Caçada milionária: EUA oferecem recompensa de US$11 milhões por hacker ucraniano
Por Lillian Sibila Dala Costa • Editado por Jones Oliveira |

Os Estados Unidos puseram um prêmio de US$ 11 milhões (cerca de R$ 60 mi) em Volodymyr Tymoshchuk, hacker ucraniano responsável por uma série de ataques de ransomware em diversas companhias do país e do mundo. Num espaço de três anos, atividades do cibercriminoso e de seu grupo levaram ao roubo de valores que, combinados, chegam a US$ 18 bilhões (R$ 97 bi).
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O indivíduo é acusado de ser o chefe dos ataques conhecidos como MegaCortex, LockerGoga e Nefilim, ativos entre dezembro de 2018 e outubro de 2021. O primeiro deles mudava senhas de sistemas Windows e encriptava os arquivos da máquina, ameaçando liberar dados sensíveis ao público caso um resgate não fosse pago.
Acusações e ataques de Tymoshchuk
O Departamento de Justiça estadunidense emitiu comunicados sobre o hacker, onde o procurador Joseph Nocella Jr. afirmou que o ucraniano mirava em empresas de alto valor do país, instituições de saúde e grandes complexos industriais. Um dos ataques ligados a Tymoshchuk e LockerGoga atingiu a Norsk Hydro, companhia de energia renovável da Noruega, custando R$ 440 milhões em danos a todos os 170 locais atingidos.
O cibercriminoso evadiu autoridades ao liberar novos tipos de software malicioso quando os antigos eram desencriptados. Ele é acusado de encabeçar LockerGoga e MegaCortex entre julho de 2019 e junho de 2020, período após o qual os ransomwares sumiram do mapa. O ucraniano também teria ajudado a criar e aplicar o ransomware Nefilim, vendendo seu acesso a hackers em troca de 20% dos fundos obtidos em cada ataque bem-sucedido.
Cada grande ataque tinha características diferentes, usando softwares de testagem de penetração para que os hackers se escondessem no sistema das vítimas por até meses antes dos ataques. Os programas explorados para tal incluem Metasploit e Cobalt Strike. Ataques como o Nefilim se limitavam a empresas avaliadas em US$ 100 milhões (cerca de R$ 543 mi) ou mais.
Caso seja extraditado aos EUA e julgado, Tymoshchuk pode encarar a pena máxima de prisão perpétua. Ele terá de enfrentar longas batalhas judiciais no sistema estadunidense de justiça, dado que já é ligado ao já extraditado Artem Atryzhak, co-réu do ucraniano em seu próprio julgamento.
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