Cibersabotagem em infraestruturas essenciais se torna ameaça crescente
Por Jaqueline Sousa • Editado por Jones Oliveira |

A possibilidade do uso da tecnologia por governos autoritários para orquestrar ciberataques gera preocupação no globo. O alerta foi feito por Mike Burgess, diretor-geral da Organização Australiana de Inteligência de Segurança (ASIO), em discurso realizado nesta quarta-feira (12).
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De acordo com o especialista em segurança digital, regimes totalitaristas estão “cada vez mais dispostos” a usar técnicas de cibersabotagem para “interromper ou destruir infraestruturas críticas”.
A fala tem relação com casos recentes de interrupções em redes de telecomunicação na Austrália. Acredita-se ainda que uma delas pode ter resultado em três mortes.
Alerta vermelho para o mundo
No discurso, Burgess levantou algumas possibilidades preocupantes envolvendo a prática de cibersabotagem, algo que pode criar danos catastróficos para os países atingidos.
“Imagine as implicações se uma nação derrubasse todas as redes? Ou cortasse a energia durante uma onda de calor? Ou poluísse a nossa água potável? Ou paralisasse nosso sistema financeiro?”, o especialista observa.
Os cenários descritos por Burgess, no entanto, “não são hipotéticos”, conforme argumentado por ele em seu discurso. O especialista afirma que alguns governos ao redor do mundo já acionaram “equipes de elite” para investigar a chance de regimes autoritários usarem cibersabotagem como ferramenta para danificar e prejudicar sistemas e infraestruturas de outros países.
Há também um alerta para como o avanço da inteligência artificial (IA) possibilita uma maior facilidade para que a sabotagem digital tome proporções ainda maiores. “A expectativa é que a sabotagem, particularmente a sabotagem cibernética, represente uma ameaça crescente nos próximos cinco anos”, Burgess afirma.
Segundo o diretor-geral, as IAs podem ser um caminho para que regimes totalitários cometam ataques mais sofisticados e destrutivos, fornecendo “ferramentas e armas necessárias para realizar sabotagens”.
Apesar do cenário preocupante, o especialista reforçou que espera uma resposta “dinâmica e diversificada” dos sistemas de segurança mundiais para que as ações de possíveis espiões sejam interrompidas o quanto antes.
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Fonte: The Register.