Executivos chineses são presos por pré-instalar vírus em smartphones
Por Ramon de Souza |

Com exceção de marcas como a Xiaomi, celulares chineses, no geral, não possuem uma fama muito boa aqui no Brasil — eles costumam ser encarados como dispositivos frágeis, pouco confiáveis e praticamente descartáveis. É claro que esse preconceito quase sempre é exagerado, mas os paranoicos de plantão acabam de ganhar mais um bom motivo para evitar qualquer celular que seja oriundo da China.
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Quatro executivos ligados à Gionee, fabricante de gadgets sediada em Shenzhen, foram presos depois que as autoridades chinesas descobriram que eles manipularam a companhia a pré-instalar malwares em mais de 22 milhões de smartphones. Os vírus em questão exibiam anúncios mesmo contra a vontade dos usuários; estima-se que, com tal esquema fraudulento, os asiáticos tenham lucrado US$ 4,2 milhões (R$ 21,5 milhões).
A ação criminosa em si teria sido organizada por duas empresas: a Shenzhen Zhipu Tecnology (subsidiária da Gionee especializada em desenvolvimento de software e redes de publicidade) e a Beijing Baice Technology. Juntas, elas implantaram o trojan no aplicativo Story Lock Screen — um simples customizador de telas de bloqueio que permite ao usuário configurar diferentes imagens em sua lockscreen.
Os golpistas eram capazes de atualizar o módulo malicioso remotamente, forçando a instalação de updates sem o consentimento do cliente e aperfeiçoando o sistema com o passar do tempo. Estima-se que as primeiras infecções ocorreram em dezembro de 2018 e que o esquema permaneceu ativo até outubro de 2019 — durante esse período, pelo menos 2,88 bilhões de banners publicitários foram exibidos nos smartphones infectados.
As autoridades condenaram as duas empresas por manipulação de informações digitais em dispositivos móveis; também foram considerados culpados Xu Li, Zhu Ying, Jia Zhengqiang e Pan Qi, executivos-chave que teriam sido os principais articuladores do golpe. Suas penas variam de três a três anos e meio, mas cada um terá que pagar uma multa equivalente a R$ 153 mil.
Fonte: Gizmochina