Por| Editado por Claudio Yuge | 26 de Janeiro de 2023 às 22h30

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Flickr/Salvatore Freni
Flickr/Salvatore Freni

Mudar de país é um sonho de muitos brasileiros, principalmente quando acreditam ter direito à dupla cidadania. Essa busca, entretanto, também exige cuidado, com assessorias de imigração e empresas falsas apostando na pressa pela mudança de vida e complexidade burocrática dos processos para aplicar golpes nos interessados, obtendo acesso a dados pessoais e recebendo dinheiro, muitas vezes em nome de altas taxas, sem entregar os documentos desejados ou seguir os devidos processos legais.

Taxas altas, promessas de trâmites descomplicados ou falta de transparência são alguns dos sinais do chamado golpe da dupla cidadania, que atinge principalmente aqueles que procuram obter um passaporte europeu. “Aqueles que procuram por um processo mais rápido acabam encontrando assessorias falsas ou empresas de fachada que se aproveitam da ansiedade das pessoas para extorquir dinheiro”, aponta Rafael Gianesini, CEO e cofundador da Cidadania4U, especializada do setor.

As promessas feitas são um dos primeiros sinais de problemas, de acordo com o especialista. O processo burocrático de obtenção da cidadania segue padrões e cronogramas impostos por cada país, com a oferta de prazos muito curtos sendo um primeiro sinal de problemas, seja de que o trabalho não está sendo realizado ou que não está sendo efetuado de forma legal.

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Checar a legitimidade das assessorias e companhias contratadas também ajuda a diferenciar as legítimas das que podem aplicar golpes. Segundo Gianesini, é importante verificar os vínculos com o país de destino e registros oficiais no Brasil, assim como contatos internacionais. Companhias do setor, por exemplo, costumam possuir apartamentos próprios ou realizar alugueis para os imigrantes, onde eles possam ficar em sua chegada à nova morada; a ausência disso em contatos também pode ser um sinal de alerta.

O executivo aponta essa como uma necessidade mesmo na contratação de empresas estrangeiras, o que pode tornar o acesso ainda mais difícil e aumentar a chance de golpe. “Já vimos pessoas contratarem brasileiros que moram na Itália ou advogados italianos diretamente, que não possuem nenhuma relação com o Brasil. Por isso, é muito importante ver se o profissional tem CNPJ ou estrutura em nosso país”, completa.

Ter um contato direto com o assessor responsável pelo processo de dupla cidadania também ajuda a estabelecer confiança. Os interessados também devem ter acesso a todos os documentos utilizados pela empresa responsável, que devem ser fornecidos com transparência e de forma direta durante todo o processo.

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Como evitar o golpe da dupla cidadania?

Gianesini indica a busca por referências como um bom caminho para não cair em fraudes desse tipo. Buscar amigos ou familiares que já tenham usado os serviços de uma determinada empresa, por exemplo, ou pesquisar por processos sobre CNPJs ou até reclamações públicas sobre os serviços pode ajudar a verificar a integridade de uma empresa ou profissional que trabalha no segmento.

O executivo também indica a preferência por companhias que tenham sede no Brasil, o que facilita a busca de reparação por vias judiciais caso necessário. “Se há escritório e CNPJ brasileiro, o cliente também terá chances de usar o judiciário nacional, como tribunais de pequenas causas, caso seja necessário”, explica Gianesini.

Ele não recomenda o uso de serviços internacionais para a obtenção de dupla cidadania, uma vez que, em caso de problemas, processos deverão ser realizados no país de origem, com gastos que, muitas vezes, podem até mesmo ultrapassar o valor perdido em um golpe. Nesse caso, aponta, muita gente acaba assumindo o prejuízo e ficando sem o dinheiro e sem a documentação.

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A falta de transparência também é outra indicação de problemas. Segundo o especialista, vale olhar se o site da empresa aponta quem são os donos ou responsáveis pelos processos, que também devem aparecer durante negociações ou trabalhos envolvendo a documentação. “Caso vá fazer uma chamada de vídeo e as câmeras estejam fechadas [e tais informações não existam], não dá para confiar”, finaliza.