Falso e-mail do WhatsApp infecta computadores com vírus bancário
Por Dácio Castelo Branco • Editado por Claudio Yuge |

A ESET, empresa especializada em detecção de ameaças, está emitindo um alerta sobre um e-mail falso que tenta fazer as vítimas acreditarem que é uma comunicação oficial do WhatsApp, mas que tem como objetivo distribuir o cavalo de Troia bancário Grandoreiro.
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Os vírus do tipo cavalo de Troia exigem ações de suas vítimas para se instalar nas máquinas, como execução de um arquivo recebido por e-mail. Esses golpes também fazem uso de técnicas de engenharia social, como phishing, para induzir os usuários a caírem nas fraudes.
Segundo o alerta da ESET, a mensagem convida os destinatários a realizarem o download de uma cópia do backup de conversas e do histórico de chamadas do WhatsApp. No e-mail, um anexo com o nome de “Open_Document_513069.html” é disponibilizado, e quando ele é aberto o usuário é redirecionado para um site no qual um arquivo .zip é baixado.
O arquivo .zip, quando aberto, executa um instalador MSI que é responsável por baixar o Grandoreiro, infectando a máquina da vítima.
De acordo com os dados da análise realizada pela ESET, as infecções pela variante do cavalo de Troia bancário encontrada no e-mail falso do WhatsApp estão em alta principalmente na Espanha, no México e do Brasil.
O chefe do Laboratório de segurança da ESET, Camilo Gutiérrez Amaya, destaca, porém, que o encontro da mesma variante do Trojan em diferentes países não significa que a mesma campanha de distribuição está sendo usada neles, mas a possibilidade não pode ser descartada. Amaya também destaca que por conta dessa incerteza, é importante empresas e usuários estarem informados sobre as campanhas de malware ativas.
O relatório da ESET não descarta que existam e-mails em circulação com diferentes assuntos, citando como exemplo casos de distribuição do Grandoreiro em mensagens temáticas sobre a pandemia do covid-19, em meados de 2020.
O cavalo de Troia Grandoreiro
O Grandoreiro, segundo análise publicada pela ESET, é um cavalo de troia bancário escrito na linguagem de programação Delphi e, durante 2020, encontrado principalmente no Brasil, Espanha, México e Peru. Depois de infectar o computador da vítima, o principal objetivo do Grandoreiro é roubar credenciais bancárias por meio de pop-ups falsos que fazem a vítima acreditar que é o site oficial do banco, configurando golpes de phishing.
Além disso, assim como outros cavalos de Troia bancários ativos na América Latina, o Grandoreiro possui funcionalidades de backdoor, ou seja, acesso ao sistema infectado e controle remoto da máquina, que permitem ao criminoso realizar outras ações maliciosas no computador comprometido, como, por exemplo:
- Como registro de pressionamentos de tecla (keylogging);
- Simulação de ações de mouse e teclado, fazendo o computador clicar em coisas que não era a intenção do usuário;
- Logout da vítima;
- Bloqueia o acesso a determinados sites;
- Ou mesmo reinicialização do computador.
O Grandoreiro é identificado pelas principais soluções antivírus do mercado, como Windows Defender, programas da Kaspersky, Avast, AVG e ESET. Caso receba um e-mail suspeito, evite baixar anexos disponibilizados pela mensagem e, por segurança, realize um escaneamento de ameaças dos softwares de proteção em sua máquina.